Liga dos Campeões: o duelo final

Tinha de acontecer: com a indigência mais ou menos constante da programação televisiva (extensiva a todos os canais, repita-se), um dia, o futebol lograria ascender ao principal destaque da semana.

Conseguiu-o desta vez, e a merecer algumas fanfarras, pois trata-se, nem mais nem menos, que do jogo da final da Liga dos Campeões, que a RTP-1 transmitirá em directo no próximo sábado, a partir das 19.15.

O embate ocorrerá num palco privilegiado, o Estádio Santiago Bernabéu do Real Madrid, em Espanha, e terá como oponentes a equipa italiana do Inter de Milão e a alemã do Bayern de Munique.

Como incentivo adicional para o espectador luso recorde-se que o Inter de Milão é treinado pelo português José Mourinho, o que, geralmente, permite à malta cá do burgo polvilhar o seu entusiasmo com umas pitadas patrióticas.

 

O Festival da Canção – de novo...

 

Regular como um pêndulo ele aí está de novo, o Festival da Canção da Eurovisão, este ano na sua 55.ª edição. A RTP-1, como sempre, cobre todos os movimentos em que actualmente se desdobra o evento.

A final ocorrerá em Oslo, na Noruega, como manda a tradição, pois o certame realiza-se sempre no país vencedor no ano anterior, o que aconteceu com a Noruega ao vencer em 2009, em Moscovo, com a canção Fairytale cantada por Alexander Rybak.

No Festival deste ano Portugal será representado por Filipa Azevedo, que cantará o tema intitulado Há Dias Assim. No próximo domingo, dia 23, a RTP-1 transmitirá pelas 17 horas um «Compacto» sobre o certame em curso.

Quanto ao Festival propriamente dito será desdobrado em três movimentos: duas semi-finais e a final. A primeira semi-final será transmitida na próxima terça-feira, dia 25, pelas 20 horas, a segunda semi-final sê-lo-á no mesmo horário, mas na quinta-feira, dia 27 (atenção, é aqui que entrará em competição a intérprete portuguesa) e, finalmente, a final ocorrerá no dia 29 de Maio, sábado.

 

Dois filmes

 

As Bonecas Russas é um filme co-produzido pela França e a Grã-Bretanha em 2005 e só por isso mereceria destaque, dado ser um dos cada vez mais raros exemplos de cinematografia diferente da de Hollywood que, como é público e notório, domina avassaladoramente todos os mercados e distribuições. Pela sinopse, trata-se de uma espécie de comédia de costumes centrada num jovem escritor, que vive em Paris dificuldades várias para sobreviver com tal ofício, situação que evoluirá favoravelmente numa viagem realizada a Londres e a São Petersburgo. Escrito e realizado por Cédric Klapisch, está programado para a meia-noite de domingo.

O outro filme que destacamos é Batman – O Início e constitui um exemplar acabado do tipo de cinema com que Hollywood domina não apenas a indústria cinematográfica, mas molda os gostos das plateias mundiais. São os filmes triplamente gigantescos: grandes investimentos de produção (incluindo os reservados às parafernálias tecnológicas e às cabeças de cartaz), grandes espectáculos de acção e grandes promoções planetárias. No caso, o herói foi tirado da banda desenhada (um filão inesgotável nos últimos 25 anos), chama-se Batman, o «Cavaleiro das Trevas» ou «Justiceiro Alado» e esta figura já havia sido alvo de uma tetralogia de grande sucesso iniciada pelo realizador Tim Burton, que estabeleceria brilhantemente o novo universo sombrio deste «herói» dos quadradinhos norte-americanos (a figura já havia sido objecto de séries de televisão, nos anos 60). Este «regresso» a Batman fez-se em 2005 pela mão do realizador Christopher Nolan e já teve uma sequela depois disso. Neste «filme fundador» do novo fôlego de Batman o «herói alado» é interpretado eficazmente por Christian Bale (lembram-se? Foi lançado por Steven Spielberg no filme Império do Sol, no brilhantíssimo papel do miúdo, filho de um diplomata britânico, que é feito prisioneiro pelos japoneses, na II Guerra Mundial), que está acompanhado por um elenco de luxo: Michael Caine no papel do mordomo do herói e sua «rectaguarda» fiel e segura, Liam Neeson como o «vilão da fita», Katie Holmes como namorada do herói e Gary Oldman como chefe da polícia.

Tanto talento junto até faz esquecer as fragilidades destas histórias e destes «heróis de cordel», no sentido literal do termo. Falta dizer que está anunciado para as 23 horas de sexta-feira, na RTP-1.



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