Resoluções
Em poucos dias, o governo dos EUA apresentou três versões diferentes de uma resolução sobre o Iraque, aos seus parceiros no Conselho de Segurança da ONU.
Evidentemente, nenhuma delas obteve o acordo desses parceiros, com relevo para a França, Rússia e Alemanha.
Aliás, esta terceira versão dos EUA sobre o Iraque foi conhecida no mesmo dia em que os chefes das diplomacias da União Europeia, reunidos no Luxemburgo, anunciaram uma contribuição irrelevante para a reconstrução do Iraque: 200 milhões de euros.
Ora é aqui mesmo que bate o ponto: no dinheiro em jogo – que é muito, mesmo muito.
Em rigor, e como está mais que dito e sabido, foi exactamente o dinheiro e tudo o que ele move que levou os EUA a esta agressão bélica e ocupação militar do Iraque. E a arrogância dos novos imperadores do mundo é de tal ordem, que nem sequer ensaiaram disfarçar que os próprios altos dirigentes dos EUA, como o vice-presidente Dick Cheney (para só darmos um exemplo), estão pessoalmente envolvidos nos negócios de «destruição e reconstrução» do Iraque.
Não há, mesmo, precedente na desfaçatez com que, por um lado, os dirigentes dos EUA ribombavam a urgência de se «desarmar o regime de Saddam das armas de destruição maciça» e, por outro, anunciavam fria e publicamente a repartição e controle (pelo Governo e empresas dos EUA, evidentemente) dos trabalhos de reconstrução de um país que ainda estava de pé… mas ia ser arrasado.
O dinheiro, portanto.
E é na mesma o dinheiro que está a empurrar o governo dos EUA, a contragosto, para esta eminência (que já se configura uma urgência) de obter uma nova resolução das Nações Unidas sobre o Iraque: é que as despesas da ocupação militar são astronómicas e os EUA já concluíram que, afinal, não lhes convém suportá-las sozinhos. Daí a necessidade de uma nova resolução da ONU sobre o caso, que atraia os outros países para intervirem no terreno com homens e meios.
Só que, ao mesmo tempo, a administração Bush e a vasta clique económica que ela representa não querem abrir mão do controle do Iraque, nomeadamente dos enormes investimentos para lá previstos, pelo que o resultado está à vista: apesar de três propostas sucessivas de resolução apresentadas ao Conselho de Segurança, nenhuma delas admite e muito menos propõe o essencial – a partilha dos despojos, que é como quem diz dos investimentos da reconstrução.
O resultado está à vista: uns ridículos 200 milhões de euros da UE para a reconstrução, quando são necessários biliões… e três propostas de resolução dos EUA com cedências sucessivas e laterais, por isso sem qualquer hipótese de serem aprovadas.
Mas o imbróglio é bem maior, para os EUA.
Mais grave que as despesas astronómicas da ocupação militar do Iraque é a mortífera e crescente resistência armada ao invasor, que liquida militares norte-americanos a uma cadência quase diária e, segundo as últimas notícias, já levou ao suicídio pelo menos cerca de 20 expedicionários dos EUA, o que está a alarmar as respectivas autoridades.
Mais uma vez, vai ser necessário um imenso trilho de sofrimentos para se concluir, de novo, que urge derrotar a bestialidade arrogante e a estupidez crassa que dominam actualmente os centros de decisão planetários.
Evidentemente, nenhuma delas obteve o acordo desses parceiros, com relevo para a França, Rússia e Alemanha.
Aliás, esta terceira versão dos EUA sobre o Iraque foi conhecida no mesmo dia em que os chefes das diplomacias da União Europeia, reunidos no Luxemburgo, anunciaram uma contribuição irrelevante para a reconstrução do Iraque: 200 milhões de euros.
Ora é aqui mesmo que bate o ponto: no dinheiro em jogo – que é muito, mesmo muito.
Em rigor, e como está mais que dito e sabido, foi exactamente o dinheiro e tudo o que ele move que levou os EUA a esta agressão bélica e ocupação militar do Iraque. E a arrogância dos novos imperadores do mundo é de tal ordem, que nem sequer ensaiaram disfarçar que os próprios altos dirigentes dos EUA, como o vice-presidente Dick Cheney (para só darmos um exemplo), estão pessoalmente envolvidos nos negócios de «destruição e reconstrução» do Iraque.
Não há, mesmo, precedente na desfaçatez com que, por um lado, os dirigentes dos EUA ribombavam a urgência de se «desarmar o regime de Saddam das armas de destruição maciça» e, por outro, anunciavam fria e publicamente a repartição e controle (pelo Governo e empresas dos EUA, evidentemente) dos trabalhos de reconstrução de um país que ainda estava de pé… mas ia ser arrasado.
O dinheiro, portanto.
E é na mesma o dinheiro que está a empurrar o governo dos EUA, a contragosto, para esta eminência (que já se configura uma urgência) de obter uma nova resolução das Nações Unidas sobre o Iraque: é que as despesas da ocupação militar são astronómicas e os EUA já concluíram que, afinal, não lhes convém suportá-las sozinhos. Daí a necessidade de uma nova resolução da ONU sobre o caso, que atraia os outros países para intervirem no terreno com homens e meios.
Só que, ao mesmo tempo, a administração Bush e a vasta clique económica que ela representa não querem abrir mão do controle do Iraque, nomeadamente dos enormes investimentos para lá previstos, pelo que o resultado está à vista: apesar de três propostas sucessivas de resolução apresentadas ao Conselho de Segurança, nenhuma delas admite e muito menos propõe o essencial – a partilha dos despojos, que é como quem diz dos investimentos da reconstrução.
O resultado está à vista: uns ridículos 200 milhões de euros da UE para a reconstrução, quando são necessários biliões… e três propostas de resolução dos EUA com cedências sucessivas e laterais, por isso sem qualquer hipótese de serem aprovadas.
Mas o imbróglio é bem maior, para os EUA.
Mais grave que as despesas astronómicas da ocupação militar do Iraque é a mortífera e crescente resistência armada ao invasor, que liquida militares norte-americanos a uma cadência quase diária e, segundo as últimas notícias, já levou ao suicídio pelo menos cerca de 20 expedicionários dos EUA, o que está a alarmar as respectivas autoridades.
Mais uma vez, vai ser necessário um imenso trilho de sofrimentos para se concluir, de novo, que urge derrotar a bestialidade arrogante e a estupidez crassa que dominam actualmente os centros de decisão planetários.