Sorefame não pode ficar sem trabalho

Os trabalhadores da Bombardier/Sorefame vão para a greve na tentativa de forçar o Governo a garantir verbas no Orçamento de Estado para 2004, que garantam a laboração da empresa a partir de Abril do próximo ano. Em Abril terminam as encomendas e ainda não é conhecida qualquer solução que garanta a continuidade da empresa.
A greve será de duas horas e ficou marcada para dia 22. Durante esse período, os trabalhadores vão deslocar-se à Câmara Municipal para sensibilizar os responsáveis autárquicos e a população para a situação.
Os cerca de 500 trabalhadores da empresa situada na Venda Nova, Amadora, aprovaram em plenário, no dia 14, uma moção onde exigem saber qual a sua posição no âmbito da estratégia da multinacional e que propostas tem para a empresa.
Os trabalhadores defendem que a Sorefame deve continuar a privilegiar o mercado nacional de forma a manter «um papel relevante na indústria portuguesa» e deve, por esse motivo, ter condições para responder às necessidades do País com a expansão do Metro de Lisboa, o Metro do Porto e os suburbanos de Lisboa, Porto e Algarve.
No entanto, consideram que a unidade portuguesa não pode ficar apenas circunscrita ao mercado nacional, já que «tem potencialidades para concorrer em condições de igualdade no mercado internacional».
A moção lembra que, caso a Sorefame feche as portas, o Governo terá de passar a importar todo o material circulante do exterior, situação «que lesaria profundamente os interesses do País».
O plenário decidiu exigir do Governo que defina uma estratégia em relação ao sector ferroviário, garanta as encomendas das vinte unidades do Metro de Lisboa, das dezassete do Metro do Porto e de dez unidades dos suburbanos do Porto, «pois só assim se podem salvaguardar cerca de 1500 postos de trabalho e a continuidade da empresa». Além dos 500 efectivos, a empresa conta com cerca de mil trabalhadores em empresas que laboram directamente para a Bombardier/Sorefame.
Foi decidido solicitar ao poder local da Amadora a sua intervenção na defesa desta unidade de produção e exigem que a administração assuma as suas responsabilidades.


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