Intensifica-se mobilização para 30 de Outubro

Preparar o dia

Aos diversos níveis, as estruturas sindicais avançam no esclarecimento e na mobilização dos trabalhadores, para a participação no dia nacional de luta, que terá manifestações em cinco capitais de distrito.

Todos os trabalhadores têm motivos para se juntar ao protesto da CGTP

Para hoje, em Riomeão, por exemplo, está marcado um plenário geral de dirigentes, delegados e activistas sindicais e membros de comissões de trabalhadores do sector metalúrgico, dos distritos de Aveiro, Viseu e Guarda. A actual situação social e política, a acção reivindicativa para 2004, o Código do Trabalho e o desenvolvimento da luta vão estar no centro do debate, que conta com a participação de João Paulo, coordenador da Fequimetal e membro da Comissão Executiva da CGTP-IN.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, por seu turno, anunciou já a entrega de um pré-aviso de greve para dia 30, abrangendo o segundo período de trabalho, de modo a possibilitar a participação nas manifestações que vão ter lugar em Lisboa, Coimbra, Aveiro, Porto e Braga.
Os contornos concretos da participação de cada sector e das principais empresas estão a ser definidos, quer em reuniões das estruturas sindicais, quer em plenários de empresas, serviços ou secções. É esperada uma forte participação de trabalhadores que têm estado em luta. Mas todos têm motivos bastantes para expressar publicamente o seu protesto colectivo.
A CGTP, no folheto principal de mobilização para o dia nacional de luta, aponta seis objectivos desta jornada:
- defender a contratação colectiva e o emprego,
- assegurar o direito à Segurança Social, ao ensino e à saúde,
- reivindicar melhores salários,
- exigir uma Administração Pública que garanta serviços públicos de qualidade e dignifique os seus trabalhadores,
- bater-se pela justiça fiscal
- e reclamar uma alternativa a esta política e a este Governo.
São denunciadas as graves implicações do Código do Trabalho, aprovado pelo Governo e a maioria parlamentar que o suporta, promulgado pelo Presidente da República e com caminho facilitado pelo facto do PS ter recusado accionar com o PCP o mecanismo da fiscalização sucessiva. A CGTP salienta, contudo, que os trabalhadores não estão desarmados, uma vez que os contratos colectivos e acordos de empresa que estão em vigor não são automaticamente eliminados e o patronato continua obrigado a respeitar os direitos neles consagrados.

Mármores

A associação patronal do sector dos mármores, granitos e afins, depois de romper unilateralmente as negociações com o Sindicato da Construção, Mármores e Madeiras e Materiais de Construção do Sul, deu instruções às empresas filiadas para que não ultrapassem os 2 por cento nas actualizações salariais. O sindicato, que denunciou publicamente o comportamento da Assimagra e realizou na semana passada uma concentração à porta da sede desta, considera que a postura patronal «enquadra-se na ofensiva monstruosa que o Governo desenvolve contra os direitos legais e contratuais dos trabalhadores, consubstanciada no Código do Trabalho». Por este motivo, a direcção do sindicato afirma que «os trabalhadores dos mármores não deixarão de estar na primeira linha de luta», no dia 30.

Porquê os ferroviários?

O SNTSF, em comunicado, recorda que «foi a intervenção colectiva dos trabalhadores que, ao longo dos anos, levou à conquista dos direitos que agora nos querem tirar», e afirma que «será a continuação dessa intervenção colectiva que irá travar os ímpetos do Governo».
Aos trabalhadores do sector ferroviário, é renovado o apelo à luta:
- contra a possibilidade das empresas virem a definir horários de trabalho de 12 horas por dia, com a consequente redução do pagamento de trabalho extraordinário;
- contra a redução do pagamento do trabalho nocturno;
- contra o alargamento das funções e possibilidade da mudança de local de trabalho de acordo com os interesses das administrações;
- contra a caducidade dos Acordos de Empresa, que levaria à retirada do pagamento do subsídio de escala/turnos, dos prémios, da cláusula trimestral, do complemento do subsídio de doença, dos 24 dias de férias.
O sindicato indica ainda a intensificação da luta reivindicativa, pela valorização dos salários, pela salvaguarda do emprego e dos direitos e pelo horário semanal de 35 horas como uma forma de também reforçar a luta contra o Código de Trabalho.


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