«Uma má notícia»
O Partido Comunista do Chile (PCC) considera que a vitória do candidato da direita nas eleições presidenciais no país é «uma má notícia para o Chile e para a América Latina».
Na segunda volta do sufrágio, realizada domingo, o PCC e as forças políticas e sociais que integraram a campanha do comunista Jorge Arrate na primeira volta apelaram ao voto no ex-presidente e candidato da Concertação, Eduardo Frei.
Apesar da conjugação de esforços para derrotar os sectores revanchistas afectos à ditadura de Augusto Pinochet, Frei recolheu pouco mais que 48 por cento dos votos.
Sebastián Piñera, por seu lado, garantiu cerca de 51,5 por cento dos votos, pondo fim a um jejum de mais de meio século de vitórias eleitorais da direita conservadora em actos eleitorais no Chile.
O multimilionário – cujo património está avaliado em mais de 1,2 mil milhões de dólares e que possui uma companhia aérea, uma cadeia de televisão e uma equipa de futebol – tentou aplacar os receios sobre o endurecimento das políticas antipopulares e os retrocessos na democratização do país, mas o seu programa e o apoio intransigente do partido de extrema-direita União Democrata Independente (UDI) aconselham a vigilância e a mobilização dos trabalhadores e do povo.
Avançar com a luta
Neste contexto, e considerando que com a vitória de Piñera «muitas das esperanças e sonhos do povo chileno se encontram comprometidos», nomeadamente a «democratização do país» e a edificação de uma sociedade «mais igualitária» e mais justa socialmente, o PCC alertou que os comunistas e os seus aliados «vão seguir unidos na construção do projecto da esquerda», colocando em primeiro plano «os 12 pontos com os quais Eduardo Frei se comprometeu e sem os quais não teria tido o apoio do PCC».
«Vamos lutar, principalmente, para evitar atropelos aos direitos dos trabalhadores; para que se prossiga com o processo de verdade e justiça, isto é, para que não se imponha a impunidade ou se aplique a amnistia herdada de Pinochet; na defesa da CODELCO e das riquezas naturais do Chile; por reformas democráticas e contra a exclusão, combate para o qual lográmos um triunfo parcial [com a eleição de três parlamentares]», explicitou Guillermo Teiller, presidente do PCC na comunicação ao país.
Antes da vitória de Piñera, já a Central Unitária dos Trabalhadores (CUT), «expressão organizada dos trabalhadores chilenos, de carácter plural, unitário e de classe», como frisa o comunicado da direcção da estrutura sindical, havia advertido que «a democracia não é apenas o exercício do voto, nem apenas o exercício do poder», pressupõe, antes, o reconhecimento das organizações representativas dos trabalhadores e o respeito pela liberdade sindical.
Ao afirmar a intenção de «entender-se directamente com os trabalhadores» e não com o que chamou de «cúpulas sindicais”, o candidato dos patrões – assim classificou Piñera a CUT - «demonstrou a sua intenção de desconhecer a organização na qual os trabalhadores exercem a liberdade sindical, o que constitui uma prática anti-sindical que expressa uma atitude antidemocrática e de exclusão».
Na segunda volta do sufrágio, realizada domingo, o PCC e as forças políticas e sociais que integraram a campanha do comunista Jorge Arrate na primeira volta apelaram ao voto no ex-presidente e candidato da Concertação, Eduardo Frei.
Apesar da conjugação de esforços para derrotar os sectores revanchistas afectos à ditadura de Augusto Pinochet, Frei recolheu pouco mais que 48 por cento dos votos.
Sebastián Piñera, por seu lado, garantiu cerca de 51,5 por cento dos votos, pondo fim a um jejum de mais de meio século de vitórias eleitorais da direita conservadora em actos eleitorais no Chile.
O multimilionário – cujo património está avaliado em mais de 1,2 mil milhões de dólares e que possui uma companhia aérea, uma cadeia de televisão e uma equipa de futebol – tentou aplacar os receios sobre o endurecimento das políticas antipopulares e os retrocessos na democratização do país, mas o seu programa e o apoio intransigente do partido de extrema-direita União Democrata Independente (UDI) aconselham a vigilância e a mobilização dos trabalhadores e do povo.
Avançar com a luta
Neste contexto, e considerando que com a vitória de Piñera «muitas das esperanças e sonhos do povo chileno se encontram comprometidos», nomeadamente a «democratização do país» e a edificação de uma sociedade «mais igualitária» e mais justa socialmente, o PCC alertou que os comunistas e os seus aliados «vão seguir unidos na construção do projecto da esquerda», colocando em primeiro plano «os 12 pontos com os quais Eduardo Frei se comprometeu e sem os quais não teria tido o apoio do PCC».
«Vamos lutar, principalmente, para evitar atropelos aos direitos dos trabalhadores; para que se prossiga com o processo de verdade e justiça, isto é, para que não se imponha a impunidade ou se aplique a amnistia herdada de Pinochet; na defesa da CODELCO e das riquezas naturais do Chile; por reformas democráticas e contra a exclusão, combate para o qual lográmos um triunfo parcial [com a eleição de três parlamentares]», explicitou Guillermo Teiller, presidente do PCC na comunicação ao país.
Antes da vitória de Piñera, já a Central Unitária dos Trabalhadores (CUT), «expressão organizada dos trabalhadores chilenos, de carácter plural, unitário e de classe», como frisa o comunicado da direcção da estrutura sindical, havia advertido que «a democracia não é apenas o exercício do voto, nem apenas o exercício do poder», pressupõe, antes, o reconhecimento das organizações representativas dos trabalhadores e o respeito pela liberdade sindical.
Ao afirmar a intenção de «entender-se directamente com os trabalhadores» e não com o que chamou de «cúpulas sindicais”, o candidato dos patrões – assim classificou Piñera a CUT - «demonstrou a sua intenção de desconhecer a organização na qual os trabalhadores exercem a liberdade sindical, o que constitui uma prática anti-sindical que expressa uma atitude antidemocrática e de exclusão».