Retomar o défice das contas públicas, como a questão central, e medidas sociais como o aumento da idade da reforma, o ataque aos serviços públicos de Saúde, ou o regresso à chamada flexigurança, apontam para que continuem a ser «os mesmos do costume» a pagar para o objectivo da redução desse défice, comentou Jerónimo de Sousa, em declarações aos jornalistas.
Acompanhado por Ângelo Alves, da Comissão Política do Partido, e Agostinho Lopes, deputado e membro do Comité Central, o secretário-geral foi recebido terça-feira à tarde por José Sócrates, no âmbito de uma «ronda» que abrangeu os partidos com representação parlamentar.
À comunicação social, no final da reunião, Jerónimo de Sousa disse que foram manifestadas especiais preocupações face a uma política europeia que vai agravar a destruição da produção nacional, quer na agricultura quer na indústria. A UE prepara-se para continuar a eliminar a produção e liquidar produtores de leite, e estão igualmente sobre a mesa acordos internacionais, designadamente com a Coreia do Sul, que irão atingir duramente o sector têxtil português, alertou o dirigente comunista.

Salários

Lembrou ainda os desenvolvimentos mais recentes da discussão em torno do salários e da actualização salarial, na sequência de declarações do governador do Banco de Portugal, Victor Constâncio, e da Confederação da Indústria Portuguesa. Para o PCP, é fundamental o aumento dos salários e não a sua contenção ou desvalorização, reafirmou Jerónimo de Sousa.