Prémio da paz para o senhor da guerra
Para surpresa e indignação das forças amantes da paz, o Comité Nobel, presidido pelo norueguês Thorbjoern Jagland, anunciou dia 9, a atribuição do prémio da paz de 2009 ao presidente dos EUA, Barack Obama.
Distinção de Obama visa reabilitar militarismo dos EUA
Reagindo à insólita embora não inédita decisão do prestigiado comité, o PCP divulgou uma nota de imprensa, na qual considera que «a atribuição do Prémio Nobel da Paz ao Presidente dos EUA, Barack Obama, constitui mais um golpe na credibilidade de um galardão que deveria contribuir para a afirmação dos valores da paz, da solidariedade e da amizade entre os povos.»
Para os comunistas, «tal decisão, que não pode desligar-se da campanha internacional visando a reabilitação da política intervencionista e militarista dos EUA, não é consentânea com a ideia de paz.»
Longe da ideia de paz estão alguns «factos que falam por si», para os quais o PCP chama a atenção: «a intensificação da guerra no Afeganistão e o reforço da presença e capacidade militar das tropas ocupantes; a revisão em curso do conceito estratégico da NATO aprofundando o seu carácter agressivo; as manobras de ingerência na América Latina e a reactivação da quarta frota dos EUA para o subcontinente; o claro apoio à estratégia israelita de bloqueio de qualquer solução para a questão palestiniana; as ameaças ao Irão e a manutenção da ocupação e agressão imperialista ao Iraque.»
O descrédito do Nobel
Procurando iludir a realidade, o presidente do Comité Nobel, Thorbjoern Jagland, que também é secretário-geral do Conselho da Europa, afirmou que o prémio foi atribuído ao chefe da Casa Branca «pelos seus esforços extraordinários a favor do reforço da diplomacia internacional e da cooperação entre os povos», salientando que «o comité dá particular importância à visão e aos esforços de Obama por um mundo sem armas nucleares», esforços que, afinal, se limitaram a um desejo formulado no mês passado na ONU.
De tão esfarrapados, os argumentos de Jagland valeram-lhe de imediato duras críticas no seu próprio país, onde a líder do Partido do Progresso (conservador), Siv Jensen, criticou a escolha do Comité Nobel e exigiu a demissão do seu presidente, pondo em causa a sua independência e credibilidade.
Mas, por todo o mundo, figuras insuspeitas manifestaram-se no mínimo surpreendidas com o galardão atribuído a um presidente que assumiu funções há apenas nove meses e que não só ainda não encerrou a base de Guantánamo como se mostra determinado a prosseguir as guerras imperialistas no Iraque e no Afeganistão.
Segundo revelou o Washington Post, na terça-feira, 13, Obama decidiu enviar, sem o anunciar, mais 13 mil soldados para o Afeganistão que se somam ao contingente de reforços de 21 mil homens, tornado público em Março, pouco depois da cerimónia de posse presidencial.
Assim, Obama já aumentou em 34 mil homens a presença militar no Afeganistão e é previsível que não se fique por aqui, uma vez que o seu comandante no terreno, general Stanley McChrystal, continua a reclamar insistentemente um reforço suplementar de entre 40 mil a 60 mil homens.
O mesmo jornal indica que, no início deste mês, o número oficial de tropas americanas no Afeganistão era de 65 mil efectivos (contra 26 mil no final do mandato de Bush), permanecendo no Iraque cerca de 124 mil soldados.
Para os comunistas, «tal decisão, que não pode desligar-se da campanha internacional visando a reabilitação da política intervencionista e militarista dos EUA, não é consentânea com a ideia de paz.»
Longe da ideia de paz estão alguns «factos que falam por si», para os quais o PCP chama a atenção: «a intensificação da guerra no Afeganistão e o reforço da presença e capacidade militar das tropas ocupantes; a revisão em curso do conceito estratégico da NATO aprofundando o seu carácter agressivo; as manobras de ingerência na América Latina e a reactivação da quarta frota dos EUA para o subcontinente; o claro apoio à estratégia israelita de bloqueio de qualquer solução para a questão palestiniana; as ameaças ao Irão e a manutenção da ocupação e agressão imperialista ao Iraque.»
O descrédito do Nobel
Procurando iludir a realidade, o presidente do Comité Nobel, Thorbjoern Jagland, que também é secretário-geral do Conselho da Europa, afirmou que o prémio foi atribuído ao chefe da Casa Branca «pelos seus esforços extraordinários a favor do reforço da diplomacia internacional e da cooperação entre os povos», salientando que «o comité dá particular importância à visão e aos esforços de Obama por um mundo sem armas nucleares», esforços que, afinal, se limitaram a um desejo formulado no mês passado na ONU.
De tão esfarrapados, os argumentos de Jagland valeram-lhe de imediato duras críticas no seu próprio país, onde a líder do Partido do Progresso (conservador), Siv Jensen, criticou a escolha do Comité Nobel e exigiu a demissão do seu presidente, pondo em causa a sua independência e credibilidade.
Mas, por todo o mundo, figuras insuspeitas manifestaram-se no mínimo surpreendidas com o galardão atribuído a um presidente que assumiu funções há apenas nove meses e que não só ainda não encerrou a base de Guantánamo como se mostra determinado a prosseguir as guerras imperialistas no Iraque e no Afeganistão.
Segundo revelou o Washington Post, na terça-feira, 13, Obama decidiu enviar, sem o anunciar, mais 13 mil soldados para o Afeganistão que se somam ao contingente de reforços de 21 mil homens, tornado público em Março, pouco depois da cerimónia de posse presidencial.
Assim, Obama já aumentou em 34 mil homens a presença militar no Afeganistão e é previsível que não se fique por aqui, uma vez que o seu comandante no terreno, general Stanley McChrystal, continua a reclamar insistentemente um reforço suplementar de entre 40 mil a 60 mil homens.
O mesmo jornal indica que, no início deste mês, o número oficial de tropas americanas no Afeganistão era de 65 mil efectivos (contra 26 mil no final do mandato de Bush), permanecendo no Iraque cerca de 124 mil soldados.