Mais greves na electrónica

Persistir na luta

Em várias multinacionais da electrónica estão a ocorrer greves parciais por aumentos salariais e pelo cumprimento do contrato colectivo do sector, informou a Fiequimetal/CGTP-IN.

A crise acentuou o ataque aos direitos

Já no início de Junho, a federação e os sindicatos das indústrias eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI) e do Norte e Centro (STIENC) tinham realizado várias acções em empresas da fabricação de material eléctrico e electrónico, um sector que emprega mais de 35 mil pessoas e onde predomina a mão-de-obra feminina.
O não cumprimento do contrato colectivo de trabalho, que a associação patronal (ANIMEE) decidiu considerar «caducado» no início de 2006, tem motivado lutas laborais e acções constantes nos tribunais, devido a discriminações salariais, refere a federação. A impunidade com que as empresas violam direitos reconhecidos, com prejuízo para os rendimentos e a organização da vida dos trabalhadores, levaram a que a concentração, realizada dia 1, frente à sede patronal, se deslocasse depois até ao Ministério do Trabalho.
Na nota que divulgou à comunicação social, a federação explicou que «este período de luta tem como objectivos reclamar aumentos salariais para 2009, bem como o início das negociações do contrato colectivo de trabalho, e a defesa do emprego».
É reivindicado um aumento salarial de cinco por cento, com efeitos retroactivos a 1 de Janeiro. O cumprimento do contrato colectivo é exigido relativamente a matérias como o pagamento do trabalho extraordinário e do trabalho nocturno, ou a assistência à família.
O ataque aos direitos ganhou novo vigor, a pretexto da crise e, particularmente, em empresas que trabalham para a indústria automóvel, as quais «estão a aproveitar o cenário de retracção económica para não aumentarem, pela primeira vez, desde o início da democracia, os salários dos trabalhadores, num momento de retoma da procura automóvel, ao mesmo tempo que registaram em 2008 cerca de 210 milhões de euros de resultados positivos».
As greves, com duração variável em cada empresa – de uma a quatro horas – abrangeram empresas como a Blaupunkt e a Motometer (do Grupo Bosch), a Delphi, a Vitrohm, a Visteon, a Thyssen Krupp e a Otis Elevadores, a Preh, a GE Power Controls, a Jayme da Costa, a Actaris.
O SIESI admitiu, em comunicado, que a recusa de aumentos salariais nas empresas e da negociação do contrato pela ANIMEE poderá levar a novas lutas, logo após o período de férias. No Norte, referiu ao Avante! um dirigente do STIENC, ainda estão agendados plenários de trabalhadores para esta semana e a próxima.

À força...

Por duas vezes, com apenas uma semana de intervalo, os trabalhadores da Actaris recusaram o regime de «adaptabilidade» dos horários, que a multinacional quis impor na fábrica de Vila Nova de Famalicão. Mesmo assim, e contrariando as obrigações impostas por lei, a gerência da empresa (ex-Reguladora) descontou nos salários de Junho um valor correspondente a oito horas, por «falta injustificada», revelou o STIENC.
O Código do Trabalho admite a «adaptabilidade», desde que seja aceite expressamente pela maioria dos trabalhadores. Os trabalhadores da Actaris, além de a recusarem, reclamaram o pagamento, como trabalho extraordinário, dos créditos que têm na «bolsa de horas».


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