Favorecer privados, em prejuízo das populações

Negócio de milhões

O Governo olha a Saúde não como um direito mas como um negócio e, dessa forma, alimenta e garante lucros de milhões aos privados. A acusação é do PCP que entende que é nesta dicotomia – direito ou negócio – que se estabelece a linha de separação entre uma política de direita e de esquerda. Na interpelação foi demonstrado que as opções do Governo PS nestes quatro anos prosseguiram e aprofundaram no fundamental as linhas de acção antes seguidas pelo PSD e CDS/PP, o que explica, por exemplo, que não haja dinheiro para investimento público em saúde mas já haja para assegurar apoios financeiros directos à construção de hospitais privados, como sucede no que está a ser erigido em Vila do Conde.
Este foi um dos muitos exemplos carreados para o debate pela formação comunista que lembrou ainda a propósito deste caso o facto de ele ter a particularidade de ser um projecto que beneficia do chamado estatuto de Projecto de Interesse Nacional (PIN). É o «favorecimento descarado de interesses económicos na saúde», condenou o deputado Bruno Dias, pondo em evidência o contraste entre esta opção governativa e a que tem presidido ao encerramento de centros de saúde e maternidades e à recusa em abrir novos serviços, sempre em manifesto prejuízo dos interesses das populações.
Por isso o parlamentar do PCP considerou que com este Governo os privados têm podido contar com «um negócio garantido, com clientes garantidos e receita garantida», enquanto as populações, essas, «pagam directamente do seu bolso e com os seus impostos».
A ilustrar bem esta política estão ainda as denominadas parcerias público privadas, fórmula utilizada desde há 30 anos pelos partidos da política de direita para proceder a «uma transferência gigantesca de recursos públicos para cofres privados, a pretexto da construção de hospitais públicos».
E no sentido de favorecer ainda mais os grupos económicos o Governo chegou mesmo a inventar parcerias para a própria gestão clínica dos hospitais, «passando uma esponja sobre os resultados desastrosos da gestão privada do Hospital Amadora/Sintra e sobre o esbanjamento de dinheiros que ali aconteceu durante treze anos», recordou Bruno Dias, frisando que «nem o governo da senhora Thatcher conseguiu ir tão longe».


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