Regressão e declínio
O País e a vida dos portugueses estão piores e esse é o resultado da política de direita do Governo PS, que seguiu e aprofundou nestes quatro anos as pisadas dos seus antecessores.
O País está cada vez mais injusto e desigual
Esta é a principal conclusão a tirar do debate sobre o estado da Nação, que dominou a agenda parlamentar da passada semana nesta ponta final da legislatura. Ideia igualmente forte a reter é a de que não estamos perante uma inevitabilidade ou fatalismo histórico, antes existem forças sociais e propostas capazes de conformar um projecto alternativo que responda aos problemas, necessidades e aspirações do povo e do País.
Pelo olhar dos banqueiros
Grave crise económica, mais desemprego, maiores desigualdades, menos soberania, aumento das injustiças, aparelho produtivo mais débil, agravamento de todos os défices estruturais, eis, pois, em síntese, o estado de «regressão e declínio» em que o PS deixa o País, quatro depois de ter ganho as eleições a prometer o que não veio a cumprir.
Um quadro sombrio da realidade para o qual o Grupo parlamentar do PCP, pela voz de Jerónimo de Sousa, chamou a atenção, pondo em evidência como o País está hoje «crescentemente fragilizado e dependente, cada vez mais injusto e desigual», fruto de mais «um ciclo governativo perdido que prolongou a situação de estagnação e de crise que tem levado à degradação da vida da maioria dos portugueses».
O que é espantoso é que o primeiro-ministro, porventura vidrado pela sua própria máquina propagandística de fabricar ilusões e miragens, compareceu a debate artilhado de um discurso «desprendendo um optimismo desconcertante», como anotou Jerónimo de Sousa. Discurso este que todavia não encaixa na «dura e dramática» realidade que é percepcionada e preenche hoje o quotidiano de milhões de portugueses.
E por isso mesmo o dirigente comunista foi levado a concluir que tamanho desfasamento só poder ter explicação no facto de o chefe do Governo ver o País «pelo olhar dos banqueiros e dos grandes grupos económicos, da minoria que quanto mais crise há mais se enche».
Com efeito, aquilo a que se assistiu no debate sobre o estado da nação foi a um primeiro-ministro respirando ares de auto-satisfação, sem dar sinais de compreender as verdadeiras causas dos nossos problemas, insistindo numa análise mistificadora sobre a situação do País.
Política desastrosa
Jerónimo de Sousa bem tratou de lhe lembrar que os principais sectores produtivos estão a braços com dificuldades crescentes, recuando como sucede na agricultura ou estagnando como na indústria. Ou que o investimento total marcou passo neste período, enquanto a balança de mercadorias viu agravar o seu défice, não falando do endividamento externo que cresceu de forma avassaladora.
E o líder do PCP não se esqueceu também de recordar no debate que a taxa de desemprego ultrapassou pela primeira vez em 2007 a taxa média da União Europeia, atingindo hoje os dez por cento em sentido lato, tal como fez questão de lembrar a José Sócrates que o nosso PIB cresceu sempre entre 2002 e 2008 a um ritmo que foi em média metade do registado na União Europeia e, desde então, não mais parámos de divergir do resto da Europa.
Realidade que faz cair por terra a tese propalada pelo Governo – isentando as suas próprias responsabilidades - de que todo o nosso infortúnio reside na crise internacional.
E que levou Jerónimo de Sousa a perguntar ao primeiro-ministro: «como é que corrige os erros se não os reconhece nem reconhece a realidade? Não há nenhuma causa interna? Não tem nenhuma responsabilidade no estado a que o País chegou e nos protestos e lutas dos trabalhadores da administração pública, do sector privado, dos professores, dos enfermeiros, dos profissionais das forças de segurança, dos juízes, dos agricultores, dos magistrados, dos pescadores, dos utentes de serviços públicos? Tudo isto lutou sem razão?».
O Secretário-geral do PCP, na sua primeira intervenção no debate (de que transcrevem largos excertos na página seguinte), condenou ainda o que classificou de «coisa arrepiante», referindo-se à «cumplicidade objectiva do Governo face ao assalto de empresas e grupos monopolistas às pequenas empresas e aos sectores produtivos», criticando a falta de intervenção do Executivo e que «uma dita Autoridade da Concorrência permaneça em silêncio».
Pelo olhar dos banqueiros
Grave crise económica, mais desemprego, maiores desigualdades, menos soberania, aumento das injustiças, aparelho produtivo mais débil, agravamento de todos os défices estruturais, eis, pois, em síntese, o estado de «regressão e declínio» em que o PS deixa o País, quatro depois de ter ganho as eleições a prometer o que não veio a cumprir.
Um quadro sombrio da realidade para o qual o Grupo parlamentar do PCP, pela voz de Jerónimo de Sousa, chamou a atenção, pondo em evidência como o País está hoje «crescentemente fragilizado e dependente, cada vez mais injusto e desigual», fruto de mais «um ciclo governativo perdido que prolongou a situação de estagnação e de crise que tem levado à degradação da vida da maioria dos portugueses».
O que é espantoso é que o primeiro-ministro, porventura vidrado pela sua própria máquina propagandística de fabricar ilusões e miragens, compareceu a debate artilhado de um discurso «desprendendo um optimismo desconcertante», como anotou Jerónimo de Sousa. Discurso este que todavia não encaixa na «dura e dramática» realidade que é percepcionada e preenche hoje o quotidiano de milhões de portugueses.
E por isso mesmo o dirigente comunista foi levado a concluir que tamanho desfasamento só poder ter explicação no facto de o chefe do Governo ver o País «pelo olhar dos banqueiros e dos grandes grupos económicos, da minoria que quanto mais crise há mais se enche».
Com efeito, aquilo a que se assistiu no debate sobre o estado da nação foi a um primeiro-ministro respirando ares de auto-satisfação, sem dar sinais de compreender as verdadeiras causas dos nossos problemas, insistindo numa análise mistificadora sobre a situação do País.
Política desastrosa
Jerónimo de Sousa bem tratou de lhe lembrar que os principais sectores produtivos estão a braços com dificuldades crescentes, recuando como sucede na agricultura ou estagnando como na indústria. Ou que o investimento total marcou passo neste período, enquanto a balança de mercadorias viu agravar o seu défice, não falando do endividamento externo que cresceu de forma avassaladora.
E o líder do PCP não se esqueceu também de recordar no debate que a taxa de desemprego ultrapassou pela primeira vez em 2007 a taxa média da União Europeia, atingindo hoje os dez por cento em sentido lato, tal como fez questão de lembrar a José Sócrates que o nosso PIB cresceu sempre entre 2002 e 2008 a um ritmo que foi em média metade do registado na União Europeia e, desde então, não mais parámos de divergir do resto da Europa.
Realidade que faz cair por terra a tese propalada pelo Governo – isentando as suas próprias responsabilidades - de que todo o nosso infortúnio reside na crise internacional.
E que levou Jerónimo de Sousa a perguntar ao primeiro-ministro: «como é que corrige os erros se não os reconhece nem reconhece a realidade? Não há nenhuma causa interna? Não tem nenhuma responsabilidade no estado a que o País chegou e nos protestos e lutas dos trabalhadores da administração pública, do sector privado, dos professores, dos enfermeiros, dos profissionais das forças de segurança, dos juízes, dos agricultores, dos magistrados, dos pescadores, dos utentes de serviços públicos? Tudo isto lutou sem razão?».
O Secretário-geral do PCP, na sua primeira intervenção no debate (de que transcrevem largos excertos na página seguinte), condenou ainda o que classificou de «coisa arrepiante», referindo-se à «cumplicidade objectiva do Governo face ao assalto de empresas e grupos monopolistas às pequenas empresas e aos sectores produtivos», criticando a falta de intervenção do Executivo e que «uma dita Autoridade da Concorrência permaneça em silêncio».