Um terço da população dos 27 países da UE não tem capacidade económica para fazer face a uma despesa imprevista, concluiu o Eurostat num estudo relativo a 2007 divulgado na passada semana.
O mesmo inquérito mostra que, no mesmo período, sete por cento da população vivia numa família que não foi capaz de pagar a tempo as suas facturas nos 12 últimos meses, enquanto três por cento declarou não ter podido liquidar o aluguer da habitação ou o crédito hipotecário.
A incapacidade financeira para despesas imprevistas afecta 63 por cento da população da Letónia e da Hungria, 54 por cento da população da Polónia, 20 por cento em Portugal, 19 por cento na Dinamarca e 18 por cento na Suécia.
As percentagens mais elevadas de facturas por pagar foram registadas na Hungria (18%), na Polónia (17%), na Grécia (16%) e na Eslovénia (11%). Em Portugal este drama foi vivido por cinco por cento da população.
Os atrasos no aluguer ou liquidação da prestação do crédito à habitação foram maiores na Grécia (7%), em França e no Chipre (6%). Em Portugal, três por cento declararam atrasos nesta obrigação.
O estudo estatístico mostra ainda que nove por cento da população da UE27 não tem meios para adquirir um automóvel, verificando-se as percentagens mais elevadas na Roménia (56%), Letónia (30%), Eslováquia (24%), Hungria (23%), Estónia (21%) e Polónia (20%). Em Portugal este indicador é de 11 por cento.
Por último, nove por cento dos cidadãos na UE/27 declararam viver numa família sem posses para adquirir um computador. As percentagens mais elevadas são na Roménia (43%), Letónia (24%) e Polónia (21%). Em Portugal, 18 por cento das famílias não têm meios para aceder a este bem. Em média na UE27, 68 por cento das famílias possuíam um computador em casa, índice que em Portugal não foi além de 56 por cento.