Comentário

Confiança

Ilda Figueiredo
Estamos na fase final da campanha eleitoral para o Parlamento Europeu, cujas eleições são já no dia 7 de Junho. São estas eleições que permitirão termos lá, no Parlamento Europeu, quem luta contra as orientações e directivas que lá se fazem, mas que, depois, aqui se aplicam, com as graves consequências já conhecidas de agravamento das injustiças sociais.
Esta campanha de luta, mas também de grande generosidade e confiança, foi uma campanha que, aqueles que procuram manter as injustiças e a exploração capitalista, procuraram esconder o mais possível. Numa primeira fase, tentaram silenciar, mas não conseguiram, por termos as televisões que são todos os activistas e simpatizantes da CDU.
Depois, foram os truques e as mentiras, as discriminações, as caricaturas e os ataques frontais, as descaradas promoções de outras forças para tentar apagar o papel insubstituível da CDU como a força que dá voz à indignação e ao protesto, a força consequente que luta e organiza para a luta.
Mas nunca conseguiram abalar a nossa confiança, por termos a força insubstituível da nossa convicção e da organização bem visível na maior Marcha que alguma força política jamais fez em Portugal. A marcha que demonstrou o apoio e a confiança na CDU. A confiança de que, com a CDU, é possível uma vida melhor.

Protesto empolgante

Era um mar de gente que se via do palco junto ao Marquês, no centro de Lisboa, empunhando bandeiras da CDU, pessoas vindas das mais diversas zonas do País, de diferentes idades e situações na vida, unidas pelo combate às políticas de direita. Um mar de gente que respondeu ao apelo da CDU e encheu as avenidas de Lisboa, desde o Campo Pequeno até ao Marquês de Pombal.
A Marcha foi uma empolgante demonstração do descontentamento, do protesto e da indignação que varrem o País, dizendo que basta de injustiças, exigindo uma ruptura e uma mudança, afirmando com determinação e confiança que, com mais força à CDU, sim, é possível uma vida melhor.
Todos nós que participámos na marcha da CDU, onde estavam mais de 85 mil pessoas, sentimos que representávamos muitos outros milhares de trabalhadores, reformados, mulheres e homens, mais ou menos jovens, que estão indignados com as injustiças sociais, o desemprego, a destruição do sector produtivo, as desigualdades crescentes, os lucros dos grupos económicos e financeiros que continuam a disparar à custa do empobrecimento da população e do País.
Ouvi esse descontentamento por todo o País, durante as muitas semanas que já levo de contacto com as populações, em sítios tão diversos como a porta das fábricas ou o interior das empresas, as ruas, os pequenos comerciantes, as feiras e mercados, os agricultores no mundo rural ou os pescadores à beira mar ou da ria na Torreira, os estudantes e professores em universidades e outras escolas públicas, os mineiros à porta das minas ou na rua, à espera de trabalho, como em Aljustrel, ou em luta por direitos não reconhecidos, como na Urgeiriça, ou com autarcas da CDU e micro e pequenos empresários a quem falham os apoios tantas vezes prometidos.

Mais votos para a CDU

E sempre repetimos: há outro caminho para Portugal e para o povo português, que passa pela defesa e valorização do trabalho e dos trabalhadores, pela defesa do nosso sector produtivo, pelo aumento da produção e do emprego com direitos, pelo apoio aos micro e pequenos empresários e a quem trabalha a terra, pela promoção dos serviços públicos, por uma melhor partilha e redistribuição da riqueza, pelo aumento do poder de compra de reformados e pensionistas e pelo combate ao desemprego. Outro caminho que é possível e necessário, defendendo a soberania e os interesses nacionais, base essencial para o desenvolvimento e progresso social do País, como sempre defendemos no Parlamento Europeu, onde levámos as lutas e aspirações do povo.
Por isso, exigimos o fim do Pacto de Estabilidade e da obsessão pelo défice orçamental, o fim dos paraísos fiscais e das orientações monetaristas do BCE, pugnámos por outra política económica e monetária, para promover políticas de criação de emprego com direitos, combater o desemprego e a precariedade laboral.
Por isso, exigimos a valorização do trabalho, o aumento dos salários, das pensões e reformas e votámos contra todas as directivas de liberalização e privatização dos serviços. É que lá se fazem e cá se pagam.
Por isso, precisamos de ter mais votos e mais deputados no Parlamento Europeu, para continuar a luta contra estas políticas que os deputados do PS, PSD e CDS lá votam e aqui aplicam ou aplicaram, contra os interesses dos trabalhadores, do povo e do País.
Por isso, vamos votar em quem não abdica de defender os interesses nacionais nem submete os seus interesses às forças dominantes em Bruxelas, vamos votar na CDU, a alternativa de que Portugal e a Europa necessitam.


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