Parlamento britânico

Renovação histórica

Pelo menos metade dos actuais deputados do parlamento britânico deverá perder o lugar nas próximas eleições, quer devido aos resultados eleitorais quer por demissões forçadas, na sequência do escândalo das despesas privadas reembolsadas pelo erário público.
A projecção, feita pelo Sunday Times, na edição de dia 24, calcula que dos 646 deputados, 325 deverão ser substituídos por novos representantes. Segundo as previsões do jornal, cerca de 30 deputados deverão abandonar os seus lugares em resultado directo do escândalo, enquanto mais de 200 outros não irão concorrer, receando um voto de sanção. Por último, cera de 90 dos actuais deputados deverão ser derrotados nas próximas eleições, previstas para daqui a um ano.
A investigação realizada pelo jornal e pelo centro de eleições da Universidade de Plymouth conclui que o Partido Trabalhista será mais afectado que os conservadores, afirmando que 170 deputados trabalhistas não irão recandidatar-se, contra 55 tories.
A esperada renovação histórica do parlamento britânico será ainda uma consequência da esperada vitória folgada dos conservadores que, segundo as sondagens, irão obter uma maioria de 80 lugares.
Depois da demissão anunciada na passada semana do presidente do parlamento, Michael Matin, por exigência de um grupo de deputados, facto inédito em mais de 300 anos de actividade da câmara, a renovação forçada de tão grande número de representantes só encontra paralelo nas eleições de 1945, imediatamente a seguir à II Guerra Mundial. Nesse ano, o partido de Churchill sofreu uma estrondosa derrota frente aos trabalhistas de Clemente Atlee, cujo governo viria a estabelecer as bases do sistema de protecção social que perdurou até aos governos de Thatcher, bem como a realizar um vasto programa de nacionalizações, onde se incluíram as minas e os caminhos-de-ferro, que permitiram ao Reino Unido ultrapassar o estado de ruína deixado pela guerra.


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