A experiência de freguesias do distrito do Porto

Como se faz uma grande Marcha

Miguel Silva
Pouco tempo tinha decorrido do anúncio da realização da Marcha «Protesto, Confiança e Luta», da CDU, marcada para 23 de Maio, e já os militantes do PCP Cláudia Silva, Fernando Queiroz, Luís Ferraz e Adriano idealizavam, juntamente com os camaradas das organizações a que pertencem, os métodos a seguir para a divulgação e inscrição de todos aqueles que, com ou sem filiação partidária, pretendessem juntar-se àquela grande iniciativa.
E os resultados são francamente positivos. Cláudia Silva e os seus camaradas da Freguesia de Avintes, em Vila Nova de Gaia (terra natal de Adriano Correia de Oliveira, cantor comunista recentemente celebrado naquela freguesia, e facto do qual é evidente e notório o orgulho dos comunistas de Avintes), iniciaram, numa primeira fase, os contactos entre os militantes organizados, que, por sua vez, «davam indicação de mais pessoas que poderiam estar interessadas».
Mas não se ficaram por aí. Desde inscrições aquando das bancas para venda do último Avante!, até às inscrições recolhidas em visita à freguesia realizada com a candidata da CDU ao Parlamento Europeu, Ilda Figueiredo, todas as iniciativas serviram para contactar e «ganhar» aqueles que se revêem na CDU e que desejam participar na marcha de 23 de Maio. Já são cerca de oitenta as inscrições, incluindo algumas pessoas que, sem serem «conhecidas de alguém», se aproximaram e pediram para se inscrever, aquando das acções públicas realizadas.

Há tempo para mais inscrições

Das freguesias de Ermesinde e Campo, em Valongo, Luís Ferraz e Adriano contam já com mais de dois autocarros cheios, sendo que, pela primeira vez, pelo menos um dos veículos «vai completo de Ermesinde». Também nestas freguesias, o contacto com os militantes se tem revelado crucial para conseguir inscrições, se bem que, como testemunhou Luís Ferraz, «até dois jovens com filiação noutros partidos se inscreveram», confirmando, logo de seguida, que os mesmos «sabem exactamente ao que vão».
Em Ermesinde, contou, «juntaram-se flyers de inscrição para a Marcha em toda a propaganda que entretanto foi sendo distribuída naquela freguesia». Para Adriano, da freguesia de Campo, o «boca-a-boca» tem sido fundamental, e afirma que, apesar dos quase 70 inscritos, ainda «há tempo para mais». Estes contactos para a Marcha têm servido também, afirmam os dois militantes, para a reaproximação de muita gente à CDU e ao PCP que, por diversos motivos, não têm participado nas iniciativas realizadas.

«As pessoas começam a andar»

Calcorreando, literalmente, quatro freguesias de Santo Tirso, que são S. Salvado do Campo, S. Martinho, S. Mamede de Negrelos e Vilarinho (organizações que envolvem pouco mais do que 50 militantes do PCP com actividade regular), Fernando Queiroz caminha a passo largos para completar o terceiro autocarro nestas quatro freguesias.
Para este militante comunista de Santo Tirso, a grave situação daquela região do País, uma das mais pobres e com a taxa de desemprego mais elevada, leva a que cada vez mais pessoas, que apoiaram outras forças políticas no passado, se revejam agora na CDU e nas suas posições. Já no 1.º de Maio este militante organizou um autocarro que se deslocou ao Porto para se juntar ao desfile e celebração da CGTP-IN. Dada a grave situação, «as pessoas começam a andar», afirma.
Fernando Queiroz deu como exemplo os muitos reformados que tem contactado, que estão cada vez mais a aderir às iniciativas do PCP e da CDU, como forma de crítica à grave situação que se vive no País e também daquela região. Pese embora o pouco tempo que já dista até 23 de Maio, espera-se que continuem a aparecer mais inscrições. Prepara-se, um pouco por todo o País, uma grande demonstração de confiança e luta. Por uma vida melhor!


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