Trabalhadores pedem contas à União Europeia
Despedimentos, salários em atraso, pobreza – este o drama de milhares de trabalhadores portugueses que esta semana esteve em foco no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
«Queremos dizer que não desistimos da Qimonda »
«Cresce exponencialmente o número de trabalhadores afectados pelo desemprego em Portugal. Todos os dias há empresas a anunciar despedimentos de trabalhadores ou, mesmo, o encerramento completo» – as palavras são da eurodeputada comunista Ilda Figueiredo, que no início da semana chamou a atenção do PE para a necessidade de medidas urgentes para fazer face aos problemas sociais que se agudizam com a crise capitalista.
Destacando, entre os casos mais graves, a ameaça que paira sobre cerca de 2000 trabalhadores da Qimonda, em Vila do Conde, na sequência da declaração de insolvência, a 23 de Janeiro, da empresa-mãe, na Alemanha, Ilda Figueiredo recordou também que em Portugal «aumenta o escândalo do atraso no pagamento de salários e de outras remunerações devidas aos trabalhadores, como acontece em algumas empresas corticeiras, têxteis, cerâmicas e da metalurgia». Esta situação grave – sublinhou a eurodeputada – cria «problemas sociais, aumenta a pobreza e atinge situações dramáticas sobretudo quando atinge vários membros da mesma família, como pude constatar numa reunião que tive com trabalhadores em luta pelos salários, à porta da Subercor, em Santa Maria da Feira, onde trabalham vários casais, já com dificuldade em alimentar os seus filhos».
Testemunho desta realidade deram ontem, 4 de Fevereiro, delegações de representantes de trabalhadores da Qimonda idos de Portugal e da Alemanha, que esperam do PE solidariedade e medidas urgentes que resolvam os problemas.
Também o Secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, esteve esta semana em Estrasburgo onde, acompanhado de Ângelo Alves, membro da Comissão Política, participou na reunião do Grupo parlamentar Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL), entre outros contactos previstos.
Audição pública
A presença em Estrasburgo de trabalhadores da Qimonda deveu-se à decisão do GUE/NGL de promover, por iniciativa dos deputados do PCP no PE, uma audição pública sobre a situação daquela empresa.
Recorda-se que o processo de insolvência da Qimonda – empresa alemã que emprega cerca de 12 000 trabalhadores em todo o mundo, dos quais cerca de 2000 em Portugal – representa uma séria ameaça para o futuro da empresa sediada em Vila do Conde, com gravíssimas consequências ao nível do emprego e do desenvolvimento sócio-económico nesta região do País.
Na sequência de compromissos assumidos com os trabalhadores, a deputada Ilda Figueiredo questionou a Comissão e o Conselho da União Europeia sobre as medidas que estão a ser tomadas para fazer face à situação, tendo em conta que a fábrica se encontra numa região onde a taxa de desemprego é já muito elevada e superior às médias nacional e comunitária.
A situação dos trabalhadores da Qimonda na Alemanha é igualmente dramática. A verificar-se, o encerramento da empresa lançará no desemprego 3200 trabalhadores na principal fábrica, em Dresden. Em defesa dos postos de trabalho, o Sindicato Alemão dos Metalúrgicos (IG Mettal) e a Comissão de Trabalhadores da Qimonda convocaram para 3 de Fevereiro uma manifestação em Dresden, a que se juntaram trabalhadores de outras empresa do ramo na capital da Saxónia.
«Convocámos esta manifestação com o objectivo de advertir para as consequências da morte do Silicon Saxony, o derradeiro pólo da micro-electrónica europeia [congénere do célebre cluster californiano de micro-electrónica, Silicon Valley]», disse Wigand Cramer, especialista do IG Metall em questões ligadas à indústria de semi-condutores, em declarações à Lusa.
«Queremos dizer que não desistimos da Qimonda e que o apoio ao plano de reestruturação para a salvar não pode vir só da Saxónia, de Portugal e do governo alemão em Berlim, tem de ser dado também pela União Europeia», sublinhou Cramer.
Destacando, entre os casos mais graves, a ameaça que paira sobre cerca de 2000 trabalhadores da Qimonda, em Vila do Conde, na sequência da declaração de insolvência, a 23 de Janeiro, da empresa-mãe, na Alemanha, Ilda Figueiredo recordou também que em Portugal «aumenta o escândalo do atraso no pagamento de salários e de outras remunerações devidas aos trabalhadores, como acontece em algumas empresas corticeiras, têxteis, cerâmicas e da metalurgia». Esta situação grave – sublinhou a eurodeputada – cria «problemas sociais, aumenta a pobreza e atinge situações dramáticas sobretudo quando atinge vários membros da mesma família, como pude constatar numa reunião que tive com trabalhadores em luta pelos salários, à porta da Subercor, em Santa Maria da Feira, onde trabalham vários casais, já com dificuldade em alimentar os seus filhos».
Testemunho desta realidade deram ontem, 4 de Fevereiro, delegações de representantes de trabalhadores da Qimonda idos de Portugal e da Alemanha, que esperam do PE solidariedade e medidas urgentes que resolvam os problemas.
Também o Secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, esteve esta semana em Estrasburgo onde, acompanhado de Ângelo Alves, membro da Comissão Política, participou na reunião do Grupo parlamentar Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL), entre outros contactos previstos.
Audição pública
A presença em Estrasburgo de trabalhadores da Qimonda deveu-se à decisão do GUE/NGL de promover, por iniciativa dos deputados do PCP no PE, uma audição pública sobre a situação daquela empresa.
Recorda-se que o processo de insolvência da Qimonda – empresa alemã que emprega cerca de 12 000 trabalhadores em todo o mundo, dos quais cerca de 2000 em Portugal – representa uma séria ameaça para o futuro da empresa sediada em Vila do Conde, com gravíssimas consequências ao nível do emprego e do desenvolvimento sócio-económico nesta região do País.
Na sequência de compromissos assumidos com os trabalhadores, a deputada Ilda Figueiredo questionou a Comissão e o Conselho da União Europeia sobre as medidas que estão a ser tomadas para fazer face à situação, tendo em conta que a fábrica se encontra numa região onde a taxa de desemprego é já muito elevada e superior às médias nacional e comunitária.
A situação dos trabalhadores da Qimonda na Alemanha é igualmente dramática. A verificar-se, o encerramento da empresa lançará no desemprego 3200 trabalhadores na principal fábrica, em Dresden. Em defesa dos postos de trabalho, o Sindicato Alemão dos Metalúrgicos (IG Mettal) e a Comissão de Trabalhadores da Qimonda convocaram para 3 de Fevereiro uma manifestação em Dresden, a que se juntaram trabalhadores de outras empresa do ramo na capital da Saxónia.
«Convocámos esta manifestação com o objectivo de advertir para as consequências da morte do Silicon Saxony, o derradeiro pólo da micro-electrónica europeia [congénere do célebre cluster californiano de micro-electrónica, Silicon Valley]», disse Wigand Cramer, especialista do IG Metall em questões ligadas à indústria de semi-condutores, em declarações à Lusa.
«Queremos dizer que não desistimos da Qimonda e que o apoio ao plano de reestruturação para a salvar não pode vir só da Saxónia, de Portugal e do governo alemão em Berlim, tem de ser dado também pela União Europeia», sublinhou Cramer.