Explosão social na Grécia
Com uma greve geral marcada para ontem, quarta-feira, 10, a segunda em menos de dois meses, a Grécia está a atravessar um dos períodos de maior agitação social das últimas décadas.
Desde o fim-de-semana passado que se registam por todo o país motins urbanos, manifestações e violentos confrontos com a polícia de choque. O governo de direita está cada vez mais isolado e enfraquecido face à poderosa vaga de contestação social que abrange vários sectores da sociedade.
A morte, sábado à noite, de Alexis Grigoropoulos, um jovem de 15 anos abatido por um agente policial, serviu de rastilho à explosão social que rapidamente se propagou a todo o país.
Os confrontos entre estudantes e a polícia tornaram-se frequentes nas últimas semanas. A degradação das condições no ensino e as reformas privatizadoras têm levado às ruas milhares de jovens que se confrontam com a repressão policial.
No bairro estudantil de Exarchia, nas proximidades da escola politécnica de Atenas, a presença da polícia há muito que não é bem vinda. Alexis estava entre o grupo de 30 jovens que recebeu à pedrada uma viatura policial transportando dois agentes. Um deles saiu do automóvel e disparou três tiros. A bala mortal tirou a vida ao adolescente.
A notícia do brutal assassinato provocou a revolta entre os habitantes do centro da capital grega. Centenas de estudantes ocuparam as ruas, manifestando-se contra o arbítrio policial. A chegada de unidades de choque apenas radicalizou os motins que alastraram a outras zonas da cidade.
Grupos de jovens atacaram fachadas de bancos, incendiaram automóveis destruíram montras e lançaram fogo a lojas de marca situadas na Rua Ermou, a principal artéria comercial de Atenas.
Nos dias seguintes, as agências internacionais deram conta de manifestações e tumultos em praticamente todas as grandes cidades do país. Salónica, Patras, Trikala, Loanina em Epirus, Drama, Kavala, Komotini, Heraklion e Caneia na ilha de Creta, Mytilene na ilha de Lesbos, a ilha de Corfu e a de Rodes foram abaladas por protestos e violentas batalhas campais com a polícia de choque.
Uma manifestação com milhares de pessoas, realizada na tarde dominical, em Atenas, terminou igualmente em graves confrontos com as forças da ordem.
Desde sábado, mais de 40 feridos deram entrada nos hospitais do país e cerca de centena e meia de pessoas foram detidas. O presidente da Grécia, Carolos Papulias, considerou que «a morte do jovem é uma ferida no Estado de Direito». Os dois agentes foram presos e o governo de Costas Caramanlis prometeu punições severas.
Na segunda-feira, os professores do ensino superior iniciaram uma greve de três dias enquanto as escolas secundárias de Atenas e do Pireu encerram em memória do jovem Alexis. Vários partidos, entre eles o Partido Comunista Grego, promoveram manifestações. Protestos fizeram-se ouvir ainda nos consulados da Grécia em Berlim, que foi ocupado pacificamente no domingo por 15 cidadãos, em Paris e em Londres, onde 40 pessoas se manifestaram frente à embaixada grega, tendo sido de imediato dispersadas pela polícia, que deteve três delas.
Depois de uma noite tumultuosa, o funeral do jovem Alexis Grigoropoulos teve lugar na tarde de terça-feira. Por decisão do Ministério da Educação, as escolas secundárias encerraram em sinal de luto. Na capital, milhares de alunos desfilaram no centro seguidos por uma manifestação de professores.
Desde o fim-de-semana passado que se registam por todo o país motins urbanos, manifestações e violentos confrontos com a polícia de choque. O governo de direita está cada vez mais isolado e enfraquecido face à poderosa vaga de contestação social que abrange vários sectores da sociedade.
A morte, sábado à noite, de Alexis Grigoropoulos, um jovem de 15 anos abatido por um agente policial, serviu de rastilho à explosão social que rapidamente se propagou a todo o país.
Os confrontos entre estudantes e a polícia tornaram-se frequentes nas últimas semanas. A degradação das condições no ensino e as reformas privatizadoras têm levado às ruas milhares de jovens que se confrontam com a repressão policial.
No bairro estudantil de Exarchia, nas proximidades da escola politécnica de Atenas, a presença da polícia há muito que não é bem vinda. Alexis estava entre o grupo de 30 jovens que recebeu à pedrada uma viatura policial transportando dois agentes. Um deles saiu do automóvel e disparou três tiros. A bala mortal tirou a vida ao adolescente.
A notícia do brutal assassinato provocou a revolta entre os habitantes do centro da capital grega. Centenas de estudantes ocuparam as ruas, manifestando-se contra o arbítrio policial. A chegada de unidades de choque apenas radicalizou os motins que alastraram a outras zonas da cidade.
Grupos de jovens atacaram fachadas de bancos, incendiaram automóveis destruíram montras e lançaram fogo a lojas de marca situadas na Rua Ermou, a principal artéria comercial de Atenas.
Nos dias seguintes, as agências internacionais deram conta de manifestações e tumultos em praticamente todas as grandes cidades do país. Salónica, Patras, Trikala, Loanina em Epirus, Drama, Kavala, Komotini, Heraklion e Caneia na ilha de Creta, Mytilene na ilha de Lesbos, a ilha de Corfu e a de Rodes foram abaladas por protestos e violentas batalhas campais com a polícia de choque.
Uma manifestação com milhares de pessoas, realizada na tarde dominical, em Atenas, terminou igualmente em graves confrontos com as forças da ordem.
Desde sábado, mais de 40 feridos deram entrada nos hospitais do país e cerca de centena e meia de pessoas foram detidas. O presidente da Grécia, Carolos Papulias, considerou que «a morte do jovem é uma ferida no Estado de Direito». Os dois agentes foram presos e o governo de Costas Caramanlis prometeu punições severas.
Na segunda-feira, os professores do ensino superior iniciaram uma greve de três dias enquanto as escolas secundárias de Atenas e do Pireu encerram em memória do jovem Alexis. Vários partidos, entre eles o Partido Comunista Grego, promoveram manifestações. Protestos fizeram-se ouvir ainda nos consulados da Grécia em Berlim, que foi ocupado pacificamente no domingo por 15 cidadãos, em Paris e em Londres, onde 40 pessoas se manifestaram frente à embaixada grega, tendo sido de imediato dispersadas pela polícia, que deteve três delas.
Depois de uma noite tumultuosa, o funeral do jovem Alexis Grigoropoulos teve lugar na tarde de terça-feira. Por decisão do Ministério da Educação, as escolas secundárias encerraram em sinal de luto. Na capital, milhares de alunos desfilaram no centro seguidos por uma manifestação de professores.