Suspensão das Pirites Alentejanas

PCP alerta para desastre social

O PCP exigiu explicações ao Governo sobre o acordo assinado entre o Estado e a Lundin Mining para retomar a exploração mineira em Aljustrel, suspensa no passado dia 13.
A Lundin Mining, grupo sueco/canadiano, anunciou a suspensão da extracção e produção de zinco nas minas de Neves-Corvo (Castro Verde) e Aljustrel (Beja) invocando a baixa cotação daquele metal no mercado e até que «haja uma recuperação dos preços».
No caso de Aljustrel, esta decisão implica a «suspensão da actividade produtiva» do complexo, mantendo-se apenas a actividade relacionada com a manutenção das instalações.
Para o PCP, que requereu a presença do ministro da Economia no Parlamento para dar explicações sobre a matéria, aproveitando a sua presença anteontem na comissão parlamentar de economia e finanças para discussão do OE – pedido este que foi chumbado pelo PS –, a suspensão da exploração mineira em Aljustrel «torna indispensável» que seja esclarecido «o conteúdo da adenda» ao acordo de compra e venda de acções da concessionária da mina de Aljustrel, a Pirites Alentejanas, assinado entre a Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) e a multinacional canadiana Eurozinc (entretanto fundida com a sueca Lundin Mining Corporation formando, em 2006, o grupo sueco/canadiano Lunding Mining).
Esta posição da bancada comunista foi formalizada em carta dos deputados comunistas José Soeiro e Agostinho Lopes dirigida ao presidente da Comissão dos Assuntos Económicos, Inovação e Desenvolvimento Regional. No texto, além do pedido de audição ao titular da pasta da Economia (entretanto recusado), os deputados pedem ao responsável pela comissão parlamentar para que interceda junto do Governo no sentido de que este envie «de imediato» à Comissão «toda a documentação relativa aos negócios do Estado com a Eurozinc» sobre a concessionária da mina de Aljustrel.
O Grupo parlamentar do PCP quer saber «quais os reais compromissos assumidos por ambas as partes» no processo de reactivação das minas de Aljustrel e que «medidas vai o Governo tomar «para «evitar um novo desastre social no concelho».
Os deputados comunistas querem também que o Governo explique como é que «um negócio que ainda há menos de seis meses era assumido pelo próprio primeiro-ministro como um exemplo» seja agora apresentado como um projecto para encerrar.
A então Eurozinc «beneficiou de contratos de investimento assinados com o Estado português em 2005, que lhe asseguraram importantes incentivos no valor de muitos milhões de euros», lembram os parlamentares do PCP, sublinhando que em Maio deste ano, a Lundin Mining, na presença do primeiro-ministro e do ministro da Economia, durante a cerimónia que marcou o arranque simbólico da retoma da produção comercial, «assegurava manter a laboração da mina por um período mínimo de 10 anos e manifestava a sua intenção de aumentar o número de postos de trabalho» para «220 directos e 450 indirectos».
«Agora, de forma surpreendente, veio informar os trabalhadores da sua intenção de parar a laboração por tempo indeterminado e de manter apenas cerca de 45 trabalhadores para assegurar a manutenção da mina», lamentam os deputados do PCP.


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