A CIA é que manda
Recordando: há três anos o Washington Post revelou a existência de prisões secretas da CIA, com suspeitos de terrorismo, em vários países – e assinalava a passagem por países europeus, entre eles Portugal, de aviões com prisioneiros destinados a Guantánamo.
Depois, uma ong britânica garantiu que dezenas de voos com prisioneiros passaram por território português entre 2002 e 2006 – e tornou pública uma lista com os locais, dias e horas em que tais voos escalaram aeroportos portugueses. Recentemente o Governo espanhol revelou que pelo menos um avião com destino a Guantánamo passou por Portugal.
Tantas provas não pareceram, no entanto, suficientes ao Governo de José Sócrates para reconhecer os factos.
Em Fevereiro de 2007 foi decidida a abertura de um inquérito, a cargo da Procuradoria-Geral da República.
As provas da passagem desses aviões por Portugal – iniciadas com o Governo de Durão Barroso e prosseguidas com o de Sócrates – sendo por demais evidentes são, também, de fácil averiguação.
Que diabo, então um Governo não tem possibilidade de saber, de um dia para o outro (para não dizer de uma hora para a outra) se sim ou não aviões de outro país entraram no seu espaço aéreo, aterraram e descolaram de aeroportos nacionais?
Só se não quiser saber, ou, dizendo melhor, só se não quiser que se saiba aquilo que ele, Governo, está farto de saber. Como é o caso.
Dada a demora no esclarecimento da situação – e para anular qualquer hipótese de novos voos da CIA por aqui passarem - o grupo Parlamentar do PCP apresentou uma proposta no sentido de, a partir de agora, o espaço aéreo português ser interditado aos voos da prisão e da tortura. Com a aprovação de tal proposta o problema ficaria pelo menos, semi-resolvido, ou seja: enquanto se aguarda o resultado do lento inquérito em curso, assegurava-se desde já que, de futuro, não haverá aviões da CIA com presos a caminho da tortura.
O resultado da votação é conhecido: PS, PSD e CDS votaram contra a proposta do PCP - assim confirmando que houve voos da CIA e que esses voos se repetirão sempre que a CIA o entenda. Em resumo: que a CIA é que manda.
Depois, uma ong britânica garantiu que dezenas de voos com prisioneiros passaram por território português entre 2002 e 2006 – e tornou pública uma lista com os locais, dias e horas em que tais voos escalaram aeroportos portugueses. Recentemente o Governo espanhol revelou que pelo menos um avião com destino a Guantánamo passou por Portugal.
Tantas provas não pareceram, no entanto, suficientes ao Governo de José Sócrates para reconhecer os factos.
Em Fevereiro de 2007 foi decidida a abertura de um inquérito, a cargo da Procuradoria-Geral da República.
As provas da passagem desses aviões por Portugal – iniciadas com o Governo de Durão Barroso e prosseguidas com o de Sócrates – sendo por demais evidentes são, também, de fácil averiguação.
Que diabo, então um Governo não tem possibilidade de saber, de um dia para o outro (para não dizer de uma hora para a outra) se sim ou não aviões de outro país entraram no seu espaço aéreo, aterraram e descolaram de aeroportos nacionais?
Só se não quiser saber, ou, dizendo melhor, só se não quiser que se saiba aquilo que ele, Governo, está farto de saber. Como é o caso.
Dada a demora no esclarecimento da situação – e para anular qualquer hipótese de novos voos da CIA por aqui passarem - o grupo Parlamentar do PCP apresentou uma proposta no sentido de, a partir de agora, o espaço aéreo português ser interditado aos voos da prisão e da tortura. Com a aprovação de tal proposta o problema ficaria pelo menos, semi-resolvido, ou seja: enquanto se aguarda o resultado do lento inquérito em curso, assegurava-se desde já que, de futuro, não haverá aviões da CIA com presos a caminho da tortura.
O resultado da votação é conhecido: PS, PSD e CDS votaram contra a proposta do PCP - assim confirmando que houve voos da CIA e que esses voos se repetirão sempre que a CIA o entenda. Em resumo: que a CIA é que manda.