Protesto na Volkswagen

Milhares contra Bruxelas

Mais de 40 mil de trabalhadores da Volkswagen manifestaram-se, dia 12, frente à sede da empresa, em Wolsburg, Norte da Alemanha, para defender a «lei VW» e condenar as pressões de Bruxelas.

A Comissão Europeia pretende abolir a «lei VW»

A chamada «lei Volkswagen» foi adoptada em 1960 de modo a garantir ao estado da Baixa Saxónia uma minoria de bloqueio no capital do construtor, protegendo-o de tomadas hostis. Ao mesmo tempo, este estatuto confere importantes direitos aos trabalhadores, designadamente uma presença importante no conselho de vigilância.
E foi em sua defesa que IG Metall, sindicato que representa mais de 90 por cento dos trabalhadores da VW, convocou uma das maiores manifestações da história da empresa que enviou uma mensagem de condenação à Comissão Europeia pela decisão, tomada dias antes, de abrir um processo de infracção contra o estado alemão. Em Outubro de 2007, o Tribunal Europeu declarou que a norma viola o princípio da livre circulação de capitais na UE.
«Não temos necessidade de menos, mas sim de mais leis VW», declarou Berthold Huber, presidente do sindicato dos metalúrgicos IG Metall, perante a multidão de manifestantes.
Mas as preocupações dos trabalhadores da Volkswagen orientam-se igualmente para as crescentes pressões do grupo alemão Porsche, que já hoje é o maior accionista da VW, com 31 por cento do capital, e se prepara para alcançar uma posição maioritária.
De resto, o construtor de automóveis desportivos, que é um dos principais interessados na abolição da «lei VW», já expressou várias vezes o desejo de fazer da Volkswagen uma empresa «normal» e de alterar as actuais regras de representação dos trabalhadores que são o cerne do conhecido sistema de «co-gestão» da empresa.


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