Ouro, ouro!
Escrevia há semanas, nestas mesmas colunas, o camarada Vasco Cardoso, a propósito da «medalhite» que atingiu, através dos porta-vozes de sempre, a opinião pública portuguesa: «Os Jogos Olímpicos (...) projectaram no nosso país um conjunto de modalidades e atletas praticamente ignorados durante (pelo menos) os últimos quatro anos, confirmando que o desporto está muito para além do futebol profissional.»
Volto ao tema porque a actualidade de uma notícia me recordou a tempestade de comentários aleivosos contra ao atletas que não atingiram os objectivos que deles alguns esperavam – ganhar medalhas.
O facto é que o que se espera de um atleta e ele próprio também assim o entende e a isso aspira é a participação nos jogos e a superação, através dos seus esforços, das metas que se propôs. Bronze, prata e ouro coroam esse esforço, que é sério e muito. E os que não atingiram esses metais deveriam aceder ao direito de mostrar orgulho na participação que tiveram.
Recordei-me de um programa daqueles em que a propósito de futebol se fala de clubes, de dirigentes e, sobretudo, de dinheiros. Três fulanos, moderados por um jornalista, debitaram então drásticas e venenosas apreciações sobre os atletas. Que se gastara muito dinheiro com eles, afirmaram. Que os resultados não eram compatíveis com o dinheiro dos contribuintes assim mal gasto. Os jornais, entretanto, só falavam dos 15 milhões que o Estado tinha gasto com os desportistas. Sem cuidarem de saber daquele exemplo de um marchador, operário, que treinou com muita dureza e cuja empresa lhe «deu» dois meses para que ele pudesse marchar nos Jogos Olímpicos.
Como se Pequim fosse uma espécie de feira onde, carregadinhos de euros, os atletas fossem comprar... medalhas. A quanto sairia a de ouro? Um milhão? Dois?
Mas vamos à notícia que me fez recordar as medalhas de Pequim e o seu preço. Foi anunciada a compra de um jogador de futebol por um clube estrangeiro – isso mesmo, a compra, porque os profissionais vendem-se como escravos, por muito milionários que fiquem a ser na troca. O jogador ficou pela módica quantia de 18,6 milhões.
Ninguém protestou. Porque isto de grande futebol é bom negócio...
Volto ao tema porque a actualidade de uma notícia me recordou a tempestade de comentários aleivosos contra ao atletas que não atingiram os objectivos que deles alguns esperavam – ganhar medalhas.
O facto é que o que se espera de um atleta e ele próprio também assim o entende e a isso aspira é a participação nos jogos e a superação, através dos seus esforços, das metas que se propôs. Bronze, prata e ouro coroam esse esforço, que é sério e muito. E os que não atingiram esses metais deveriam aceder ao direito de mostrar orgulho na participação que tiveram.
Recordei-me de um programa daqueles em que a propósito de futebol se fala de clubes, de dirigentes e, sobretudo, de dinheiros. Três fulanos, moderados por um jornalista, debitaram então drásticas e venenosas apreciações sobre os atletas. Que se gastara muito dinheiro com eles, afirmaram. Que os resultados não eram compatíveis com o dinheiro dos contribuintes assim mal gasto. Os jornais, entretanto, só falavam dos 15 milhões que o Estado tinha gasto com os desportistas. Sem cuidarem de saber daquele exemplo de um marchador, operário, que treinou com muita dureza e cuja empresa lhe «deu» dois meses para que ele pudesse marchar nos Jogos Olímpicos.
Como se Pequim fosse uma espécie de feira onde, carregadinhos de euros, os atletas fossem comprar... medalhas. A quanto sairia a de ouro? Um milhão? Dois?
Mas vamos à notícia que me fez recordar as medalhas de Pequim e o seu preço. Foi anunciada a compra de um jogador de futebol por um clube estrangeiro – isso mesmo, a compra, porque os profissionais vendem-se como escravos, por muito milionários que fiquem a ser na troca. O jogador ficou pela módica quantia de 18,6 milhões.
Ninguém protestou. Porque isto de grande futebol é bom negócio...