As medalhas
Os Jogos Olímpicos que decorrem em Pequim projectaram no nosso país um conjunto de modalidades e atletas praticamente ignorados durante (pelo menos) os últimos quatro anos, confirmando que o desporto está muito para além do futebol profissional.
É quase uma grande descoberta colectiva, uma janela que durante duas semanas se abre sobre a ginástica, o atletismo, a natação, as modalidades colectivas, e nos mostra a beleza, o carácter universal, a exaltação e mobilização colectiva que constitui não só a prática desportiva, mas também a competição entre atletas e nações.
Obedecendo a quadros de análise intrínsecos às vicissitudes da sociedade em que vivemos, mas também a uma desesperada tentativa de projectar uma realidade - a nacional –, que não existe, os principais órgãos de comunicação social lançaram-se na exigência de resultados desportivos, ou melhor, de medalhas olímpicas, que a realidade desportiva nacional não autorizava, para, de seguida, assistirmos ao achincalhamento dos atletas olímpicos a pretexto desta ou daquela declaração mais destemperada.
É caso para perguntar onde estavam todos aqueles que agora se afirmam desiludidos e que pedem «brio» aos nossos atletas quando, ao longo dos anos, assistimos a uma clara secundarização da prática desportiva? A realidade é que o movimento associativo e popular sobrevive sem apoios e reconhecimento do Estado, constroem-se escolas sem pavilhões desportivos, o desporto escolar tem vindo a ser desmantelado e, recentemente, a disciplina de educação física nas escolas deixou de ser obrigatória, o número de piscinas olímpicas ou de pistas de atletismo contam-se pelos dedos, na alta competição não são poucos os atletas que se vêem forçados a treinar fora do seu país.
As recentes declarações do secretário de Estado do Desporto, quando afirmou que esta é a mais cara participação de sempre nos JO, são uma clara tentativa de desresponsabilização da política de direita pelos resultados desportivos alcançados e constituem um insulto a todos cujo esforço para se manterem na alta competição envolve sacrifícios que não seriam aceitáveis num país com outra política.
Mesmo reconhecendo que o desporto de alta competição tem especificidades, a verdade é que o mesmo não pode ser desligado de uma política de promoção do direito ao desporto em si, inseparável do direito ao emprego, à educação, à cultura, como aliás se pode confirmar pelos resultados que durante anos foram alcançados pelo conjunto dos países socialistas.
É quase uma grande descoberta colectiva, uma janela que durante duas semanas se abre sobre a ginástica, o atletismo, a natação, as modalidades colectivas, e nos mostra a beleza, o carácter universal, a exaltação e mobilização colectiva que constitui não só a prática desportiva, mas também a competição entre atletas e nações.
Obedecendo a quadros de análise intrínsecos às vicissitudes da sociedade em que vivemos, mas também a uma desesperada tentativa de projectar uma realidade - a nacional –, que não existe, os principais órgãos de comunicação social lançaram-se na exigência de resultados desportivos, ou melhor, de medalhas olímpicas, que a realidade desportiva nacional não autorizava, para, de seguida, assistirmos ao achincalhamento dos atletas olímpicos a pretexto desta ou daquela declaração mais destemperada.
É caso para perguntar onde estavam todos aqueles que agora se afirmam desiludidos e que pedem «brio» aos nossos atletas quando, ao longo dos anos, assistimos a uma clara secundarização da prática desportiva? A realidade é que o movimento associativo e popular sobrevive sem apoios e reconhecimento do Estado, constroem-se escolas sem pavilhões desportivos, o desporto escolar tem vindo a ser desmantelado e, recentemente, a disciplina de educação física nas escolas deixou de ser obrigatória, o número de piscinas olímpicas ou de pistas de atletismo contam-se pelos dedos, na alta competição não são poucos os atletas que se vêem forçados a treinar fora do seu país.
As recentes declarações do secretário de Estado do Desporto, quando afirmou que esta é a mais cara participação de sempre nos JO, são uma clara tentativa de desresponsabilização da política de direita pelos resultados desportivos alcançados e constituem um insulto a todos cujo esforço para se manterem na alta competição envolve sacrifícios que não seriam aceitáveis num país com outra política.
Mesmo reconhecendo que o desporto de alta competição tem especificidades, a verdade é que o mesmo não pode ser desligado de uma política de promoção do direito ao desporto em si, inseparável do direito ao emprego, à educação, à cultura, como aliás se pode confirmar pelos resultados que durante anos foram alcançados pelo conjunto dos países socialistas.