Bolseiros acusam FCT

Cortes nas bolsas de investigação cientifica

Os bolseiros de investigação científica acusam a Fundação para a Ciência e a Tecnologia de contrariar compromissos assumidos, reduzindo o número de bolsas atribuídas no concurso de Janeiro/Maio.

Cortar na formação é abdicar de uma possibilidade real

«Com efeito, relativamente a 2002 (excluindo recursos) foi efectuado um corte de 23 por cento no número de bolsas atribuídas», aponta a Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC), em comunicado enviado terça-feira à comunicação social.
Considerando esta redução «profundamente negativa» por contrariar o compromisso assumido pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), os bolseiros dizem ainda que o «número de bolsas atribuídas este ano foi o mais baixo dos últimos seis (1084 em 1998, 1063 em 1999, 1141 em 2000, 1165 em 2001, 1120 em 2002, 862 em 2003)».
«A percentagem de bolsas concedidas relativamente ao total de candidatos foi igualmente a mais baixa desde 1998 (passou de 44 por cento para 32 por cento)», lê-se no documento.
A Associação dos Bolseiros conclui, então, ser essa «a verdadeira intenção da supressão de um dos dois concursos anuais para atribuição de bolsas, anunciada no início deste ano: a redução do número de bolsas a atribuir».
«Ao contrário do que foi afirmado, pela FCT, a existência de um único concurso anual não correspondeu a um direccionamento dos recursos financeiros no sentido da atribuição de bolsas (minimizando os custos de avaliação)», prosseguem, concluindo existir um «desinvestimento na formação avançada de recursos humanos em Ciência e Tecnologia (C&T)».

Desinvestimento consumado

Segundo a ABIC, não obstante o aumento do número de bolsas atribuídas verificado ao longo da década de 90 (de que resultou um aumento considerável do número de doutorados em C&T), no ano 2000 o número de novos doutores, entre os 25 e os 34 anos, em permilagem da população era em Portugal inferior a menos de metade da média da União Europeia (0,26 e 0,56 respectivamente).
«Estes dados reforçam a necessidade de intensificar o esforço de formação avançada, esforço que o desinvestimento agora consumado poderá comprometer irremediavelmente», consideram, acrescentando que cortar na formação não é poupar dinheiro, é abdicar de uma possibilidade real de desenvolvimento e progresso.


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