Lei eleitoral da Madeira

O Parlamento aprovou, na generalidade, com os votos favoráveis do PS, PSD e CDS-PP, a proposta da Assembleia Legislativa da Madeira que introduz alterações à Lei Eleitoral naquela região autónoma. PCP, BE e «Os Verdes» optaram pela abstenção.
Permitir o exercício de voto por quaisquer cidadãos que estejam ausentes do seu local de recenseamento no dia do sufrágio é o objectivo desta proposta de lei da ALRAM, que, nesse sentido, numa primeira fase, prevê alargar o direito de voto antecipado a todas as categorias de cidadãos, e, numa segunda fase, adoptar o voto electrónico como alternativa aos eleitores deslocados do seu local de residência.
Reconhecendo que a crescente mobilidade dos cidadãos não pode deixar de colocar a necessidade de alargar as possibilidade de voto antecipado, o deputado comunista António Filipe advertiu no entanto para a possibilidade de a excepção do voto antecipado se converter em regra, isto é, em «fenómeno incontrolado de antecipação» do exercício desse direito, com os «efeitos perversos» daí decorrentes».
A questão do voto electrónico mereceu igualmente reservas por parte da bancada do PCP, que lembrou estarem longe de ser resolvidos os problemas colocados neste domínio, designadamente do ponto de vista da sua segurança e fiabilidade.
«Não basta uma lei eleitoral proclamar o voto electrónico sem mais. É obrigatório que a lei eleitoral em causa defina exactamente o sistema de votação, o modo como se efectua e os mecanismos de salvaguarda dos princípios constitucionais indispensáveis para garantir a seriedade, a segurança e a democraticidade da eleição», sublinhou António Filipe, fazendo notar que o diploma agora aprovado ignora por completo os riscos associados à introdução da votação electrónica e que podem comprometer a democraticidade de uma eleição. É que, observou, nada diz, por exemplo, sobre a constituição da mesa, o modo de identificação do eleitor, a presença de delegados das listas, o apuramento e circuitos de comunicação dos dados, a autenticação do voto ou o segredo do voto.


Mais artigos de: Assembleia da República

Acção inigualável

Passando em revista o que foi a terceira sessão legislativa, iniciada em Setembro e concluída este mês, fácil é constatar o elevado nível de desempenho que coloca o Grupo Parlamentar do PCP num lugar ímpar em todos as esferas de intervenção na Assembleia da República.

Governo por mau caminho

A maioria PS, com a abstenção do PSD e os votos contra das restantes bancadas da oposição, aprovou no último plenário da sessão legislativa a proposta de lei do Governo para as Autoridades Metropolitanas de Transportes de Lisboa e Porto.

Preocupante deriva securitária

«Um passo sem precedentes na governamentalização das medidas de polícia e da própria investigação criminal», assim define o PCP a Lei de Segurança Interna e a Lei de Organização e Investigação Criminal, diplomas recentemente aprovados no Parlamento pela maioria PS.Para a bancada comunista, que votou contra, a estrutura e...

Obsessão securitária e negócio

A maioria socialista aprovou, há duas semanas, antes das férias, em votação final global, com os votos contra de toda a oposição, o diploma que autoriza o Governo a legislar sobre a instalação obrigatória de um dispositivo electrónico em todas as matrículas.Segundo o diploma, todos os veículos, sem excepção, passarão a...

Desprezar direitos básicos

Em matéria de respeito pelos direitos dos imigrantes e de afirmação de valores humanistas o PS dá mostras de perfeita sintonia com as forças mais obscurantistas europeias. A outra conclusão não é possível chegar depois do sentido de voto e da argumentação aduzida pela bancada socialista sobre um projecto de resolução do...

Divergir da média comunitária

A Conta Geral do Estado de 2006 foi recentemente aprovada pelo Parlamento com os votos favoráveis apenas do PS, contra do PCP, BE e PEV e a abstenção do PSD e do CDS-PP.No debate, o tom geral foi de acentuada crítica que se fez ouvir proveniente de todos os quadrantes. Para a bancada comunista, o documento valida todas...