Irão na mira de Israel

No topo das ameaças do imperialismo no Médio Oriente está o Irão. O pretexto é a decisão do governo iraniano de levar por diante o seu programa nuclear, cujo objectivo é a produção de energia, asseguram as autoridades de Teerão.
Os EUA e a UE têm liderado o endurecimento de posições contra a nação persa, mas Israel está na primeira linha de uma resposta militar aos iranianos.
De acordo com o The New York Times, Telavive terá mesmo iniciado durante o mês de Junho manobras militares de preparação de bombardeamentos contra instalações nucleares no Irão. O exército israelita não confirmou a informação avançada pelo diário norte-americano, mas também não negou, esclarecendo, em comunicado citado pela Lusa, que «a Força Aérea israelita treina-se regularmente para várias missões com o objectivo de confrontar e encarar os desafios que põem as várias ameaças contra Israel».
Os EUA são o principal aliado de Israel numa possível campanha. Fonte do Pentágono ouvida sob reserva de anonimato pelo jornal norte-americano, afirmou que os exercícios foram um sinal para o Irão e para os aliados europeus.
Os mais cépticos quanto a uma solução violenta, entende-se, porque no que toca à questão de fundo - vetar ao Irão a possibilidade de produzir energia nuclear, a sintonia entre os blocos imperialistas parece total, tanto mais que três dias depois da notícia do The Times, a UE aprovou, segunda-feira, sem debate prévio e numa reunião dos 27 ministros da Agricultura e Pescas, novas sanções contra o Irão.
Estas incluem, para além de representantes e instituições oficiais, a maior entidade bancária iraniana, com sedes em Paris, Londres e Hamburgo.
Para Bruxelas, a influência diplomática e militar no Médio Oriente assume crescente importância. A dias de tomar posse da presidência rotativa da UE, o presidente francês, Nicolas Sarkozy deslocou-se a Israel. Num discurso no parlamento do país, o Knesset, Sarkozy garantiu que a França jamais transigirá com a segurança de Israel.
O chefe de Estado gaulês, numa declaração muito saudada pelo presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, também defendeu a existência de um Estado Palestiniano com sede em Jerusalém, e o fim dos colonatos judeus, mas, considerando a história recente das promessas quebradas ao povo palestiniano, a afirmação – assim como a assinatura de um cessar-fogo com o Hamas em Gaza - pode não passar de uma declaração de intenções visando neutralizar momentaneamente a luta dos palestinianos pela paz, por uma pátria livre e independente, pelo menos enquanto Israel e as potências capitalistas manobram noutras frentes, como o Líbano, o Iraque ou o Irão.


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