Está explicado
A poucos meses de deixar a Casa Branca, Bush veio despedir-se dos seus aliados europeus. Aproveitou a visita para lhes agradecer os apoios preciosos que deram à sua incansável e generosa luta pela democracia, pela liberdade e pelos direitos humanos – e contra o terrorismo, que continua a ser a preocupação maior do ainda presidente dos EUA.
Trata-se de um gesto simpático e que confirma as nunca por demais exaltadas virtudes do homem que sucedeu ao não menos virtuoso Clinton, e que antecede outro gémeo (cujo nome logo se verá, mas já marcado com selo de virtuosidade) na civilizacional tarefa de limpar da face do planeta todos os que, de uma forma ou de outra e seja onde for, prejudiquem os interesses dos EUA – que são, toda a gente sabe, os interesses do mundo.
Nos vários encontros, Bush e os seus anfitriões proferiram exaltantes proclamações de fé democrática e brindaram aos êxitos alcançados na execução de meritórias tarefas, como foram, por exemplo, as invasões do Afeganistão e do Iraque, variante moderna de solução final para centenas de milhares de indesejáveis.
Os governantes da UE, honrados com a visita e gratos pela gratidão expressa pelo ilustre visitante, curvaram-se o suficiente para mostrar tudo o que tinham para mostrar: a abertura total para prosseguir a gesta democrática e antiterrorista.
Bush aproveitou e introduziu na agenda da despedida a questão do Irão.
Questão simples, aliás, e que se explica em três tempos: como se sabe, é aos EUA que compete decidir quais os países que devem (ou não) ter armas nucleares; os EUA decidiram e passaram a escrito que o Irão, não; o Irão fez ouvidos de mercador e os EUA têm dado provas de uma santíssima paciência - mas não querem esperar mais.
Portanto…
Consta que, perguntado sobre se as razões deste poder decisório dos EUA decorriam do tal mandato divino que é pertença de todos os presidentes daquele país, um governante europeu terá respondido que não, senhor, não é esse o caso – o que acontece é que os EUA são também líderes em experiência nesta matéria: foram os únicos, até hoje, que lançaram bombas atómicas sobre populações.
Pronto: está explicado.
Trata-se de um gesto simpático e que confirma as nunca por demais exaltadas virtudes do homem que sucedeu ao não menos virtuoso Clinton, e que antecede outro gémeo (cujo nome logo se verá, mas já marcado com selo de virtuosidade) na civilizacional tarefa de limpar da face do planeta todos os que, de uma forma ou de outra e seja onde for, prejudiquem os interesses dos EUA – que são, toda a gente sabe, os interesses do mundo.
Nos vários encontros, Bush e os seus anfitriões proferiram exaltantes proclamações de fé democrática e brindaram aos êxitos alcançados na execução de meritórias tarefas, como foram, por exemplo, as invasões do Afeganistão e do Iraque, variante moderna de solução final para centenas de milhares de indesejáveis.
Os governantes da UE, honrados com a visita e gratos pela gratidão expressa pelo ilustre visitante, curvaram-se o suficiente para mostrar tudo o que tinham para mostrar: a abertura total para prosseguir a gesta democrática e antiterrorista.
Bush aproveitou e introduziu na agenda da despedida a questão do Irão.
Questão simples, aliás, e que se explica em três tempos: como se sabe, é aos EUA que compete decidir quais os países que devem (ou não) ter armas nucleares; os EUA decidiram e passaram a escrito que o Irão, não; o Irão fez ouvidos de mercador e os EUA têm dado provas de uma santíssima paciência - mas não querem esperar mais.
Portanto…
Consta que, perguntado sobre se as razões deste poder decisório dos EUA decorriam do tal mandato divino que é pertença de todos os presidentes daquele país, um governante europeu terá respondido que não, senhor, não é esse o caso – o que acontece é que os EUA são também líderes em experiência nesta matéria: foram os únicos, até hoje, que lançaram bombas atómicas sobre populações.
Pronto: está explicado.