Imperialismo filantrópico
Qualquer pretexto serve para promover o militarismo e a guerra
Os Estados Unidos estão cada vez mais inquietos com os ventos libertadores que sopram na América Latina. Foi essa a razão que levou o Pentágono a decidir reactivar a IV Armada de guerra e destacá-la para os mares das Caraíbas e da América do Sul. Como descreve o «Figaro-online» (30.05.2008), o porta-aviões «USS Boxer», estacionado ao largo de S. Salvador, já está a servir de exemplo para o tipo de «operações humanitárias» com que a marinha de guerra norte-americana pretende justificar a sua presença num continente onde não dispõe de nenhum pretexto para qualquer agressão militar. Transformado em hospital flutuante, aquele navio de guerra está à disposição dos camponeses que necessitem de ser operados a cataratas nos olhos. Tanta generosidade e preocupação pela saúde dos salvadorenhos é surpreendente, sabendo-se que mais de 40 milhões de cidadãos norte-americanos não possuem qualquer direito aos serviços de saúde no seu país.
Já no início dos anos noventa, o exército alemão, a «Bundeswehr», iniciara a marcha além fronteiras com a montagem de um hospital militar «humanitário» no Camboja. Desde então o artigo 26.° da Constituição - que proíbe expressamente a participação da Alemanha em guerras de agressão e coloca os responsáveis por tais actos sob pena de prisão - foi rasgado com os resultados que se conhecem das intervenções militares generalizadas e da transformação da União Europeia num bloco político-militar imperialista. Hoje qualquer pretexto, inclusive a ajuda às populações atingidas por catástrofes naturais, serve para promover o militarismo e a guerra.
À semelhança do modelo norte-americano em que o Pentágono em sintonia com os grandes grupos monopolistas decide o fundamental, também aqui o objectivo é a redução das instituições políticas a uma função meramente notarial. Nos países capitalistas, o desmantelamento do chamado «Estado de Direito» por aqueles que constantemente o invocam, está muito mais avançado do que pode parecer aos constitucionalistas mais distraídos.
Mas tanta guerra «humanitária» e tanta «generosidade» capitalista custa dinheiro que os trabalhadores e o povos são obrigados a pagar para benefício das grandes potências imperialistas. O capital precisa de impor a sua estratégia nem que seja invocando poderes supranacionais incontroláveis e infalíveis, aos quais os povos têm de obedecer e submeter-se em silêncio. É essa a principal função da União Europeia. É profundamente lamentável que Sócrates tenha virado as costas ao povo do seu País transformando-se num moço de recados da presidência alemã da UE, ao ponto de Ângela Merkel tratar o primeiro-ministro de Portugal por «oh José», como se este fosse o jardineiro da chancelaria.
Ao intensificar a liquidação dos direitos sociais e laborais, e ao aderir à guerra e ao militarismo, o Governo e a direcção do Partido Socialista não fazem mais do que confirmar o que Karl Marx há 160 anos sintetizava no Manifesto do Partido Comunista ao explicar que «o socialismo burguês resume-se à afirmação de que os burgueses são burgueses – no interesse da classe operária».
Já no início dos anos noventa, o exército alemão, a «Bundeswehr», iniciara a marcha além fronteiras com a montagem de um hospital militar «humanitário» no Camboja. Desde então o artigo 26.° da Constituição - que proíbe expressamente a participação da Alemanha em guerras de agressão e coloca os responsáveis por tais actos sob pena de prisão - foi rasgado com os resultados que se conhecem das intervenções militares generalizadas e da transformação da União Europeia num bloco político-militar imperialista. Hoje qualquer pretexto, inclusive a ajuda às populações atingidas por catástrofes naturais, serve para promover o militarismo e a guerra.
À semelhança do modelo norte-americano em que o Pentágono em sintonia com os grandes grupos monopolistas decide o fundamental, também aqui o objectivo é a redução das instituições políticas a uma função meramente notarial. Nos países capitalistas, o desmantelamento do chamado «Estado de Direito» por aqueles que constantemente o invocam, está muito mais avançado do que pode parecer aos constitucionalistas mais distraídos.
Mas tanta guerra «humanitária» e tanta «generosidade» capitalista custa dinheiro que os trabalhadores e o povos são obrigados a pagar para benefício das grandes potências imperialistas. O capital precisa de impor a sua estratégia nem que seja invocando poderes supranacionais incontroláveis e infalíveis, aos quais os povos têm de obedecer e submeter-se em silêncio. É essa a principal função da União Europeia. É profundamente lamentável que Sócrates tenha virado as costas ao povo do seu País transformando-se num moço de recados da presidência alemã da UE, ao ponto de Ângela Merkel tratar o primeiro-ministro de Portugal por «oh José», como se este fosse o jardineiro da chancelaria.
Ao intensificar a liquidação dos direitos sociais e laborais, e ao aderir à guerra e ao militarismo, o Governo e a direcção do Partido Socialista não fazem mais do que confirmar o que Karl Marx há 160 anos sintetizava no Manifesto do Partido Comunista ao explicar que «o socialismo burguês resume-se à afirmação de que os burgueses são burgueses – no interesse da classe operária».