Um governo fora da lei
No dia 6 de Março a Colômbia testemunhou uma marcha de centenas de milhares de pessoas, a qual quase não teve cobertura nos média internacionais. Pudera! Era contra a parapolítica e os crimes de Estado. Desde esse dia até hoje, vários dos dirigentes que a convocaram foram assassinados. Leónidas Gómez, da União Nacional de Empregados Bancários; Giraldo Gómez Alzate, membro do Centro de Estudos e Investigações Docentes; e Carlos Burbano, da Associação Nacional de Trabalhadores de Hospitais e Clínicas foram alguns deles. Muitos outros estão ameaçados de morte. Uma das respostas a esta violência institucionalizada veio do Movimento de Vítimas de Crimes do Estado, da Assembleia Permanente da Sociedade Civil pela Paz e da Comissão Colombiana de Juristas, entre outros organismos cujos dirigentes decidiram igualmente arriscar a vida nesta lotaria da morte de Uribe, cuja política é denunciar como cúmplices das FARC todos os que não o apoiam sem reservas.
São vários os jornalistas e políticos dispostos a este trabalho sujo. Fernando Londoño e Apuleyo Mendoza, que costumava declarar-se de esquerda e amigo de García Márquez e hoje é uribista furibundo, são dois deles. Outro é José Obdulio Gaviria, um dos principais assessores de Uribe, que contribuiu decisivamente para esses crimes de Estado ao caracterizar a manifestação como «uma marcha das FARC». Sobre ele cai a maior responsabilidade nesses crimes políticos.
Essa implicação criminosa é tão evidente que há pouco um grupo de 63 membros da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, todos do Partido Democrata, enviaram uma carta a este sujeito responsabilizando-o pela violência exercida contra os militantes das organizações progressistas mais duramente reprimidas pelo regime de Uribe. Gaviria, ao acusar os manifestantes de «terroristas das FARC», sabia claramente que estava a ditar a sentença de morte de vários deles. A carta dos políticos norte-americanos afirma que tais declarações, além de inexactas, são perigosas e, dirigindo-se a Uribe, pedem-lhe que «distancie claramente o seu governo desses comentários». Obedecendo a Washington, é evidente que não só não o fez como não pára de acusar os governos do Equador e especialmente o da Venezuela de conivência com as FARC.
Da repressão à provocação
Um indivíduo claramente associado ao paramilitarismo e aos narcotraficantes e acusado de estar envolvido em vários massacres de camponeses – numa próxima ocasião falaremos da chacina realizada na povoação de El Aro, pela qual a Colômbia foi condenada pelo Tribunal Inter-americano de Direitos Humanos – anda agora à procura de uma guerra contra a Venezuela acusando Chávez de ser aliado das FARC. Tudo com a finalidade única de proporcionar ao seu amo na Casa Branca a «desculpa» para uma guerra de agressão contra os seus vizinhos. Nesta missão desestabilizadora é acompanhado não só pelo regime de Bush. A maior parte dos média alinha pelo mesmo diapasão. Recentemente, o espanhol El País e El Tiempo, de Bogotá, acertaram agulhas para «revelar» que as FARC têm tentáculos em todo o continente americano, chegando mesmo aos... Estados Unidos. Que estão em expansão em 17 países e contam com «o apoio providencial do presidente Hugo Chávez». Outros países da «rede terrorista» seriam Argentina, Costa Rica, Equador, México, Brasil, Chile e Peru. É evidente que, no México, o apoio seria o Partido da Revolução Democrática, o mesmo que foi escandalosamente roubado nas últimas presidenciais, onde «triunfou» Calderón, aliado de Washington. Estas acusações e outras saídas de Reyes foram lançadas inicialmente por Juan Manuel Santos, ministro da Defesa de Uribe, e posteriormente repetidas pelo «senhor das sombras».
Uribe e a máfia que o rodeia não tolera a ideia avançada por alguns sectores progressistas no sentido de que as FARC sejam declaradas forças beligerantes e retiradas, pelos Estados Unidos e pela União Europeia, da lista de organizações terroristas. Uribe recusa-se a reconhecer que a Colômbia vive uma situação de guerra. Mas a realidade desmente-o diariamente. Organizações sociais colombianas ratificam que cresce o número de neogranadinos deslocados das suas terras, devido a um conflito cada dia mais sangrento e que já produziu mais de quatro milhões de refugiados. Só a tragédia de Darfur apresenta números ainda piores.
São vários os jornalistas e políticos dispostos a este trabalho sujo. Fernando Londoño e Apuleyo Mendoza, que costumava declarar-se de esquerda e amigo de García Márquez e hoje é uribista furibundo, são dois deles. Outro é José Obdulio Gaviria, um dos principais assessores de Uribe, que contribuiu decisivamente para esses crimes de Estado ao caracterizar a manifestação como «uma marcha das FARC». Sobre ele cai a maior responsabilidade nesses crimes políticos.
Essa implicação criminosa é tão evidente que há pouco um grupo de 63 membros da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, todos do Partido Democrata, enviaram uma carta a este sujeito responsabilizando-o pela violência exercida contra os militantes das organizações progressistas mais duramente reprimidas pelo regime de Uribe. Gaviria, ao acusar os manifestantes de «terroristas das FARC», sabia claramente que estava a ditar a sentença de morte de vários deles. A carta dos políticos norte-americanos afirma que tais declarações, além de inexactas, são perigosas e, dirigindo-se a Uribe, pedem-lhe que «distancie claramente o seu governo desses comentários». Obedecendo a Washington, é evidente que não só não o fez como não pára de acusar os governos do Equador e especialmente o da Venezuela de conivência com as FARC.
Da repressão à provocação
Um indivíduo claramente associado ao paramilitarismo e aos narcotraficantes e acusado de estar envolvido em vários massacres de camponeses – numa próxima ocasião falaremos da chacina realizada na povoação de El Aro, pela qual a Colômbia foi condenada pelo Tribunal Inter-americano de Direitos Humanos – anda agora à procura de uma guerra contra a Venezuela acusando Chávez de ser aliado das FARC. Tudo com a finalidade única de proporcionar ao seu amo na Casa Branca a «desculpa» para uma guerra de agressão contra os seus vizinhos. Nesta missão desestabilizadora é acompanhado não só pelo regime de Bush. A maior parte dos média alinha pelo mesmo diapasão. Recentemente, o espanhol El País e El Tiempo, de Bogotá, acertaram agulhas para «revelar» que as FARC têm tentáculos em todo o continente americano, chegando mesmo aos... Estados Unidos. Que estão em expansão em 17 países e contam com «o apoio providencial do presidente Hugo Chávez». Outros países da «rede terrorista» seriam Argentina, Costa Rica, Equador, México, Brasil, Chile e Peru. É evidente que, no México, o apoio seria o Partido da Revolução Democrática, o mesmo que foi escandalosamente roubado nas últimas presidenciais, onde «triunfou» Calderón, aliado de Washington. Estas acusações e outras saídas de Reyes foram lançadas inicialmente por Juan Manuel Santos, ministro da Defesa de Uribe, e posteriormente repetidas pelo «senhor das sombras».
Uribe e a máfia que o rodeia não tolera a ideia avançada por alguns sectores progressistas no sentido de que as FARC sejam declaradas forças beligerantes e retiradas, pelos Estados Unidos e pela União Europeia, da lista de organizações terroristas. Uribe recusa-se a reconhecer que a Colômbia vive uma situação de guerra. Mas a realidade desmente-o diariamente. Organizações sociais colombianas ratificam que cresce o número de neogranadinos deslocados das suas terras, devido a um conflito cada dia mais sangrento e que já produziu mais de quatro milhões de refugiados. Só a tragédia de Darfur apresenta números ainda piores.