Divisões na NATO???
Quem acompanhou apenas pela comunicação social a cimeira da NATO de Bucareste poderia pensar que esta tinha sido essencialmente marcada por divisões entre os EUA e países da União Europeia, nomeadamente em torno da questão do alargamento. É verdade que tais diferenças - e não divisões – existiram, mas a análise mais “fina” da cimeira de Bucareste revela que elas aconteceram ou por razões de pormenor – como foi o caso do veto da Grécia ao alargamento à Macedónia pelo facto de a antiga república jugoslava ter adoptado o nome da região nordeste da Grécia – ou por razões tácticas de relacionamento com a Rússia – como foi o caso das diferenças em relação à adesão da Ucrânia e da Geórgia.
De facto a ideia de divisões de fundo no seio da NATO é uma falácia. Vamos a factos e às decisões da cimeira .
Alargamento a leste e aos Balcãs: Entrada da Albânia e da Croácia e acordo expresso de que «[Ucrânia e Geórgia] serão membros da NATO. O Plano de Acção Individual com vista à adesão é o próximo passo para a Ucrânia e a Geórgia nos seus caminhos para a integração na NATO». A nova «guerra das estrelas» de Bush: «reconhecemos a substancial contribuição para a protecção dos aliados […] que a planeada instalação do sistema norte-americano de defesa anti-míssil na Europa garantirá». Afeganistão: «acolhemos com satisfação os anúncios dos aliados e dos parceiros [da NATO] de novas contribuições de forças [militares] e de outras formas de apoio, como mais uma demonstração da nossa determinação; e desejamos contribuições adicionais». Resultado: mais dois mil militares para a guerra. Iraque: «A NATO aprovou propostas para um quadro de cooperação estruturada que desenvolva uma relação de longo prazo com o Iraque». Militarismo: «Encorajamos as nações cujas despesas de defesa estejam a diminuir para travar tal declínio e para terem como objectivo um aumento em termos reais dessa despesa». A suposta autonomia da EU: «Reconhecendo […] a NATO como o fórum essencial para a discussão sobre segurança entre a Europa e a América do Norte, reafirmamos a nossa solidariedade e coesão. O princípio da indivisibilidade da segurança dos Aliados é fundamental». Divisões? Tudo isto foi aprovado e subscrito por todos, Portugal incluído…
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(1) Todas as citações deste artigo são retiradas da Declaração da Cimeira de Bucareste disponível em http://www.summitbucharest.ro/en/doc_202.html
De facto a ideia de divisões de fundo no seio da NATO é uma falácia. Vamos a factos e às decisões da cimeira .
Alargamento a leste e aos Balcãs: Entrada da Albânia e da Croácia e acordo expresso de que «[Ucrânia e Geórgia] serão membros da NATO. O Plano de Acção Individual com vista à adesão é o próximo passo para a Ucrânia e a Geórgia nos seus caminhos para a integração na NATO». A nova «guerra das estrelas» de Bush: «reconhecemos a substancial contribuição para a protecção dos aliados […] que a planeada instalação do sistema norte-americano de defesa anti-míssil na Europa garantirá». Afeganistão: «acolhemos com satisfação os anúncios dos aliados e dos parceiros [da NATO] de novas contribuições de forças [militares] e de outras formas de apoio, como mais uma demonstração da nossa determinação; e desejamos contribuições adicionais». Resultado: mais dois mil militares para a guerra. Iraque: «A NATO aprovou propostas para um quadro de cooperação estruturada que desenvolva uma relação de longo prazo com o Iraque». Militarismo: «Encorajamos as nações cujas despesas de defesa estejam a diminuir para travar tal declínio e para terem como objectivo um aumento em termos reais dessa despesa». A suposta autonomia da EU: «Reconhecendo […] a NATO como o fórum essencial para a discussão sobre segurança entre a Europa e a América do Norte, reafirmamos a nossa solidariedade e coesão. O princípio da indivisibilidade da segurança dos Aliados é fundamental». Divisões? Tudo isto foi aprovado e subscrito por todos, Portugal incluído…
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(1) Todas as citações deste artigo são retiradas da Declaração da Cimeira de Bucareste disponível em http://www.summitbucharest.ro/en/doc_202.html