Dai-lhe lama
Os portugueses, na generalidade, nem sabem como são felizes por, no seu país, serem um povo unido na sua nacionalidade, língua e história. Caso raro, senão único, pelo menos na Europa. E, talvez por isso mesmo, estranham os problemas que os finais do século XX e os começos do XXI, trouxeram ao de cima, ajudados pela mediatização global que, como se sabe, funciona ao serviço do imperialismo.
Unidos por uma língua comum, salvo um par de dialectos reduzidos, os regionalismos que fazem com que palavras antigas perdurem numas zonas e tenham caído em desuso noutras; tradicionalmente cristãos – depois da «lavagem» manuelina que expulsou os mais coriáceos dos lusos seguidores da Tora e «cristianizou» os demais – há muito que não existe uma «questão religiosa» no País; orgulhosos (por vezes demasiado) da sua história comum que se abriu ao mundo e suficientemente atrasados para demandarem o mundo em busca do pão negado ou, noutros tempos, da liberdade roubada, encaram com certa perplexidade as sangrentas lutas que dividem estados, nações e países e parecem dividir o mundo em guerras de religião, de etnia, de falas e costumes. E, quando ignoram – como a maioria ignora, numa ignorância fabricada e instilada pelo imperialismo – as razões profundas dessas guerras que o capital aproveita e o império urde, mais vulneráveis são aos «argumentos» que os media de serviço lhes depositam nas consciências. A «opinião pública» tanto aplaude os «terroristas» católicos do Ulster (que ganharam a sua guerra de libertação quando os Estados Unidos intervieram para «pacificar» aquele canto da Europa) como aplaudem os «kosovares» mulçumanos cuja guerra foi instigada, financiada e preparada pelos mesmos imperialistas e, por fim, desencadeada pela NATO. Mas passa a olhar com suspeição os bascos e a sua luta, com horror a resistência iraquiana ou afegã que pega em armas contra a opressão dos EUA.
Agora, o tema mediático, servido por um simpático Dalai Lama, caixeiro-viajante do império, é a «questão» tibetana, que visa apresentar a China, gigantesco país onde convivem há séculos muitas nacionalidades, como um Estado opressor, visando, pelo menos, estragar-lhe os Jogos Olímpicos. Se forem só os jogos... É que a União Soviética, destroçada também pela ingerência externa na convivência exemplar que soube construir, continua a ser um exemplo de como o imperialismo sabe ganhar com a desunião dos povos.
Unidos por uma língua comum, salvo um par de dialectos reduzidos, os regionalismos que fazem com que palavras antigas perdurem numas zonas e tenham caído em desuso noutras; tradicionalmente cristãos – depois da «lavagem» manuelina que expulsou os mais coriáceos dos lusos seguidores da Tora e «cristianizou» os demais – há muito que não existe uma «questão religiosa» no País; orgulhosos (por vezes demasiado) da sua história comum que se abriu ao mundo e suficientemente atrasados para demandarem o mundo em busca do pão negado ou, noutros tempos, da liberdade roubada, encaram com certa perplexidade as sangrentas lutas que dividem estados, nações e países e parecem dividir o mundo em guerras de religião, de etnia, de falas e costumes. E, quando ignoram – como a maioria ignora, numa ignorância fabricada e instilada pelo imperialismo – as razões profundas dessas guerras que o capital aproveita e o império urde, mais vulneráveis são aos «argumentos» que os media de serviço lhes depositam nas consciências. A «opinião pública» tanto aplaude os «terroristas» católicos do Ulster (que ganharam a sua guerra de libertação quando os Estados Unidos intervieram para «pacificar» aquele canto da Europa) como aplaudem os «kosovares» mulçumanos cuja guerra foi instigada, financiada e preparada pelos mesmos imperialistas e, por fim, desencadeada pela NATO. Mas passa a olhar com suspeição os bascos e a sua luta, com horror a resistência iraquiana ou afegã que pega em armas contra a opressão dos EUA.
Agora, o tema mediático, servido por um simpático Dalai Lama, caixeiro-viajante do império, é a «questão» tibetana, que visa apresentar a China, gigantesco país onde convivem há séculos muitas nacionalidades, como um Estado opressor, visando, pelo menos, estragar-lhe os Jogos Olímpicos. Se forem só os jogos... É que a União Soviética, destroçada também pela ingerência externa na convivência exemplar que soube construir, continua a ser um exemplo de como o imperialismo sabe ganhar com a desunião dos povos.