Reforçar e afirmar o Partido!

Alexandre Araújo (Membro do Secretariado)
Em todo o país multiplicam-se as iniciativas de comemoração do 87.º aniversário do Partido Comunista Português, com orgulho numa história singular de quase nove décadas de um Partido sempre ao serviço dos trabalhadores e do povo.

O equilíbrio financeiro do Partido deve merecer uma atenção constante

Aniversário que se comemora relembrando e enaltecendo a história mas que sobretudo afirma no presente a sua determinação de continuar a luta por um Portugal melhor e a sua qualidade de Partido necessário e insubstituível para a ruptura com 30 anos de políticas de direita.
Aproveitamos também esta ocasião para, no seguimento da reunião do Comité Central de 2 e 3 de Março, iniciar a preparação do XVIII Congresso do Partido, momento alto da actividade partidária neste ano de 2008.
Iniciamos um processo que culminará nos dias 29 e 30 de Novembro e 1 de Dezembro no Campo Pequeno, em Lisboa, em que todos os militantes do Partido serão chamados a contribuir com a sua reflexão, para a análise da situação actual, para a definição das grandes orientações para a actividade partidária, fazendo com que o XVIII Congresso do PCP constitua uma grande realização de todo o colectivo partidário.
A realização do Congresso do PCP será também uma oportunidade para aprofundar o trabalho de reforço da organização do Partido. Na base do envolvimento e capacidade militante, devem merecer particular atenção a difusão e alargamento da leitura da imprensa do Partido, nomeadamente do Avante!; a responsabilização de quadros e a sua formação política e ideológica; a integração de mais militantes em organismos e a atribuição de responsabilidades e tarefas concretas; a dinamização das organizações de base; o reforço da organização e intervenção do Partido nas empresas e locais de trabalho; o recrutamento de novos militantes, particularmente de jovens e mulheres; o reforço da capacidade financeira do Partido.
No quadro do reforço orgânico do Partido e da sua capacidade de realização e iniciativa assume particular importância o reforço da sua capacidade financeira, que constitui um elemento central como garante da sua independência política e ideológica e da afirmação do Partido como construção colectiva da vontade dos seus militantes.

Sim, é possível!

À grande mistificação que constitui a ideia de que o financiamento partidário deve ser exclusivamente proveniente dos cofres do Estado, o PCP contrapõe o princípio que é aos seus membros, à sua militância, intervenção e capacidade de iniciativa e de realização que cabe garantir, com transparência, o essencial do financiamento da actividade partidária.
Assim o demonstram as contas apresentadas ao XVII Congresso, em que o financiamento público representava no PCP apenas 8 % das suas receitas.
Com vista a atingir o equilíbrio financeiro do Partido e de cada uma das suas organizações deve merecer uma atenção constante o esforço de elevação do nível de receitas. São linhas de trabalho a intensificar, entre outras, a melhoria da capacidade de atracção dos Centros de Trabalho e dos locais de convívio, a promoção de iniciativas políticas e de convívio de diversa dimensão, a recolha de contribuições de militantes, simpatizantes e eleitos do Partido.
Nas receitas do Partido constitui um elemento de importância central as quotizações, tanto pelo que representam de ligação aos membros do Partido como por constituírem a receita mais segura e regular que não depende de mais nenhum factor que não a própria capacidade de organização do Partido e da consciência política e ideológica dos seus militantes.
São positivos os resultados da atenção dada ao reforço orgânico do Partido, nomeadamente quanto à elevação dos valores dos quotas, tomando como referência o valor de 1% do salário de cada um, e ao aumento do número de membros do partido com a quota actualizada e a proceder ao seu pagamento regular (seja este feito junto da organização do Partido ou aproveitando novas possibilidades, como o pagamento por multibanco e a transferência bancária).
No prosseguimento desta acção assume um carácter decisivo a responsabilização de um maior número de membros do Partido pela tarefa da cobrança da quotas, valorizando o significado político da tarefa e a sua importância nas possibilidades que abre no funcionamento do Partido, na transmissão de informação, no alargamento da difusão e venda do Avante! e no envolvimento de mais camaradas nas iniciativas e na organização do Partido.
Também nesta área pensamos que sim, é possível um PCP mais forte, todos mostrando a mesma determinação com que no passado dia 1 de Março ergueram os seus cartões de militante e encheram de vermelho o Rossio.


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