Apelos e desabafos
Num momento em que milhares de professores por todo o país se manifestam contra a política do Governo PS para o sector educativo, o Presidente da República escolheu o fim de semana para, nas instalações do Colégio Militar, lançar um apelo à «serenidade».
Gostaria o Presidente da República que os ataques à escola pública e à dignidade do corpo docente, que o encerramento de 2700 escolas, que a destruição da gestão democrática, que a transferência para as autarquias de competências que não são suas, que o injusto modelo de avaliação imposto aos professores fossem aceites como mais umas das muitas «inevitabilidades» e «reformas» com que o Povo português é violentado vai para cima de trinta anos.
Apesar de cada uma dessas medidas constituir uma grosseira violação da Constituição da Republica que jurou cumprir e perante a qual, enquanto mais alta figura do Estado, tem obrigações acrescidas, o Presidente da República encontra-se mais preocupado com a onda de descontentamento e protesto que, como há muito não se via, mobiliza os professores.
Poucas semanas antes, perante a luta das populações, Cavaco Silva falava da dificuldade dos portugueses em compreenderem a política do governo para saúde, também aqui em flagrante conflito com a Constituição de Abril, que fecha maternidades, urgências e outros serviços, que torna os cuidados médicos cada vez mais caros, mais inacessíveis, mais privados, que alarga o número de portugueses sem médico de família e os coloca durante anos em listas de espera para consultas e cirurgias.
Apelos e desabafos, que são expressão da chamada convergência estratégica com que estes dois órgãos de soberania desenvolvem a sua acção, tornado evidente que o Presidente da República não só não tem reservas em apoiar a política do Governo PS, por mais dura e cruel que esta seja, como, ao sentir as dificuldades do governo perante a resistência e a luta contra a política de direita, não hesita em intervir procurando esvaziar o justo descontentamento.
No entanto, a vida demonstra que apelos majestáticos, tentativas de branqueamento das malfeitorias (como aconteceu com a inédita repetição do tema no programa Prós & Contras desta feita em contornos bem mais macios para o governo), ou poderosas operações de propaganda, podem enganar muitos, durante muito tempo, mas não enganam todos, nem durante o tempo todo. Pelo que a arma mais poderosa que os trabalhadores e as populações têm hoje nas suas mãos é a luta massas, cujo seu desenvolvimento, como afirmou o Comité Central do PCP dois dias depois do êxito Marcha Liberdade e Democracia, é o caminho para a mudança de rumo.
Gostaria o Presidente da República que os ataques à escola pública e à dignidade do corpo docente, que o encerramento de 2700 escolas, que a destruição da gestão democrática, que a transferência para as autarquias de competências que não são suas, que o injusto modelo de avaliação imposto aos professores fossem aceites como mais umas das muitas «inevitabilidades» e «reformas» com que o Povo português é violentado vai para cima de trinta anos.
Apesar de cada uma dessas medidas constituir uma grosseira violação da Constituição da Republica que jurou cumprir e perante a qual, enquanto mais alta figura do Estado, tem obrigações acrescidas, o Presidente da República encontra-se mais preocupado com a onda de descontentamento e protesto que, como há muito não se via, mobiliza os professores.
Poucas semanas antes, perante a luta das populações, Cavaco Silva falava da dificuldade dos portugueses em compreenderem a política do governo para saúde, também aqui em flagrante conflito com a Constituição de Abril, que fecha maternidades, urgências e outros serviços, que torna os cuidados médicos cada vez mais caros, mais inacessíveis, mais privados, que alarga o número de portugueses sem médico de família e os coloca durante anos em listas de espera para consultas e cirurgias.
Apelos e desabafos, que são expressão da chamada convergência estratégica com que estes dois órgãos de soberania desenvolvem a sua acção, tornado evidente que o Presidente da República não só não tem reservas em apoiar a política do Governo PS, por mais dura e cruel que esta seja, como, ao sentir as dificuldades do governo perante a resistência e a luta contra a política de direita, não hesita em intervir procurando esvaziar o justo descontentamento.
No entanto, a vida demonstra que apelos majestáticos, tentativas de branqueamento das malfeitorias (como aconteceu com a inédita repetição do tema no programa Prós & Contras desta feita em contornos bem mais macios para o governo), ou poderosas operações de propaganda, podem enganar muitos, durante muito tempo, mas não enganam todos, nem durante o tempo todo. Pelo que a arma mais poderosa que os trabalhadores e as populações têm hoje nas suas mãos é a luta massas, cujo seu desenvolvimento, como afirmou o Comité Central do PCP dois dias depois do êxito Marcha Liberdade e Democracia, é o caminho para a mudança de rumo.