Fazer correr mais sangue
A NATO tem vindo a agredir cada vez mais estados
A conferência de propaganda belicista da NATO, organizada anualmente em Munique pelo representante da Boeing na Alemanha, ex-manager da BMW e antigo conselheiro do chanceler Kohl, decorreu este ano visivelmente sob o signo: é preciso fazer correr mais sangue. Três dias antes do início da conferência, Rice afirmara em Londres a propósito do Afeganistão que «a população tem de compreender que isto não é uma simples missão de paz». E o Ministro da guerra dos EUA, Gates ameaçou em Munique que «a NATO não se pode dar ao luxo de deixar alguns estados executar missões menos perigosas enquanto outros combatem e morrem». Eufórica, a imprensa alemã de direita comentava no dia seguinte que tal como já acontecera em Vílnius a questão central do encontro de Munique foi a «partilha dos esforços no Afeganistão» uma vez que já «não se trata só de dinheiro mas de sangue» (FAZ, 11.02.08).
Face à resistência dos povos ao novo conceito estratégico - decidido em Washington em Abril de 1999, e na base do qual, sob o comando dos EUA, a NATO tem vindo a agredir cada vez mais estados - o imperialismo está a encontrar sérias dificuldades em impor o seu domínio.
Na Alemanha, os partidos da coligação governamental militarista e neoliberal, composta pela democracia-cristã e pela social-democracia, acabam de sofrer novas derrotas e significativas perdas de votos em sucessivas eleições regionais. Esta coligação dos derrotados nas eleições de 2005 corre o risco de sair ainda mais derrotada nas próximas eleições.
É espantoso como, apesar da intensa propaganda belicista, a população alemã se recusa a aderir à guerra e ao militarismo. A situação é tal que o Governo alemão, depois de ter anunciado o envio de mais 1000 soldados para Cabul, voltou a desmentir a notícia, uma vez que se está em vésperas de novas eleições estaduais. Mas, segundo afirmou o presidente do grupo parlamentar da democrata-cristã, Volker Kauder, no Outono, o Bundestag tomará uma decisão de modo a acabar com a discussão em 2009, ano em que se realizam eleições para o Parlamento Federal. Só falta adiar as eleições até o Governo ter decidido reforçar a sua participação na guerra para impedir o povo alemão de condenar nas urnas os planos belicistas do imperialismo. É exactamente, a mesma concepção autocrática de poder que está a levar as elites federalistas governamentais da União Europeia a afastarem os povos do referendo ao tratado dito «reformador». O PS e o PSD decidiram asfixiar a voz do povo e liquidar um dos princípios fundamentais da democracia ao aceitarem que um estado ou grupo de estados possam impor os seus pontos de vista e interesses aos outros, só porque populacional e economicamente são mais poderosos.
Se o fascismo, dos Açores ao Continente, encheu Portugal de bases militares dos Estados Unidos e da NATO, o Partido Socialista e a contra-revolução têm vindo a abençoar o militarismo, a guerra e a rasgar diariamente a Constituição da República Portuguesa e os princípios democráticos e humanistas da revolução libertadora do 25 de Abril. Nem o povo português, nem o Movimento das Forças Armadas podiam imaginar em Abril de 1974 que Portugal, desta vez não pela mão de um regime fascista, mas de um Governo do Partido Socialista voltaria a enviar soldados para o estrangeiro ao serviço dos interesses neocoloniais das grandes potencias imperialistas.
Face à resistência dos povos ao novo conceito estratégico - decidido em Washington em Abril de 1999, e na base do qual, sob o comando dos EUA, a NATO tem vindo a agredir cada vez mais estados - o imperialismo está a encontrar sérias dificuldades em impor o seu domínio.
Na Alemanha, os partidos da coligação governamental militarista e neoliberal, composta pela democracia-cristã e pela social-democracia, acabam de sofrer novas derrotas e significativas perdas de votos em sucessivas eleições regionais. Esta coligação dos derrotados nas eleições de 2005 corre o risco de sair ainda mais derrotada nas próximas eleições.
É espantoso como, apesar da intensa propaganda belicista, a população alemã se recusa a aderir à guerra e ao militarismo. A situação é tal que o Governo alemão, depois de ter anunciado o envio de mais 1000 soldados para Cabul, voltou a desmentir a notícia, uma vez que se está em vésperas de novas eleições estaduais. Mas, segundo afirmou o presidente do grupo parlamentar da democrata-cristã, Volker Kauder, no Outono, o Bundestag tomará uma decisão de modo a acabar com a discussão em 2009, ano em que se realizam eleições para o Parlamento Federal. Só falta adiar as eleições até o Governo ter decidido reforçar a sua participação na guerra para impedir o povo alemão de condenar nas urnas os planos belicistas do imperialismo. É exactamente, a mesma concepção autocrática de poder que está a levar as elites federalistas governamentais da União Europeia a afastarem os povos do referendo ao tratado dito «reformador». O PS e o PSD decidiram asfixiar a voz do povo e liquidar um dos princípios fundamentais da democracia ao aceitarem que um estado ou grupo de estados possam impor os seus pontos de vista e interesses aos outros, só porque populacional e economicamente são mais poderosos.
Se o fascismo, dos Açores ao Continente, encheu Portugal de bases militares dos Estados Unidos e da NATO, o Partido Socialista e a contra-revolução têm vindo a abençoar o militarismo, a guerra e a rasgar diariamente a Constituição da República Portuguesa e os princípios democráticos e humanistas da revolução libertadora do 25 de Abril. Nem o povo português, nem o Movimento das Forças Armadas podiam imaginar em Abril de 1974 que Portugal, desta vez não pela mão de um regime fascista, mas de um Governo do Partido Socialista voltaria a enviar soldados para o estrangeiro ao serviço dos interesses neocoloniais das grandes potencias imperialistas.