Não passarão
A reacção não desiste de estrangular a revolução. Esta frase faz parte da nossa crónica anterior e uma semana depois a nossa apreciação está mais do que confirmada. De facto, a reacção não desistirá nunca de estrangular a revolução. Pelas boas ou pelas más.
Contadas 94% das actas de votação, no bloco A a reacção venceu com uma diferença de 1,31% (menos de 120 mil votos de diferença), e no bloco B com 2,02% e menos de 180 mil votos. Vitória apertadíssima que o governo de Hugo Chávez reconheceu de imediato e sem vacilação alguma, numa atitude democrática que foi celebrada por mandatários amigos e outros como, por exemplo, Alan García, do Peru, e Calderón, do México, que estão nos antípodas do presidente bolivariano.
Qual foi a reacção da oposição local? Como sempre, a provocação com argumentos insustentáveis como estes: a diferença foi muito maior (alguns apontam até 20 pontos) e Chávez só aceitou os resultados por pressão do alto mando militar. Detrás desta «argumentação», a mesma acusação de sempre: Chávez é um tirano disfarçado de democrata.
Comecemos pela «pressão» militar. A resposta a esta nova infâmia da oposição mais extremista e mediática veio do general Rangel Briceño, ministro da Defesa, que em conferência de imprensa e acompanhado do alto comando militar afirmou: «O senhor presidente é impressionável, ou seja, ninguém o pressiona», e destacou «a vontade democrática de um homem que um rei mandou calar e agora foi ele a calar o mundo». Em referência a uma felicitação do general Baduel, que recentemente saltou com armas e bagagem para o lado da oposição, depois de o catalogar como um «trânsfuga», disse ainda: «Não sei de onde lhe saiu a esse homem isso de nos felicitar», e terminou a sua declaração com o grito «Pátria, socialismo ou morte», que foi respondido pelos seus camaradas de armas com «Venceremos!».
Reitor da oposição reconhece resultados
Na tentativa de empolar uma matriz de opinião que apresente Hugo Chávez como um tirano e um batoteiro, certos sectores da oposição mentem descaradamente e não ouvem sequer os seus líderes menos exaltados. Vicente Díaz é um dos reitores do Conselho Nacional Eleitoral claramente identificado com a oposição. Contudo, em resposta a um deputado do PP espanhol que acusou Chávez de manipular os resultados, declarou há dias que o referendo derrubou três mitos. Primeiro: que o presidente é um ditador. Segundo: que a oposição não é golpista. Terceiro: que com o voto não se pode eleger na Venezuela. Esclareceu que na sala de contagem de votos havia representantes da oposição, que o resultado eleitoral é o que se anunciou e foi um acordo de ambos os blocos esperar até ter um resultado que fosse irreversível. «Uma vez mais, sublinhou, o poder eleitoral cumpriu».
Por outro lado, praticamente no momento em que redigimos esta nota, um porta-voz do oposicionista Primeiro Justiça, Juan Carlos Caldera, garantiu que os resultados do CNE são «fidedignos» e que «queremos pôr fim à discussão sobre a margem dos resultados e, especialmente, à campanha mal intencionada sobre qualquer alteração nas eleições». Terminou com um apelo a que cessem as campanhas mal intencionadas contra o CNE.
CIA financia grupos estudantis
Para quem quer ver a realidade, os números estão disponíveis no sítio www.cne.gov.ve, detalhados por mesa de votação. Mas há sempre quem não queira ver algumas verdades... como esta.
Um jornal insuspeito como o Washington Post acaba de confirmar, através do investigador Jeremy Bigwood, que teve acesso a documentos do Arquivo de Segurança Nacional da Universidade George Washington, que a agência USAID «financiou as acções dos estudantes contra o governo do Presidente Hugo Chávez, o que seria outra ingerência norte-americana depois do fracassado golpe de estado de 2002». Após a investigação de dezenas de documentos, comprova-se que a USAID entregou a esses grupos 216 mil dólares, uma parte dos 26 milhões «investidos» contra a Venezuela entre 2002 e 2006. Bigwood recordou ainda que Andrew Natsios, antigo director da USAID, afirmou num discurso de 2003 que até os contratados estrangeiros que recebem fundos da USAID e da NED «são um braço do governo estado-unidense». O artigo que revela estas e outras informações é assinado por Juan Forero e aparece na edição de 2 de Dezembro, página A20.
Mesmo assim, a vitória pírrica do «Não», permite pensar que estes fascistas não passarão.
Contadas 94% das actas de votação, no bloco A a reacção venceu com uma diferença de 1,31% (menos de 120 mil votos de diferença), e no bloco B com 2,02% e menos de 180 mil votos. Vitória apertadíssima que o governo de Hugo Chávez reconheceu de imediato e sem vacilação alguma, numa atitude democrática que foi celebrada por mandatários amigos e outros como, por exemplo, Alan García, do Peru, e Calderón, do México, que estão nos antípodas do presidente bolivariano.
Qual foi a reacção da oposição local? Como sempre, a provocação com argumentos insustentáveis como estes: a diferença foi muito maior (alguns apontam até 20 pontos) e Chávez só aceitou os resultados por pressão do alto mando militar. Detrás desta «argumentação», a mesma acusação de sempre: Chávez é um tirano disfarçado de democrata.
Comecemos pela «pressão» militar. A resposta a esta nova infâmia da oposição mais extremista e mediática veio do general Rangel Briceño, ministro da Defesa, que em conferência de imprensa e acompanhado do alto comando militar afirmou: «O senhor presidente é impressionável, ou seja, ninguém o pressiona», e destacou «a vontade democrática de um homem que um rei mandou calar e agora foi ele a calar o mundo». Em referência a uma felicitação do general Baduel, que recentemente saltou com armas e bagagem para o lado da oposição, depois de o catalogar como um «trânsfuga», disse ainda: «Não sei de onde lhe saiu a esse homem isso de nos felicitar», e terminou a sua declaração com o grito «Pátria, socialismo ou morte», que foi respondido pelos seus camaradas de armas com «Venceremos!».
Reitor da oposição reconhece resultados
Na tentativa de empolar uma matriz de opinião que apresente Hugo Chávez como um tirano e um batoteiro, certos sectores da oposição mentem descaradamente e não ouvem sequer os seus líderes menos exaltados. Vicente Díaz é um dos reitores do Conselho Nacional Eleitoral claramente identificado com a oposição. Contudo, em resposta a um deputado do PP espanhol que acusou Chávez de manipular os resultados, declarou há dias que o referendo derrubou três mitos. Primeiro: que o presidente é um ditador. Segundo: que a oposição não é golpista. Terceiro: que com o voto não se pode eleger na Venezuela. Esclareceu que na sala de contagem de votos havia representantes da oposição, que o resultado eleitoral é o que se anunciou e foi um acordo de ambos os blocos esperar até ter um resultado que fosse irreversível. «Uma vez mais, sublinhou, o poder eleitoral cumpriu».
Por outro lado, praticamente no momento em que redigimos esta nota, um porta-voz do oposicionista Primeiro Justiça, Juan Carlos Caldera, garantiu que os resultados do CNE são «fidedignos» e que «queremos pôr fim à discussão sobre a margem dos resultados e, especialmente, à campanha mal intencionada sobre qualquer alteração nas eleições». Terminou com um apelo a que cessem as campanhas mal intencionadas contra o CNE.
CIA financia grupos estudantis
Para quem quer ver a realidade, os números estão disponíveis no sítio www.cne.gov.ve, detalhados por mesa de votação. Mas há sempre quem não queira ver algumas verdades... como esta.
Um jornal insuspeito como o Washington Post acaba de confirmar, através do investigador Jeremy Bigwood, que teve acesso a documentos do Arquivo de Segurança Nacional da Universidade George Washington, que a agência USAID «financiou as acções dos estudantes contra o governo do Presidente Hugo Chávez, o que seria outra ingerência norte-americana depois do fracassado golpe de estado de 2002». Após a investigação de dezenas de documentos, comprova-se que a USAID entregou a esses grupos 216 mil dólares, uma parte dos 26 milhões «investidos» contra a Venezuela entre 2002 e 2006. Bigwood recordou ainda que Andrew Natsios, antigo director da USAID, afirmou num discurso de 2003 que até os contratados estrangeiros que recebem fundos da USAID e da NED «são um braço do governo estado-unidense». O artigo que revela estas e outras informações é assinado por Juan Forero e aparece na edição de 2 de Dezembro, página A20.
Mesmo assim, a vitória pírrica do «Não», permite pensar que estes fascistas não passarão.