Chauvinismo belicista
O novo tratado consagra o militarismo como tarefa central da UE
Cerca de 70 por cento da população alemã não acredita que a Alemanha esteja a defender-se no Afeganistão. Se na Jugoslávia, o terror dos bombardeamentos da NATO foi acompanhado por uma retórica «pseudo-libertadora», o actual vice-chanceler e Ministro dos Negócios Estrangeiros, Steinmeier, no último congresso do SPD, admoestou os delegados de que quem exigir a retirada da Bundeswehr do Afeganistão «atraiçoa...as nossas tradições internacionalistas». Mas, nem a intensa propaganda belicista nem as falsificações e cambalhotas ideológicas da social-democracia alemã, mascarando de «internacionalismo» a violência imperialista, conseguem convencer a população a aderir à guerra e ao militarismo.
Desapontada perante tanta firmeza popular, a imprensa alemã tem vindo a ensaiar um outro tipo de propaganda de cariz mais chauvinista e agressivo. A revista Der Spiegel, intitula a toda a largura da capa que «os alemães tem de aprender a matar» (20.11.06). E o órgão dos banqueiros de Frankfurt - o qual já tem lamentado que os comunistas portugueses continuem fieis aos princípios do marxismo-leninismo - exige que os governantes esclareçam a opinião pública de que «não é por razões de ordem histórica, humanitária, ou material, que os soldados alemães são enviados para as zonas de conflito. A razão fundamental é a seguinte: a Alemanha está a dar o seu contributo para a manutenção da ordem mundial dominante, da qual nós beneficiamos como poucos países» («Frankfurter Allgemeiner Sonntagszeitung», 13.08.06).
Já desde a doutrina da «raça superior» e da conquista do «espaço vital» que os círculos germânicos do grande capital não falavam tão abertamente.
Até o Presidente da República, Horst Köhler, ex-funcionário do Fundo Monetário Internacional, não se coíbe no quinquagésimo aniversário da Academia da Bundeswehr de definir a tarefa central do exército como
«a capacidade de levar o fogo até ao inimigo e se necessário impor a nossa vontade pela violência».
Perplexo perante tantos apelos à violência e ao militarismo, teólogo de renome mundial, Eugen Drewemann, responde numa intervenção proferida durante as marchas da Páscoa pela Paz (2007): «eu oiço que os nossos jovens soldados são cidadãos em uniforme. Mas a guerra transforma-os em seres da idade da pedra na era atómica, faz deles monstros, cães de caça à espera de serem largados».
É lamentável que o Governo do PS/ Sócrates, contrariando os princípios da Constituição da República Portuguesa e ignorando 12 anos de guerra colonial em África esteja a arrastar Portugal para a aprovação de um novo tratado que consagra o militarismo como uma tarefa central da União Europeia e transforma os estados membros em ajudantes-de-campo das grandes potências imperialistas. Mas que não haja ilusões. Por mais camuflada ou chauvinista, que seja a retórica belicista, a profunda aspiração de paz, de liberdade, de soberania e independência nacionais que em Portugal derrotou o fascismo e o colonialismo e que permanece profundamente enraizada em todos os povos também vencerá os objectivos do pólo imperialista europeu.
Desapontada perante tanta firmeza popular, a imprensa alemã tem vindo a ensaiar um outro tipo de propaganda de cariz mais chauvinista e agressivo. A revista Der Spiegel, intitula a toda a largura da capa que «os alemães tem de aprender a matar» (20.11.06). E o órgão dos banqueiros de Frankfurt - o qual já tem lamentado que os comunistas portugueses continuem fieis aos princípios do marxismo-leninismo - exige que os governantes esclareçam a opinião pública de que «não é por razões de ordem histórica, humanitária, ou material, que os soldados alemães são enviados para as zonas de conflito. A razão fundamental é a seguinte: a Alemanha está a dar o seu contributo para a manutenção da ordem mundial dominante, da qual nós beneficiamos como poucos países» («Frankfurter Allgemeiner Sonntagszeitung», 13.08.06).
Já desde a doutrina da «raça superior» e da conquista do «espaço vital» que os círculos germânicos do grande capital não falavam tão abertamente.
Até o Presidente da República, Horst Köhler, ex-funcionário do Fundo Monetário Internacional, não se coíbe no quinquagésimo aniversário da Academia da Bundeswehr de definir a tarefa central do exército como
«a capacidade de levar o fogo até ao inimigo e se necessário impor a nossa vontade pela violência».
Perplexo perante tantos apelos à violência e ao militarismo, teólogo de renome mundial, Eugen Drewemann, responde numa intervenção proferida durante as marchas da Páscoa pela Paz (2007): «eu oiço que os nossos jovens soldados são cidadãos em uniforme. Mas a guerra transforma-os em seres da idade da pedra na era atómica, faz deles monstros, cães de caça à espera de serem largados».
É lamentável que o Governo do PS/ Sócrates, contrariando os princípios da Constituição da República Portuguesa e ignorando 12 anos de guerra colonial em África esteja a arrastar Portugal para a aprovação de um novo tratado que consagra o militarismo como uma tarefa central da União Europeia e transforma os estados membros em ajudantes-de-campo das grandes potências imperialistas. Mas que não haja ilusões. Por mais camuflada ou chauvinista, que seja a retórica belicista, a profunda aspiração de paz, de liberdade, de soberania e independência nacionais que em Portugal derrotou o fascismo e o colonialismo e que permanece profundamente enraizada em todos os povos também vencerá os objectivos do pólo imperialista europeu.