Pelos direitos democráticos
Mais de 25 mil pessoas desfilaram no domingo, em Bilbau, no País Basco, para expressar solidariedade às dezenas de acusados no mega julgamento, conhecido como 18/98, que começaram a ser detidos e encarcerados por ordem da Audiência Nacional.
O mega julgamento 18/98 reflecte uma «estratégia de guerra»
Dois dias após as autoridades terem emitido mandados de prisão contra 46 dos 52 acusados no mega-processo 18/98, iniciado há quase dez anos por um governo do Partido Popular e agora prestes a ser encerrado sob uma maioria socialista, milhares de bascos manifestaram a sua indignação nas ruas de Bilbau contra a justiça espanhola.
Na acção, um dos intervenientes lembrou que os cidadãos acusados pelo tribunal, por alegada colaboração indirecta com a organização armada ETA, são figuras destacadas e respeitadas em diversos meios da sociedade basca.
Entre eles estão «empresários, presidentes de câmara, ecologistas, deputados, jornalistas, economistas, professores, advogados, doutorados em Filosofia, Ciências Políticas ou em Filologia», recordou perante os manifestantes José Ramón Aranguren, ele próprio acusado no 18/98, a aguardar julgamento em separado por motivos de doença.
«Época negra»
«Seguimos e Seguiremos!» reafirmou Aranguren, sublinhando que os acusados são «pessoas firmes, seguras de si mesmas, solidárias. Pessoas com princípios inquebrantáveis que acreditam em Euskal Herria [País Basco]»
«A integração ou a guerra. É essa a sua oferta», explicou Aranguren mais adiante, notando que o processo 18/98 se insere na «estratégia de guerra do Estado espanhol, adoptada pelo PSOE», através do qual se pretende «julgar a luta pela liberdade deste país».
Já no final das intervenções, Sabin Juaristi, do movimento pró-amnistia, classificou o actual momento como «uma época negra», na qual «os estados fizeram uma clara opção pela repressão». «É mentira que vivamos numa democracia, vivemos num estado de excepção», afirmou Juaristi perante milhares de manifestantes, responsabilizando o PSOE e o PNV (Partido Nacionalista Basco, no poder) pela situação.
Já na véspera várias organizações bascas tinham condenado a vaga de prisões, justificada pela Audiência Nacional com o risco de fuga dos acusados que aguardavam sob caução a leitura da sentença.
A comissão executiva do Sindicato LAB salientou em comunicado que «estamos perante uma razia repressiva própria de estados fascistas». Referindo a necessidade de «responder à repressão», o LAB reforça ao mesmo tempo «o compromisso com uma mudança política que coloque bases sólidas de um contesto democrático».
Ainda no sector sindical, o ELA qualificou as detenções como «uma barbaridade» que mostra que a Audiência Nacional actua «como um tribunal de excepção, que recorda o TOP franquista» [tribunal de ordem pública]. Também o STEE-EILAS considerou a decisão judicial como «o expoente da politização da Justiça» e um exemplo da «louca concorrência entre o PSOE e o PP para demonstrar quem faz mais» neste campo.
Em nota de imprensa, o Batasuna considerou que «é hora de pôr uma barricada contra estes ataques e de dar uma resposta firme».
Na acção, um dos intervenientes lembrou que os cidadãos acusados pelo tribunal, por alegada colaboração indirecta com a organização armada ETA, são figuras destacadas e respeitadas em diversos meios da sociedade basca.
Entre eles estão «empresários, presidentes de câmara, ecologistas, deputados, jornalistas, economistas, professores, advogados, doutorados em Filosofia, Ciências Políticas ou em Filologia», recordou perante os manifestantes José Ramón Aranguren, ele próprio acusado no 18/98, a aguardar julgamento em separado por motivos de doença.
«Época negra»
«Seguimos e Seguiremos!» reafirmou Aranguren, sublinhando que os acusados são «pessoas firmes, seguras de si mesmas, solidárias. Pessoas com princípios inquebrantáveis que acreditam em Euskal Herria [País Basco]»
«A integração ou a guerra. É essa a sua oferta», explicou Aranguren mais adiante, notando que o processo 18/98 se insere na «estratégia de guerra do Estado espanhol, adoptada pelo PSOE», através do qual se pretende «julgar a luta pela liberdade deste país».
Já no final das intervenções, Sabin Juaristi, do movimento pró-amnistia, classificou o actual momento como «uma época negra», na qual «os estados fizeram uma clara opção pela repressão». «É mentira que vivamos numa democracia, vivemos num estado de excepção», afirmou Juaristi perante milhares de manifestantes, responsabilizando o PSOE e o PNV (Partido Nacionalista Basco, no poder) pela situação.
Já na véspera várias organizações bascas tinham condenado a vaga de prisões, justificada pela Audiência Nacional com o risco de fuga dos acusados que aguardavam sob caução a leitura da sentença.
A comissão executiva do Sindicato LAB salientou em comunicado que «estamos perante uma razia repressiva própria de estados fascistas». Referindo a necessidade de «responder à repressão», o LAB reforça ao mesmo tempo «o compromisso com uma mudança política que coloque bases sólidas de um contesto democrático».
Ainda no sector sindical, o ELA qualificou as detenções como «uma barbaridade» que mostra que a Audiência Nacional actua «como um tribunal de excepção, que recorda o TOP franquista» [tribunal de ordem pública]. Também o STEE-EILAS considerou a decisão judicial como «o expoente da politização da Justiça» e um exemplo da «louca concorrência entre o PSOE e o PP para demonstrar quem faz mais» neste campo.
Em nota de imprensa, o Batasuna considerou que «é hora de pôr uma barricada contra estes ataques e de dar uma resposta firme».