Nobel
Ramos Horta propôs Durão Barroso para Prémio Nobel da Paz. Se o Avante! tivesse secção de anedotas, esta seria séria candidata ao título de piada do ano.
Mas não. É verdade. Ramos Horta, decerto encorajado pelo facto de o Nobel da Paz deste ano, Al Gore, ter sido vice-presidente dos EUA durante os bombardeamentos da NATO à Jugoslávia – para só citar o exemplo mais visível – não encontrou melhor que propor o anfitrião da Cimeira da Guerra, nos Açores, em que Bush, Blair e Aznar anunciaram a invasão ao Iraque.
É certo que Ramos Horta, ele próprio Nobel da Paz, não só apoiou a guerra no Iraque, como chegou a criticar os países que decidiram retirar as suas tropas. É certo que Durão Barroso deu ao Diário de Notícias uma muito esclarecedora entrevista a 18 de Novembro, em que reconhece o seu servilismo face aos EUA. E sabe-se que estes favores se pagam, claro.
Durão Barroso afirma que realizou a cimeira dos Açores a pedido «dos nossos aliados e amigos» EUA, Reino Unido e Espanha. Afirma que teve «à sua frente» documentos dizendo que havia armas de destruição maciça no Iraque. Mantém que Portugal «ao dizer sim ao seu aliado norte-americano não perdeu nada na Europa com isso. (…) Pelo contrário, até reforçou a confiança que Portugal tem da parte dos Estados Unidos. Por isso, do ponto de vista português, não há nada a lamentar.» E dá como exemplo da boa imagem de Portugal o facto de ter sido, meses depois, aceite como presidente da Comissão Europeia, com o consenso de todos os países europeus.
As declarações do ex-primeiro-ministro português são de uma enorme irresponsabilidade e gravidade. Recusa-se a reconhecer o erro e assume que envolveu Portugal na guerra por puro e simples seguidismo face aos Estados Unidos. Considera não haver «nada a lamentar» numa guerra cruel e injusta, que continua a vitimar largas centenas de milhares de seres humanos.
A ideia peregrina de Ramos Horta tem pelo menos um bom resultado: fica cada vez mais claro, para todos, que este Nobel é cada vez menos da paz e mais da guerra e do imperialismo. Ignóbil.
Mas não. É verdade. Ramos Horta, decerto encorajado pelo facto de o Nobel da Paz deste ano, Al Gore, ter sido vice-presidente dos EUA durante os bombardeamentos da NATO à Jugoslávia – para só citar o exemplo mais visível – não encontrou melhor que propor o anfitrião da Cimeira da Guerra, nos Açores, em que Bush, Blair e Aznar anunciaram a invasão ao Iraque.
É certo que Ramos Horta, ele próprio Nobel da Paz, não só apoiou a guerra no Iraque, como chegou a criticar os países que decidiram retirar as suas tropas. É certo que Durão Barroso deu ao Diário de Notícias uma muito esclarecedora entrevista a 18 de Novembro, em que reconhece o seu servilismo face aos EUA. E sabe-se que estes favores se pagam, claro.
Durão Barroso afirma que realizou a cimeira dos Açores a pedido «dos nossos aliados e amigos» EUA, Reino Unido e Espanha. Afirma que teve «à sua frente» documentos dizendo que havia armas de destruição maciça no Iraque. Mantém que Portugal «ao dizer sim ao seu aliado norte-americano não perdeu nada na Europa com isso. (…) Pelo contrário, até reforçou a confiança que Portugal tem da parte dos Estados Unidos. Por isso, do ponto de vista português, não há nada a lamentar.» E dá como exemplo da boa imagem de Portugal o facto de ter sido, meses depois, aceite como presidente da Comissão Europeia, com o consenso de todos os países europeus.
As declarações do ex-primeiro-ministro português são de uma enorme irresponsabilidade e gravidade. Recusa-se a reconhecer o erro e assume que envolveu Portugal na guerra por puro e simples seguidismo face aos Estados Unidos. Considera não haver «nada a lamentar» numa guerra cruel e injusta, que continua a vitimar largas centenas de milhares de seres humanos.
A ideia peregrina de Ramos Horta tem pelo menos um bom resultado: fica cada vez mais claro, para todos, que este Nobel é cada vez menos da paz e mais da guerra e do imperialismo. Ignóbil.