Luta dos enfermeiros na Finlândia

Parlamento aprova lei de requisição

O parlamento finlandês aprovou, na sexta-feira, 16, uma lei que prevê a requisição civil do pessoal de enfermagem que está em luta por aumentos salariais de 24 por cento.
Em vez de convocar uma greve, cujos efeitos seriam imperceptíveis devido aos exigentes «serviços mínimos» impostos pela legislação, o sindicato Tehy optou por uma forma de luta inovadora, mas também mais arriscada – a demissão colectiva.
Alarmado com esta possibilidade, a maioria de direita apressou-se a aprovar uma medida excepcional que obriga os trabalhadores grevistas a comparecerem ao serviço, incluindo aqueles que apresentarem cartas de demissão.
No hemiciclo, a ministra da Saúde, Pekka Järvinen, avisou que os infractores incorrem em pesadas multas que podem atingir um mês de salário, estando sujeitos a penas de prisão no caso de se registarem falecimentos de pacientes provocados pela ausência de pessoal enfermeiro.
Segundo o Tehy, 2800 profissionais num universo de 12 mil estavam preparados para apresentar cartas de demissão no início desta semana, prevendo-se que os hospitais da região da capital, Helsínquia, fossem os mais afectados.
Antecipando grandes dificuldades nos serviços, os hospitais começaram a transferir pacientes em estado crítico para estabelecimentos da vizinha Suécia.
Entretanto, na noite de domingo, segundo a rádio francesa RFI, o governo finlandês avançou com a proposta de um aumento salarial de 20 por cento, que deveria ser analisada pelo sindicato e pela coordenação dos municípios que representa as entidades empregadoras dos enfermeiros.
No seu conjunto, os trabalhadores das autarquias locais obtiveram uma valorização salarial de nove por cento. A proposta que os enfermeiros recusaram previa ainda 2,6 por cento suplementares, com vista a responder às reivindicações do sector que exige a aproximação dos seus salários à média dos países nórdicos.


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