A semana de todas as greves
No sétimo dia consecutivo de greve nos transportes de Paris (RATP) e nos caminhos-de-ferro franceses (SNCF), os trabalhadores da função pública e estudantes do ensino superior engrossaram, na terça-feira, 20, a coluna do protesto social contra as políticas de Sarkozy.
A contestação social em França alastrou a vários sectores de actividade
Aos trabalhadores dos transportes em greve por tempo indeterminado desde quinta-feira, 15, juntaram-se, anteontem, os funcionários dos diferentes ramos da administração pública, em defesa do seu poder de compra e contra a extinção de cerca de 23 mil postos de trabalho anunciados pelo governo para 2008.
Em greve, para além dos serviços da administração central e local, estiveram os professores, os enfermeiros, os correios (La Poste) e as telecomunicações (France Telecom), bem como os controladores aéreos.
No conjunto, foram abrangidos pela convocatória de greve cerca de 5,2 milhões de trabalhadores com vínculo público, dos quais os sindicatos calculavam uma adesão na ordem dos 50 por cento.
Nas principais cidades tiveram lugar concentrações e desfiles, com destaque para Paris, onde já na passada semana, entre as estações de Montparnasse e Austerlitz, se tinham manifestado milhares de trabalhadores dos transportes em greve, recusando-se a «trabalhar mais tempo e receber menos pensão».
A impressão de que o país parou foi ainda reforçada por uma inesperada greve na empresa Nouvelles Messageries de la Presse Parisienne (NMPP), que detém o monopólio da distribuição de diários de âmbito nacional. Em consequência deste protesto contra o anúncio de despedimento de 350 trabalhadores, os principais títulos da imprensa estiveram ausentes nos quiosques.
O caos no trânsito
Entretanto, a greve nos caminhos-de-ferro (SNCF) e transportes de Paris continuou a provocar, no seu sétimo, sérias perturbações em todo o país, que foram especialmente notórias na capital.
Segundo o correspondente do diário espanhol El País, os 300 quilómetros de engarrafamentos registados, na sexta-feira, na região da capital aumentaram, na segunda-feira, para 600. A maioria das linhas de metro, carreiras de autocarros e comboios urbanos funcionava a 30 por cento, o que é «letal» numa cidade rodeada de 13 milhões de habitantes.
Apesar do desgaste provocado pelo arrastamento da greve, os trabalhadores da SNCF e da RATP voltaram a demonstrar, na segunda-feira, 19, uma inequívoca vontade de prosseguir a luta em defesa dos regimes especiais de aposentação. Em todas as assembleias gerais realizadas, cerca de 90 por cento dos participantes pronunciaram-se pela continuação da greve no dia seguinte.
Entretanto, na terça-feira, o governo aceitou sentar-se à mesa com os sindicatos e administração, abdicando da exigência de suspensão prévia da greve.
Universidades bloqueadas
Nesta corrente de contestação ao governo tutelado pelo presidente Nicolas Sarkozy, o movimento estudantil tem vindo a crescer nas últimas semanas, tocando já praticamente todas universidades do país.
No início da semana, 56 estabelecimentos de ensino superior, dos 85 existentes em França, participavam no protesto contra a lei da autonomia universitária, a chamada lei Pécresse (nome da ministra da Educação), aprovada pelo governo em Agosto passado.
Reunida na cidade de Tours, no passado fim-de-semana, a coordenadora nacional de estudantes decidiu convocar para hoje, quinta-feira, uma jornada de greves e manifestações em todo o país.
Entre os 26 centros universitários que permanecem totalmente bloqueados, alguns encerrados administrativamente, destacam-se o de Amiens, Bordéus, La Rochelle, Limoges, Lille, Montpellier, Orleães, Pau, Perpignan, Rouen, Toulouse e várias universidades de Paris.
Em greve, para além dos serviços da administração central e local, estiveram os professores, os enfermeiros, os correios (La Poste) e as telecomunicações (France Telecom), bem como os controladores aéreos.
No conjunto, foram abrangidos pela convocatória de greve cerca de 5,2 milhões de trabalhadores com vínculo público, dos quais os sindicatos calculavam uma adesão na ordem dos 50 por cento.
Nas principais cidades tiveram lugar concentrações e desfiles, com destaque para Paris, onde já na passada semana, entre as estações de Montparnasse e Austerlitz, se tinham manifestado milhares de trabalhadores dos transportes em greve, recusando-se a «trabalhar mais tempo e receber menos pensão».
A impressão de que o país parou foi ainda reforçada por uma inesperada greve na empresa Nouvelles Messageries de la Presse Parisienne (NMPP), que detém o monopólio da distribuição de diários de âmbito nacional. Em consequência deste protesto contra o anúncio de despedimento de 350 trabalhadores, os principais títulos da imprensa estiveram ausentes nos quiosques.
O caos no trânsito
Entretanto, a greve nos caminhos-de-ferro (SNCF) e transportes de Paris continuou a provocar, no seu sétimo, sérias perturbações em todo o país, que foram especialmente notórias na capital.
Segundo o correspondente do diário espanhol El País, os 300 quilómetros de engarrafamentos registados, na sexta-feira, na região da capital aumentaram, na segunda-feira, para 600. A maioria das linhas de metro, carreiras de autocarros e comboios urbanos funcionava a 30 por cento, o que é «letal» numa cidade rodeada de 13 milhões de habitantes.
Apesar do desgaste provocado pelo arrastamento da greve, os trabalhadores da SNCF e da RATP voltaram a demonstrar, na segunda-feira, 19, uma inequívoca vontade de prosseguir a luta em defesa dos regimes especiais de aposentação. Em todas as assembleias gerais realizadas, cerca de 90 por cento dos participantes pronunciaram-se pela continuação da greve no dia seguinte.
Entretanto, na terça-feira, o governo aceitou sentar-se à mesa com os sindicatos e administração, abdicando da exigência de suspensão prévia da greve.
Universidades bloqueadas
Nesta corrente de contestação ao governo tutelado pelo presidente Nicolas Sarkozy, o movimento estudantil tem vindo a crescer nas últimas semanas, tocando já praticamente todas universidades do país.
No início da semana, 56 estabelecimentos de ensino superior, dos 85 existentes em França, participavam no protesto contra a lei da autonomia universitária, a chamada lei Pécresse (nome da ministra da Educação), aprovada pelo governo em Agosto passado.
Reunida na cidade de Tours, no passado fim-de-semana, a coordenadora nacional de estudantes decidiu convocar para hoje, quinta-feira, uma jornada de greves e manifestações em todo o país.
Entre os 26 centros universitários que permanecem totalmente bloqueados, alguns encerrados administrativamente, destacam-se o de Amiens, Bordéus, La Rochelle, Limoges, Lille, Montpellier, Orleães, Pau, Perpignan, Rouen, Toulouse e várias universidades de Paris.