Batasuna repudia estratégia de «criminalização»

O Batasuna acusou os estados espanhol e francês de seguirem uma estratégia concertada para «criminalizar» a actividade política da esquerda independentista basca.
Joseba Alvarez, responsável pelas relações internacionais do Batasuna, interpretou deste modo a recente detenção de Giuliano Cavaterra, representante do partido em França, onde reside em total legalidade.
Cavaterra foi detido, no dia 21, no seu domicílio em Baiona, por agentes da brigada antiterrorista da polícia judiciária (SDAT). De acordo com a agência Reuters, as autoridades francesas terão agido com base nas declarações do jornalista Sebástien Bedouret, presidente da Radio Pays, em Paris, que foi preso em Espanha, em 6 de Janeiro, quando se dirigia para uma manifestação de solidariedade com os presos políticos.
Bedouret esteve encarcerado até ao mês de Março em regime de incomunicabilidade por ter em sua posse um exemplar da revista Zutabe, publicação da organização armada ETA.
Segundo o jornal Gara (21.08), durante a detenção terá prestado declarações sob tortura que serviram de pretexto para a mediática prisão de Cavaterra, dirigente do Batasuna, que viria a ser libertado pouco depois.
Para o Batasuna, esta operação teve como único objectivo «intoxicar» a opinião pública, procurando confundir a actividade da esquerda independentista basca com as acções que a ETA realiza.
Condenando estes propósitos, Joseba Alvarez sublinhou que os esforços do Batasuna visam contribuir para a resolução do conflito e para uma mudança social de esquerda: «O Batasuna trabalha para o Batasuna e para mais ninguém, tanto no âmbito internacional como em Euskal Herria» (País Basco).

ETA retoma atentados

Entretanto, na madrugada de sexta-feira, 24, um carro armadilhado explodiu diante do quartel da Guarda Civil na cidade de Durango, no País Basco, norte da Espanha, provocando ferimentos ligeiros a dois membros da Guarda Civil, além de causar danos materiais.
Este é o primeiro atentado que se regista após o anúncio do fim do cessar-fogo da ETA, em 5 de Junho passado.
De acordo com as agências, a viatura utilizada na explosão terá sido alugada em Portugal, facto que as autoridades interpretam como um indício de que a organização poderá ter algum tipo de infra-estrutura no nosso país.
Já em Junho passado, a ETA abandonou perto da fronteira de Vila Real de Santo António um automóvel com matrícula portuguesa, carregado com 115 quilos de explosivos.


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