Bélgica

Divisões agravadas

O líder dos democratas-cristãos flamengos (CDV), Yves Leterme, a força mais votada nas legislativas de 10 de Junho, na Bélgica, suspendeu as consultas entre os principais partidos com vista à formação de um governo de coligação.

Flamengos e francófonos falham acordo para a formação do novo governo

Depois de a última ronda de negociações ter fracassado na madrugada de dia 23, Leterme desvinculou-se da missão que lhe tinha sido acometida pelo rei Alberto II, declarando ser «impossível chegar a um acordo para a elaboração de um programa de governo».
As divergências resultam das concepções de cada uma das partes quanto à organização do Estado: de um lado os flamengos exigem uma ampla autonomia em matérias como o emprego, transportes ou justiça; do outro a comunidade francófona mostra-se avessa a uma maior «descentralização», receando o esvaziamento e a desintegração do estado belga.
A Bélgica é um estado federal constituído, desde 1993, por três regiões: Flandres. Valónia e Bruxelas. Os poderes regionais têm competências em diversas áreas como a habitação, o comércio e a cultura.
Neste contexto de aguda crise política, que se arrasta há já quase três meses, os nacionalistas de extrema-direita do Vlaams Belang têm vindo organizar sucessivas manifestações, nas quais apelam ao parlamento da Flandres que declare a independência.
Reconhecendo a gravidade da situação e procurando gerar um consenso, o rei iniciou de imediato novas negociações para a nomeação de uma personalidade capaz de reduzir tensões na busca de uma solução de governo para o país.

Maioria apoia
Estado belga

Segundo uma sondagem divulgada no domingo, 16, pelo diário belga La Dernière Heure, a maioria esmagadora da população não se revê nas disputas protagonizadas pelos principais partidos flamengos e francófonos.
Interrogados sobre se a Bélgica enquanto Estado ainda terá futuro, 70,75 por cento dos inquiridos responderam afirmativamente. Apenas 22,55 por cento manifestaram opinião contrária.
Os mais optimistas (82,5%) situam-se nas camadas etárias jovens (18-25 anos), enquanto a descrença atinge com maior expressão (33%) os idosos (51-65 anos).
Um outro estudo divulgado um dia antes afirmava que 38.8 por cento dos flamengos são partidários da independência, contra apenas 12 por cento dos valões que defendem tal solução para a sua região.


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