Palestina dividida
Mahmoud Abbas dissolveu o governo de unidade nacional que juntava à mesma mesa Hamas, Fatah e outras facções palestinianas. A medida surge na sequência da tomada de Gaza por milícias do Hamas.
Israel, EUA e UE são responsáveis pela situação, diz o Hamas
O presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Mahmoud Abbas empossou um gabinete de emergência para substituir o executivo de unidade nacional liderado pelo Hamas. A decisão traduz o fim anunciado do governo de Ismail Haniye, isolado internacionalmente e aparentemente incapaz de conciliar as diferentes facções palestinianas.
Segunda-feira, o primeiro-ministro designado por Abbas, Salam Fayad (ex-funcionário do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional durante 14 anos) reuniu com os seus 11 ministros e ficou a saber que o presidente dissolveu o Conselho Nacional de Segurança, cuja vice-presidência estava entregue a Haniye, considerado agora pelos novos responsáveis um «fora da lei».
No meio da confusão reinante nos territórios palestinianos, Mahmoud Abbas parece querer assegurar o controlo directo da situação e, nesse sentido, ordenou ainda a constituição de uma comissão de inquérito à derrocada das forças de segurança na Faixa de Gaza, sexta-feira, perante o assalto de milícias armadas do Hamas. Mohamed Dahlán, destacado quadro da Fatah, e Abu Shbak, responsável da segurança, são indicados como co-responsáveis pela capitulação.
Violência prossegue
Paralelamente aos reajustamentos no círculo do poder, activistas do Hamas e da Fatah continuam a enfrentar-se em Gaza e na Cisjordânia. Ambas as formações trocam acusações de violência contra sedes e dirigentes locais.
O Movimento Islâmico aponta membros da Fatah como os principais responsáveis dos ataques contra a residência do presidente do parlamento palestiniano, Abdel Aziz Dweik, actualmente preso em Israel, e das emboscadas montadas ao vice-presidente e o director financeiro do Hamas, Hassan Hreishe e Abdel Karim Abu Taha, respectivamente.
Por seu lado, a Fatah acusa o Hamas de executar militantes das Brigadas de Mártires de al-Aqsa após a realização de julgamentos públicos em Gaza, mas apesar de veicular tal informação, a agência noticiosa palestiniana apenas confirma a amnistia de cinco membros da Fatah alegadamente envolvidos nos ataques.
Muito embora a tensão entre Hamas e Fatah esteja ao rubro, as acusações do Hamas no que à crise interna diz respeito estendem-se também a Israel, aos EUA e à UE. Para o Hamas, o não reconhecimento do governo eleito pela maioria do povo palestiniano, o embargo económico e financeiro decretado por Washington e Bruxelas e as permanentes incursões israelitas são as razões de fundo para o adensar do descalabro.
Israel prepara ofensiva
Quem não perdeu a oportunidade para massacrar os palestinianos foi Israel. No posto fronteiriço de Erez a situação é descrita como muito tensa. O exército israelita tem respondido com fogo real às tentativas desesperadas de milhares de palestinianos que procuram ficar a salvo dos combates na margem do Rio Jordão. Na zona Norte da Faixa de Gaza, os responsáveis sionistas acantonaram um forte dispositivo militar mas rejeitam, para já, a entrada em força no território.
Menos sorte têm os residentes da região de Chebaa, no Sul do Líbano. Domingo, diversos bombardeamentos israelitas foram registados naquela área, supostamente em resposta ao lançamento de projécteis do lado libanês da fronteira.
O Líbano é, neste momento, uma peça central no complexo puzzle do Médio Oriente. Fontes do Hamas testemunham que grupos armados procuram desestabilizar o país, nomeadamente através de investidas contra alvos situados em campos de refugiados palestinianos. Um escritório da organização foi vandalizado em Badawi, no Norte do País.
Simultaneamente, em Nahar al Bared, prosseguem os combates entre tropas regulares libanesas e membros da Fatah el Islam. Relatos de agências afirmam que, durante o fim-de-semana, o governo libanês ordenou um novo bombardeamento sobre as posições ocupadas pelos insurrectos.
Recorde-se que os combates naquele refúgio palestiniano já provocaram mais de uma centena de mortos. Estima-se que mais de 30 mil palestinianos tenham fugido para outros campos de refugiados existentes no Líbano, criando uma situação humanitária no periclitante em todo o território.
Segunda-feira, o primeiro-ministro designado por Abbas, Salam Fayad (ex-funcionário do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional durante 14 anos) reuniu com os seus 11 ministros e ficou a saber que o presidente dissolveu o Conselho Nacional de Segurança, cuja vice-presidência estava entregue a Haniye, considerado agora pelos novos responsáveis um «fora da lei».
No meio da confusão reinante nos territórios palestinianos, Mahmoud Abbas parece querer assegurar o controlo directo da situação e, nesse sentido, ordenou ainda a constituição de uma comissão de inquérito à derrocada das forças de segurança na Faixa de Gaza, sexta-feira, perante o assalto de milícias armadas do Hamas. Mohamed Dahlán, destacado quadro da Fatah, e Abu Shbak, responsável da segurança, são indicados como co-responsáveis pela capitulação.
Violência prossegue
Paralelamente aos reajustamentos no círculo do poder, activistas do Hamas e da Fatah continuam a enfrentar-se em Gaza e na Cisjordânia. Ambas as formações trocam acusações de violência contra sedes e dirigentes locais.
O Movimento Islâmico aponta membros da Fatah como os principais responsáveis dos ataques contra a residência do presidente do parlamento palestiniano, Abdel Aziz Dweik, actualmente preso em Israel, e das emboscadas montadas ao vice-presidente e o director financeiro do Hamas, Hassan Hreishe e Abdel Karim Abu Taha, respectivamente.
Por seu lado, a Fatah acusa o Hamas de executar militantes das Brigadas de Mártires de al-Aqsa após a realização de julgamentos públicos em Gaza, mas apesar de veicular tal informação, a agência noticiosa palestiniana apenas confirma a amnistia de cinco membros da Fatah alegadamente envolvidos nos ataques.
Muito embora a tensão entre Hamas e Fatah esteja ao rubro, as acusações do Hamas no que à crise interna diz respeito estendem-se também a Israel, aos EUA e à UE. Para o Hamas, o não reconhecimento do governo eleito pela maioria do povo palestiniano, o embargo económico e financeiro decretado por Washington e Bruxelas e as permanentes incursões israelitas são as razões de fundo para o adensar do descalabro.
Israel prepara ofensiva
Quem não perdeu a oportunidade para massacrar os palestinianos foi Israel. No posto fronteiriço de Erez a situação é descrita como muito tensa. O exército israelita tem respondido com fogo real às tentativas desesperadas de milhares de palestinianos que procuram ficar a salvo dos combates na margem do Rio Jordão. Na zona Norte da Faixa de Gaza, os responsáveis sionistas acantonaram um forte dispositivo militar mas rejeitam, para já, a entrada em força no território.
Menos sorte têm os residentes da região de Chebaa, no Sul do Líbano. Domingo, diversos bombardeamentos israelitas foram registados naquela área, supostamente em resposta ao lançamento de projécteis do lado libanês da fronteira.
O Líbano é, neste momento, uma peça central no complexo puzzle do Médio Oriente. Fontes do Hamas testemunham que grupos armados procuram desestabilizar o país, nomeadamente através de investidas contra alvos situados em campos de refugiados palestinianos. Um escritório da organização foi vandalizado em Badawi, no Norte do País.
Simultaneamente, em Nahar al Bared, prosseguem os combates entre tropas regulares libanesas e membros da Fatah el Islam. Relatos de agências afirmam que, durante o fim-de-semana, o governo libanês ordenou um novo bombardeamento sobre as posições ocupadas pelos insurrectos.
Recorde-se que os combates naquele refúgio palestiniano já provocaram mais de uma centena de mortos. Estima-se que mais de 30 mil palestinianos tenham fugido para outros campos de refugiados existentes no Líbano, criando uma situação humanitária no periclitante em todo o território.