A força alternativa em Lisboa
Fruto da falência da política de direita conduzida nos últimos seis anos pelo PSD e pelo CDS-PP, com o apoio do PS nas questões essenciais, abateu-se sobre o município de Lisboa uma crise profunda e sem precedentes. Com as eleições marcadas para 15 de Julho, a CDU apresenta-se como a única força capaz de combater as malfeitorias de Santana Lopes e de Carmona Rodrigues.
Este domingo, no âmbito da pré-campanha eleitoral, contando com a presença de cerca de 250 pessoas, realizou-se no Casalinho da Ajuda, na colectividade Chinquilho Cruzeirense, um almoço que contou com as intervenções de Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, e Ruben de Carvalho, cabeça de lista da CDU à Câmara de Lisboa.
É preciso dar um sinal para pôr fim a esta política de direita
Num ambiente de grande confiança e camaradagem, Jerónimo de Sousa começou por sublinhar a importância das eleições para a Câmara de Lisboa, «não para gerir a crise dos próximos dois anos, mas para lançar os alicerces do futuro».
«É preciso ter em conta uma política de conteúdo mais estratégico, de médio e longo prazo, que resolva de uma forma sólida e duradoura os problemas estruturais da Câmara de Lisboa», afirmou o secretário-geral do PCP, acentuando que a CDU «é a força alternativa» que a cidade precisa.
«Esta não é uma afirmação de cartaz, não é uma afirmação eleitoralista, é a afirmação de uma concepção sustentada no vasto património de obra feita, que conta, nestes anos de democracia, com o que de melhor foi realizado em Lisboa, fruto decisivo e determinante da CDU, do PCP, de “Os Verdes” e dos independentes, que deram sempre a sua contribuição na oposição, ou sendo poder, na procura da resolução dos problemas da cidade».
Sobre a crise na autarquia, Jerónimo de Sousa lembrou ainda que o PS e o BE, a par do PSD e do CDS-PP, têm responsabilidades pela situação em que se encontra a autarquia, numa referência clara ao caso da permuta de terrenos com a Bragaparques.
«É por isso que devemos partir para esta batalha, com a dificuldade natural da pulverização de listas que existem nestas eleições, com um carácter e conteúdo diferente, pelo que fomos no passado, pelo que fizemos para impedir que esta situação chegasse onde chegou, mas, fundamentalmente, porque temos um projecto alternativo para a cidade, coisa que nem o PS nem o PSD, nem nenhuma candidatura dissidente ou independente, têm», sustentou.
Sobre uma possível coligação de «esquerda», Jerónimo de Sousa frisou que o PCP está «aberto, não à formação de maiorias», mas para «maiorias que convirjam em torno de projectos que resolvam os problemas da cidade».
«Uma coligação em torno de quê, de que políticas? Alguém verá o PCP a assinar de cruz perante este PS a troco de uns quantos lugares? Amarrados a um compromisso com o PS? O nosso primeiro compromisso é com os trabalhadores e com o povo e não com o PS», acrescentou.
Castigar o Governo PS
Jerónimo de Sousa recusou ainda que o PCP tenha sido «sectário» por declinar numa coligação eleitoral para concorrer a Lisboa, esclarecendo que «se não houve coligação» foi porque o PCP «não desliga as eleições da política nacional».
«Não dá a bota com a perdigota», afirmou, avisando que o PCP não poderá apoiar «um candidato que foi ministro de um Governo responsável pelos ataques aos trabalhadores, contra a Administração Pública, contra a saúde, os direitos e os salários, contra o próprio poder local».
«Poderão dizer que António Costa vai fazer reciclagem, uma volta de 180 graus, mas ninguém acredita que um ministro governo PS venha resolver os problemas de Lisboa», tendo em conta as políticas que defende no plano nacional.
«Esta não é uma batalha fácil, mas temos condições para conseguir os nossos objectivos. Devemos afirmarmo-nos sem nenhuma tibieza, somos, de facto, a força alternativa. A população de Lisboa pode confiar nesta CDU. Temos ideias, projectos, obra feita. Somos capazes de realizar uma política que resolva os problemas», salientou o secretário-geral do PCP, afirmando que, também no dia 15 de Julho, ninguém «pode desligar o seu voto da sua luta, da sua aspiração, da sua dificuldade, do seu problema».
Ruben de Carvalho
Trabalho, honestidade e confiança
Ruben de Carvalho também valorizou o trabalho da CDU. «São três décadas de intervenção determinada, esforçada, rigorosamente honesta e coerente de intervenção no poder local democrático, de construção de uma cidade mais justa, mais desenvolvida, mais solidária, de todos os eleitos da CDU nas freguesias, Assembleia e Câmara Municipal», afirmou, acrescentando: «Não começámos ontem, não vamos começar amanhã, vimos de longe e continuaremos assim».
Sobre a pré-campanha eleitoral, o cabeça de lista da CDU à Câmara de Lisboa lembrou os «convenientes esquecimentos» dos candidatos dos outros partidos. «Parece importante recordar esta coerência e esta firme continuidade de princípios, estes anos de trabalho persistente, por parte da CDU, porque a presente campanha tem-se caracterizado por muitos pequenos e grandes entorses à verdade, convenientes esquecimentos dos nossos adversários nesta batalha», lembrou.
O primeiro visado foi Carmona Rodrigues, «o candidato independente - dependente de alguma coisa será – que foi um participante activo dos últimos e desastrosos seis anos de administração da Câmara de Lisboa, de responsabilidade de executivos de direita».
«Ao que parece terá sido vítima do PSD e preferiu a tal candidatura independente. A imoralidade vai ao ponto de este candidato, que foi eleito por uma lista partidária, fazer hoje um discurso contra os partidos e contra a democracia», alertou Ruben de Carvalho.
Mas se Carmona Rodrigues se esqueceu do PSD, também o PSD se esqueceu, entretanto, de Carmona Rodrigues. «Houve, talvez, um esquecimento mútuo», acentuou o cabeça de lista da CDU, acusando Fernando Negrão, do PSD, de ter feito «escandalosas declarações» sobre o falhanço da anterior maioria, no que se refere à habitação social, «um pelouro que foi da inteira responsabilidade de Sérgio Lima de Pinto, que fez da gestão da Gebalis e do seu pelouro um instrumento vergonhoso de campanha, em prejuízo dos habitantes dos bairros sociais e da população mais desfavorecida de Lisboa».
«Arrombar portas abertas»
Mas os casos de esquecimento não param por aqui. Referindo-se a Helena Roseta, independente, durante muitos anos «dependente» do PS e do PSD, Ruben de Carvalho deu a conhecer uma proposta «verdadeiramente notável» da candidata: a extinção da Fundação D. Pedro IV.
«Queria aproveitar a circunstância para convidar Helena Roseta a vir, no próximo dia 21, à Assembleia da República para assistir à discussão da proposta de lei apresentada pelo PCP para a extinção da Fundação D. Pedro IV», afirmou, lembrando que o Governo de Santana Lopes «ofereceu, de mão beijada, milhares de casas dos bairros sociais da Câmara Municipal e do antigo fundo social de habitação, colocando os habitantes dos bairros dos Lóios e Amendoeiras numa situação gravíssima». «É aquilo que a minha avó costumava chamar de “arrombar portas abertas», acrescentou.
Relativamente José Sá Fernandes, também ele «independente», o cabeça de lista da CDU lamentou que este se tenha apresentado como o protagonista «da queda do anterior executivo», quando o BE foi, também, responsável, pelo «escandalosos caso da permuta do Parque Mayer com os terrenos de Entrecampos».
Ruben de Carvalho denunciou ainda a intenção do PS em reduzir o número de trabalhadores municipais em regime de avença e recusou as acusações de «sectarismo», quando declinou uma coligação com o PS.
«Não vamos entender-nos com o PS para despedir trabalhadores. Não estamos de acordo com a continuação da política do Governo», sublinhou.
«É preciso ter em conta uma política de conteúdo mais estratégico, de médio e longo prazo, que resolva de uma forma sólida e duradoura os problemas estruturais da Câmara de Lisboa», afirmou o secretário-geral do PCP, acentuando que a CDU «é a força alternativa» que a cidade precisa.
«Esta não é uma afirmação de cartaz, não é uma afirmação eleitoralista, é a afirmação de uma concepção sustentada no vasto património de obra feita, que conta, nestes anos de democracia, com o que de melhor foi realizado em Lisboa, fruto decisivo e determinante da CDU, do PCP, de “Os Verdes” e dos independentes, que deram sempre a sua contribuição na oposição, ou sendo poder, na procura da resolução dos problemas da cidade».
Sobre a crise na autarquia, Jerónimo de Sousa lembrou ainda que o PS e o BE, a par do PSD e do CDS-PP, têm responsabilidades pela situação em que se encontra a autarquia, numa referência clara ao caso da permuta de terrenos com a Bragaparques.
«É por isso que devemos partir para esta batalha, com a dificuldade natural da pulverização de listas que existem nestas eleições, com um carácter e conteúdo diferente, pelo que fomos no passado, pelo que fizemos para impedir que esta situação chegasse onde chegou, mas, fundamentalmente, porque temos um projecto alternativo para a cidade, coisa que nem o PS nem o PSD, nem nenhuma candidatura dissidente ou independente, têm», sustentou.
Sobre uma possível coligação de «esquerda», Jerónimo de Sousa frisou que o PCP está «aberto, não à formação de maiorias», mas para «maiorias que convirjam em torno de projectos que resolvam os problemas da cidade».
«Uma coligação em torno de quê, de que políticas? Alguém verá o PCP a assinar de cruz perante este PS a troco de uns quantos lugares? Amarrados a um compromisso com o PS? O nosso primeiro compromisso é com os trabalhadores e com o povo e não com o PS», acrescentou.
Castigar o Governo PS
Jerónimo de Sousa recusou ainda que o PCP tenha sido «sectário» por declinar numa coligação eleitoral para concorrer a Lisboa, esclarecendo que «se não houve coligação» foi porque o PCP «não desliga as eleições da política nacional».
«Não dá a bota com a perdigota», afirmou, avisando que o PCP não poderá apoiar «um candidato que foi ministro de um Governo responsável pelos ataques aos trabalhadores, contra a Administração Pública, contra a saúde, os direitos e os salários, contra o próprio poder local».
«Poderão dizer que António Costa vai fazer reciclagem, uma volta de 180 graus, mas ninguém acredita que um ministro governo PS venha resolver os problemas de Lisboa», tendo em conta as políticas que defende no plano nacional.
«Esta não é uma batalha fácil, mas temos condições para conseguir os nossos objectivos. Devemos afirmarmo-nos sem nenhuma tibieza, somos, de facto, a força alternativa. A população de Lisboa pode confiar nesta CDU. Temos ideias, projectos, obra feita. Somos capazes de realizar uma política que resolva os problemas», salientou o secretário-geral do PCP, afirmando que, também no dia 15 de Julho, ninguém «pode desligar o seu voto da sua luta, da sua aspiração, da sua dificuldade, do seu problema».
Ruben de Carvalho
Trabalho, honestidade e confiança
Ruben de Carvalho também valorizou o trabalho da CDU. «São três décadas de intervenção determinada, esforçada, rigorosamente honesta e coerente de intervenção no poder local democrático, de construção de uma cidade mais justa, mais desenvolvida, mais solidária, de todos os eleitos da CDU nas freguesias, Assembleia e Câmara Municipal», afirmou, acrescentando: «Não começámos ontem, não vamos começar amanhã, vimos de longe e continuaremos assim».
Sobre a pré-campanha eleitoral, o cabeça de lista da CDU à Câmara de Lisboa lembrou os «convenientes esquecimentos» dos candidatos dos outros partidos. «Parece importante recordar esta coerência e esta firme continuidade de princípios, estes anos de trabalho persistente, por parte da CDU, porque a presente campanha tem-se caracterizado por muitos pequenos e grandes entorses à verdade, convenientes esquecimentos dos nossos adversários nesta batalha», lembrou.
O primeiro visado foi Carmona Rodrigues, «o candidato independente - dependente de alguma coisa será – que foi um participante activo dos últimos e desastrosos seis anos de administração da Câmara de Lisboa, de responsabilidade de executivos de direita».
«Ao que parece terá sido vítima do PSD e preferiu a tal candidatura independente. A imoralidade vai ao ponto de este candidato, que foi eleito por uma lista partidária, fazer hoje um discurso contra os partidos e contra a democracia», alertou Ruben de Carvalho.
Mas se Carmona Rodrigues se esqueceu do PSD, também o PSD se esqueceu, entretanto, de Carmona Rodrigues. «Houve, talvez, um esquecimento mútuo», acentuou o cabeça de lista da CDU, acusando Fernando Negrão, do PSD, de ter feito «escandalosas declarações» sobre o falhanço da anterior maioria, no que se refere à habitação social, «um pelouro que foi da inteira responsabilidade de Sérgio Lima de Pinto, que fez da gestão da Gebalis e do seu pelouro um instrumento vergonhoso de campanha, em prejuízo dos habitantes dos bairros sociais e da população mais desfavorecida de Lisboa».
«Arrombar portas abertas»
Mas os casos de esquecimento não param por aqui. Referindo-se a Helena Roseta, independente, durante muitos anos «dependente» do PS e do PSD, Ruben de Carvalho deu a conhecer uma proposta «verdadeiramente notável» da candidata: a extinção da Fundação D. Pedro IV.
«Queria aproveitar a circunstância para convidar Helena Roseta a vir, no próximo dia 21, à Assembleia da República para assistir à discussão da proposta de lei apresentada pelo PCP para a extinção da Fundação D. Pedro IV», afirmou, lembrando que o Governo de Santana Lopes «ofereceu, de mão beijada, milhares de casas dos bairros sociais da Câmara Municipal e do antigo fundo social de habitação, colocando os habitantes dos bairros dos Lóios e Amendoeiras numa situação gravíssima». «É aquilo que a minha avó costumava chamar de “arrombar portas abertas», acrescentou.
Relativamente José Sá Fernandes, também ele «independente», o cabeça de lista da CDU lamentou que este se tenha apresentado como o protagonista «da queda do anterior executivo», quando o BE foi, também, responsável, pelo «escandalosos caso da permuta do Parque Mayer com os terrenos de Entrecampos».
Ruben de Carvalho denunciou ainda a intenção do PS em reduzir o número de trabalhadores municipais em regime de avença e recusou as acusações de «sectarismo», quando declinou uma coligação com o PS.
«Não vamos entender-nos com o PS para despedir trabalhadores. Não estamos de acordo com a continuação da política do Governo», sublinhou.