«Não é fácil neste momento, numas breves palavras, expressar a grandeza e a riqueza de vida e o papel de um revolucionário, de um comunista, de uma pessoa concreta, que após o 25 de Abril aderiu ao PCP e aí iniciou uma intensa actividade militante», afirmou Diamantino Dias no funeral de António Foito, que se realizou anteontem em Évora. O funeral, ao qual compareceram centenas de camaradas e amigos, constituiu, no dizer de Diamantino Dias, um emotivo adeus «a um revolucionário que parte».
Para o membro do Comité Central e da Direcção da Organização Regional de Évora do PCP, António Foito assumiu desde a primeira hora uma militância activa em várias áreas: desde as comissões de moradores à Comissão de Trabalhadores da Siemens, onde trabalhou como operário, e onde enfrentou as ameaças do patronato por estar sempre na linha da frente da defesa dos seus companheiros de trabalho.
Diamantino Dias afirmou não ser fácil enumerar as qualidades do camarada Foito, a sua firmeza ideológica, tão forte e exigente como compreensiva e fraternal». Esta sua maneira de ser, realçou, levou-o a «ganhar muitas simpatias dentro e fora do Partido». Uma outra característica que tinha, prosseguiu, era o facto de não se poupar ao esforço. Mesmo já doente, valorizou, «sempre arranjou forças para dar tudo o que podia ao seu Partido e ao seu povo».
António Foito tinha 62 anos e era natural de Montemor-o-Novo. Era um destacado dirigente do Partido no distrito de Évora, desempenhando actualmente as funções de membro do secretariado da DOREV e da Comissão Concelhia de Évora. Entre 1996 e 2004, foi membro do Comité Central do PCP.
Activo na construção do Poder Local democrático, António Foito foi várias vezes eleito para a vereação da Câmara Municipal de Évora, tendo sido também eleito para a Assembleia Municipal. Primeiro presidente da Junta de Freguesia da Malagueira, era ainda membro dessa assembleia. Quando se reformou do Poder Local, António Foito, assumiu a tempo inteiro tarefas do Partido.