Para o líder comunista, o Arsenal é «uma empresa de valor estratégico para o país» e, por isso, esclareceu, o PCP opõe-se à sua «passagem a sociedade anónima».
Falando aos jornalistas no final de um encontro com uma delegação da comissão de trabalhadores do Arsenal do Alfeite, na passada segunda-feira, Jerónimo de Sousa chamou a atenção para o facto de neste processo não estar em jogo apenas um conflito laboral mas também a perspectiva da soberania e interesse nacionais.
Jerónimo de Sousa revelou a intenção de questionar o ministro da Defesa, quando este for ao Parlamento, sobre a situação naquela empresa de construção e manutenção naval.
«É fundamental que se mantenha um vínculo à Marinha», afirmou, alertando para a «possibilidade de mais um grande grupo económico estrangeiro poder apoderar-se da mão-de-obra muito qualificada» do Arsenal do Alfeite. Jorge Simões, da comissão de trabalhadores, defendeu por sua vez «um regime específico» para o Arsenal, dando o exemplo do quadro legal de um estaleiro naval na Holanda que «tem as mesmas características» e mantém o vínculo público. «Defendemos um regime específico em que o Arsenal seja tutelado pelo próprio ministério da Defesa», explicou.