Esquerda sobe em Bremen
O Partido de Esquerda obteve um surpreendente resultado ao quintuplicar a votação nas eleições realizadas, no domingo, 13, para o parlamento regional da cidade-estado de Bremen, no Noroeste da Alemanha.
As eleições em Bremen penalizaram os dois partidos da «grande coligação»
Com 8,4 por cento dos votos (1,7% em 2003), esta nova formação, resultante da fusão entre o partido Esquerda.PDS (Partido do Socialismo Democrático) e a Alternativa para o Trabalho e Justiça Social (WASG), contará pela primeira vez com representantes seus num parlamento regional na parte ocidental do país
O seu líder, Gregor Gusy, salientou na noite eleitoral que «o Partido de Esquerda já não é apenas uma formação política do Leste (ex-RDA), mas sim um partido de toda a Alemanha».
Confirmando o declínio eleitoral do Partido Social-Democrata (SPD) e dos democratas-cristãos (CDU), o sufrágio neste pequeno estado federal com apenas 600 mil habitantes permitiu ainda uma assinalável progressão ao partido «Os Verdes» que registou o seu melhor resultado de sempre (16,4 por cento contra 12,8 em 2003).
Em contrapartida, o SPD perdeu cerca de cinco por cento dos votos (de 42,3 em 2003 passou para 36,8%), permanecendo no entanto a força mais votada. Note-se que os sociais-democratas são maioritários em Bremen desde 1946, embora desde 1995 governem o estado em coligação com os cristãos-democratas (CDU).
Estes últimos foram igualmente penalizados pelo eleitorado, perdendo cerca de quatro por cento dos votos (25,6% contra 29,9% em 2003).
Os resultados do acto de domingo, que mobilizou apenas 58 por cento dos eleitores, exprimem, por um lado, o descontentamento com a governação local da responsabilidade dos dois maiores partidos.
Neste sentido, uma eventual recondução da coligação seria «paradoxal», já que se trata de dois partidos «perdedores», segundo consideraram os «Os Verdes», cujo resultado lhes permite aspirar a governar de novo ao lado do SPD.
Aviso à «grande coligação»
Por outro lado, a imprensa alemã interpreta o desfecho eleitoral também como um aviso ao governo da «grande coligação» em Berlim. É que, apesar da recuperação dos principais índices económicos do país, os habitantes de Bremen, tal como os de muitas outras regiões, não têm sentido grandes melhorias no seu quotidiano.
A cidade continua a padecer de um desemprego massivo. Cerca de 13 por cento da população activa está desempregada, sendo que esta taxa atinge os 18 por cento na zona portuária em Bremerhaven, onde são evidentes os sinais de miséria social.
Já com as legislativas de 2009 em perspectiva, e percebendo o desgaste do governo liderado por Angela Merkel, o SPD tem tentado nos últimos tempos distanciar-se do seu parceiro de coligação, procurando colocar em primeiro plano algumas temáticas sociais.
A reedição da aliança com «Os Verdes» para daqui a dois anos é assim uma hipótese que os sociais-democratas não podem descartar, pelo menos enquanto continuarem a excluir qualquer entendimento com o Partido de Esquerda.
Deste modo, o primeiro passo nessa direcção poderá passar desde já pela ruptura com os democratas-cristãos e a recuperação dos seus antigos aliados verdes para o governo de Bremen.
O seu líder, Gregor Gusy, salientou na noite eleitoral que «o Partido de Esquerda já não é apenas uma formação política do Leste (ex-RDA), mas sim um partido de toda a Alemanha».
Confirmando o declínio eleitoral do Partido Social-Democrata (SPD) e dos democratas-cristãos (CDU), o sufrágio neste pequeno estado federal com apenas 600 mil habitantes permitiu ainda uma assinalável progressão ao partido «Os Verdes» que registou o seu melhor resultado de sempre (16,4 por cento contra 12,8 em 2003).
Em contrapartida, o SPD perdeu cerca de cinco por cento dos votos (de 42,3 em 2003 passou para 36,8%), permanecendo no entanto a força mais votada. Note-se que os sociais-democratas são maioritários em Bremen desde 1946, embora desde 1995 governem o estado em coligação com os cristãos-democratas (CDU).
Estes últimos foram igualmente penalizados pelo eleitorado, perdendo cerca de quatro por cento dos votos (25,6% contra 29,9% em 2003).
Os resultados do acto de domingo, que mobilizou apenas 58 por cento dos eleitores, exprimem, por um lado, o descontentamento com a governação local da responsabilidade dos dois maiores partidos.
Neste sentido, uma eventual recondução da coligação seria «paradoxal», já que se trata de dois partidos «perdedores», segundo consideraram os «Os Verdes», cujo resultado lhes permite aspirar a governar de novo ao lado do SPD.
Aviso à «grande coligação»
Por outro lado, a imprensa alemã interpreta o desfecho eleitoral também como um aviso ao governo da «grande coligação» em Berlim. É que, apesar da recuperação dos principais índices económicos do país, os habitantes de Bremen, tal como os de muitas outras regiões, não têm sentido grandes melhorias no seu quotidiano.
A cidade continua a padecer de um desemprego massivo. Cerca de 13 por cento da população activa está desempregada, sendo que esta taxa atinge os 18 por cento na zona portuária em Bremerhaven, onde são evidentes os sinais de miséria social.
Já com as legislativas de 2009 em perspectiva, e percebendo o desgaste do governo liderado por Angela Merkel, o SPD tem tentado nos últimos tempos distanciar-se do seu parceiro de coligação, procurando colocar em primeiro plano algumas temáticas sociais.
A reedição da aliança com «Os Verdes» para daqui a dois anos é assim uma hipótese que os sociais-democratas não podem descartar, pelo menos enquanto continuarem a excluir qualquer entendimento com o Partido de Esquerda.
Deste modo, o primeiro passo nessa direcção poderá passar desde já pela ruptura com os democratas-cristãos e a recuperação dos seus antigos aliados verdes para o governo de Bremen.