Esclarecimento, mobilização, organização

Garantia de sucesso

Em plenários distritais, sectoriais e nas empresas, na distribuição de materiais informativos, na aprovação e publicação de pré-avisos de greve, em reuniões e contactos informais, o movimento sindical prepara o êxito da greve geral de 30 de Maio.

Com o trabalho em curso garante-se que esta será uma grande greve geral

Logo após as comemorações do 1.º de Maio, o movimento sindical unitário prosseguiu a preparação da greve geral, com iniciativas das uniões, federações e sindicatos, envolvendo milhares de dirigentes e activistas. Logo no dia 3, na Casa do Alentejo, um plenário distrital de sindicatos e membros de comissões de trabalhadores analisou a situação social no distrito de Lisboa e, para os próximos dias, foram traçados objectivos quanto a plenários e reuniões em todos os sectores de actividade, bem como quanto a compromissos de participação e acções de informação e propaganda, quer para os trabalhadores, quer para a população em geral.
Iniciativas semelhantes decorreram ontem, em Aveiro, e anteontem, no Porto. Igualmente com a participação de Carvalho da Silva e de outros membros da Comissão Executiva da CGTP-IN, estão anunciados plenários distritais para hoje, em Braga, para amanhã, em Coimbra e Viana do Castelo, e para a próxima semana, em Santarém e Viseu.
Também no dia 3, reuniu a assembleia de representantes dos trabalhadores do grupo Galp Energia, cujos participantes (de estruturas sindicais e comissões de trabalhadores) expressaram apoio à greve geral, apelando à adesão maciça de todos. Foi lançado um abaixo-assinado, que está a ser subscrito pelos trabalhadores, declarando total disponibilidade para impedir a intensificação de uma política governamental de ataque a quem trabalha e de fragilização da economia nacional.
Na semana passada, foi divulgada a «declaração de greve» da Federação Intersindical da Metalurgia, Metalomecânica, Minas, Química, Farmacêutica, Petróleo e Gás de Portugal. Assumindo todos os objectivos definidos pela CGTP-IN, a Fequimetal indica ainda outros, como a garantia de contratos efectivos para os trabalhadores com vínculos precários que ocupam postos de trabalho permanentes, a defesa da contratação colectiva, a exigência de salários justos e de aplicação integral dos direitos.
O plenário de sindicatos da Fepces, reunido a 27 de Abril, no Entroncamento, acrescentou outros motivos próprios do sector do comércio e serviços para a adesão dos trabalhadores à greve geral. Entre estes, incluem-se o bloqueamento patronal da contratação colectiva, os baixos salários, a elevada precariedade de emprego, os horários de trabalho desumanizados, o respeito efectivo do direito de maternidade e paternidade, a paralisia da Inspecção do Trabalho e os elevados custos da Justiça. A par da informação para a generalidade dos trabalhadores do sector, a federação e os sindicatos vão definir locais de trabalho prioritários e estratégicos, que merecem especial atenção até dia 30.
Aos trabalhadores da administração local, em autarquias, associações de bombeiros, empresas municipais e empresas privadas, o STAL/CGTP-IN apelou a que «se mobilizem fortemente na realização da greve geral, que deve constituir um marco de especial relevo na contestação à odiosa política do Governo de José Sócrates e à violenta ofensiva que tem vindo a levar a cabo contra a dignidade e os direitos de quem trabalha». A direcção do sindicato, na declaração que divulgou após a sua última reunião, em Peniche, a 20 de Abril, apelou igualmente «às populações, para que assuam a greve geral também como um instrumento de combate ao encerramento de serviços públicos essenciais e retirada de direitos sociais». Estes objectivos têm estado presentes ao longo do percurso da «caravana da indignação», que desde 24 de Abril percorre o País, dinamizando acções de esclarecimento e mobilização.

O valor da luta

Uma moção aprovada no encontro nacional de ORTs da Galp Energia recorda a experiência da Petrogal e da GDP, salientando os resultados da luta desenvolvida pelos trabalhadores. Estes impediram o ataque final à refinação nacional, travaram a alienação de actividades, conseguiram que a maioria dos jovens passasse a ter contratos permanentes e perspectiva de carreiras profissionais, conquistaram valiosos acordos salariais e sobre pensões de reforma, assistência na saúde e outras regalias. A greve geral «é uma batalha de todos, é uma batalha para vencer», conclui a moção.
«Passos no sentido da resolução dos problemas de quem trabalha» registou, na CP, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, que aponta os acordos alcançados sobre férias e ausências autorizadas e sobre a passagem a efectivos dos operadores de revisão e venda de Campanhã. Mas estes acordos, refere o SNTSF/CGTP-IN, em comunicado, «serão sempre insuficientes, enquanto não conseguirmos resolver as questões de fundo, que são as políticas que os governos desenvolvem no País».
Já na EMEF (a empresa de manutenção do grupo CP), os trabalhadores de Guifões apelaram à agudização da luta, para responder à «provocação» da empresa, que decidiu desrespeitar o direito legalmente consagrado e mandou descontar o tempo despendido pelos funcionários para receberem os salários. Na Refer, a administração «esqueceu-se» novamente de que se comprometeu a reunir com o sindicato na última semana de Abril, sobre o Regulamento de Carreiras. Na TEX, demonstrando «falta de respeito, a administração decidiu uma actualização da ordem dos nove euros à generalidade do pessoal, que aufere salários bastante baixos e não vê benefício nos resultados positivos da empresa.


Mais artigos de: Trabalhadores

Parar pela Saúde

As razões elencadas pela CGTP-IN, os motivos que afectam toda a Administração Pública e as razões específicas do sector levaram o plenário nacional a decidir «dar grande força à mobilização dos trabalhadores da Saúde para a greve geral».

A vigília continua

Os trabalhadores da Pereira da Costa, na Amadora, continuam, dia e noite, de vigília à porta da empresa, à espera que os tribunais lhes façam justiça e penalizem a administração.

<em>Gestnave </em>hoje em S. Bento

Os trabalhadores da Gestnave e empresas associadas (Erecta, ACI e EPA) estão hoje em greve e realizam uma «tribuna pública» junto à residência oficial do primeiro-ministro, entre as 10 e as 11 horas.Esta acção insere-se na luta pela integração dos trabalhadores no quadro da Lisnave, como prevê o acordo sobre a...

Ministros com protestos

Dirigentes e activistas de sindicatos dos professores e dos trabalhadores das autarquias deslocaram-se ao Fórum Eugénio de Almeida, no centro histórico de Évora, onde decorreu a reunião extraordinária do Conselho de Ministros, no sábado, para entregarem moções de protesto contra as políticas do Governo para ambos os...

O expediente do Conselho

«Em defesa da democracia na gestão das escolas» é o nome de uma campanha do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC/CGTP-IN), que visa alertar para o recém-formado Conselho das Escolas, considerado um «engenhoso expediente», com o qual o Governo pretende «evitar o confronto democrático com as organizações...

O <em>site</em> da greve geral

A CGTP-IN decidiu manter na Internet um sítio dedicado à greve geral.Nos domínios grevegeral.com, grevegeral.org, grevegeral.net e grevegeral.com.pt, a Intersindical Nacional propõe-se acompanhar as diversas fases de preparação da luta, bem como as adesões que estão a ser decididas aos vários níveis da estrutura...