Apenas...
A encimar a página 28 do Jornal de Notícias de Domingo, aparecia a notícia das Eleições para a Assembleia da Grande Área Metropolitana de Aveiro, em que teria sido eleito como novo Presidente da o candidato que encabeçava uma lista que é uma espécie de albergue espanhol, ou seja com PS, PSD e CDS à mistura.
Perguntará o leitor (e com legítima razão) que interesse tem esta notícia, para mais quando é sobre uma estrutura moribunda (adianto eu) da qual ninguém ouviu falar (com grande probabilidade de nunca mais ouvir).
Há na notícia pormenores que me merecem algumas anotações.
Comecemos pelas declarações do dito «novo presidente». Desde logo o senhor não é ainda o Presidente, pois essa eleição será feita na primeira reunião da Assembleia, pormenor formal que parece escapar ou pouco interessar aos autores da peça.
Diz o dito «novo Presidente» lamentar que os eleitos da CDU tivessem ficado de fora da lista de consenso (a tal que foi uma espécie de todos juntos somos muitos), afirmando que «a CDU já nos habituou a ter as suas razões para ficar de fora e acabar por perder a razão».
Ora talvez fosse bom que o eleito consensual explicasse exactamente em que é que esse hábito se concretiza, uma vez que, relativamente à matéria em apreço, o que nos diz a história recente é que o PCP foi o único que sempre criticou este processo, afirmando que estas invenções do Governo PSD/CDS não tinham nem meios nem competências para poderem funcionar, o que se comprovou com o facto de a Assembleia anterior, três anos passados, nem ter tenha chegado funcionar e não ter sequer orçamento aprovado.
Mas importa ainda referir e analisar a forma como é referida a votação da lista da CDU.
Segundo a notícia de jornal a CDU «obteve apenas 10 votos», tendo eleito o seu primeiro candidato.
Sendo verdadeiro o número de votos, sendo verdadeira a eleição do candidato comunista, resta perceber a razão do «apenas».
A leitura simples do «apenas» poderia sugerir que dos eleitos das Assembleias Municipais (são estes que votam) da CDU apenas teriam votado 10, tendo eventualmente faltado alguém à votação na CDU.
O facto é que a CDU, no conjunto dos municípios que constituem a GAMA, tem apenas cinco eleitos nas AM’s, o que significa que a CDU teve um resultado superior ao directamente expectável de «apenas» 100%.
E que, em «apenas» duas Assembleias Municipais em que a CDU não tem qualquer eleito, houve «apenas» dois eleitos que decidiram não alinhar na tal «União Nacional», para votar na CDU.
E que a CDU com esta votação «apenas» conseguiu a eleição, que não seria possível «apenas» com os votos dos eleitos da CDU.
E sobre isto ficam «apenas» estes elementos para reflexão.
Perguntará o leitor (e com legítima razão) que interesse tem esta notícia, para mais quando é sobre uma estrutura moribunda (adianto eu) da qual ninguém ouviu falar (com grande probabilidade de nunca mais ouvir).
Há na notícia pormenores que me merecem algumas anotações.
Comecemos pelas declarações do dito «novo presidente». Desde logo o senhor não é ainda o Presidente, pois essa eleição será feita na primeira reunião da Assembleia, pormenor formal que parece escapar ou pouco interessar aos autores da peça.
Diz o dito «novo Presidente» lamentar que os eleitos da CDU tivessem ficado de fora da lista de consenso (a tal que foi uma espécie de todos juntos somos muitos), afirmando que «a CDU já nos habituou a ter as suas razões para ficar de fora e acabar por perder a razão».
Ora talvez fosse bom que o eleito consensual explicasse exactamente em que é que esse hábito se concretiza, uma vez que, relativamente à matéria em apreço, o que nos diz a história recente é que o PCP foi o único que sempre criticou este processo, afirmando que estas invenções do Governo PSD/CDS não tinham nem meios nem competências para poderem funcionar, o que se comprovou com o facto de a Assembleia anterior, três anos passados, nem ter tenha chegado funcionar e não ter sequer orçamento aprovado.
Mas importa ainda referir e analisar a forma como é referida a votação da lista da CDU.
Segundo a notícia de jornal a CDU «obteve apenas 10 votos», tendo eleito o seu primeiro candidato.
Sendo verdadeiro o número de votos, sendo verdadeira a eleição do candidato comunista, resta perceber a razão do «apenas».
A leitura simples do «apenas» poderia sugerir que dos eleitos das Assembleias Municipais (são estes que votam) da CDU apenas teriam votado 10, tendo eventualmente faltado alguém à votação na CDU.
O facto é que a CDU, no conjunto dos municípios que constituem a GAMA, tem apenas cinco eleitos nas AM’s, o que significa que a CDU teve um resultado superior ao directamente expectável de «apenas» 100%.
E que, em «apenas» duas Assembleias Municipais em que a CDU não tem qualquer eleito, houve «apenas» dois eleitos que decidiram não alinhar na tal «União Nacional», para votar na CDU.
E que a CDU com esta votação «apenas» conseguiu a eleição, que não seria possível «apenas» com os votos dos eleitos da CDU.
E sobre isto ficam «apenas» estes elementos para reflexão.