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O anunciado veto do presidente George W. Bush à decisão do Congresso dos EUA de fazer depender o financiamento da guerra do calendário de regresso dos soldados norte-americanos, assenta no argumento, repetido até à exaustão, de que sem a ocupação do Iraque o mundo ficará mais sujeito (e indefeso) a ataques terroristas.
Seguindo a mesma linha de raciocínio – se é que a razão é para aqui chamada – também o actual presidente da União Europeia e ex-primeiro-ministro português Durão Barroso, que há quatro anos fez o papel de mordomo na cimeira dos Açores onde em nome da paz se decretou oficialmente aberta a guerra contra o Iraque, também Durão Barroso, dizíamos, aproveitou a sua recente visita a Bush para alertar o mundo para os riscos terríveis da alegada pretensão do Irão de entrar para o clube dos países com armamento nuclear. Na ocasião, os representantes da União Europeia desvalorizaram os protestos da Rússia contra a extensão da NATO até às suas fronteiras e a instalação do sistema dito de defesa anti-míssel com que Washington e Bruxelas manifestam a clara intenção de prosseguir a escalada nuclear.
Enquanto isso, em Israel, potência nuclear não assumida e jamais condenada pelas reiteradas violações das decisões da ONU relativas à Palestina, vinha a público o relatório do chamado Comité Winograd, que avaliou os acontecimentos que levaram à guerra de Julho e Agosto de 2006 contra o Líbano. O documento acusa o governo de Olmert e Peretz (respectivamente primeiro-ministro e ministro da Defesa israelitas) de se ter precipitado ao tomar a decisão de atacar o país vizinho. O governo israelita, que está hoje à beira da ruptura sem que haja sinais de que a paz no Médio Oriente esteja mais próxima, aprovou por unanimidade a guerra contra o Hezbollah em nome da luta contra o terrorismo, no que contou com a complacência – é bom não esquecer – da EU e dos EUA.
Posto isto e os factos, cabe perguntar o que ganham Portugal – sempre alinhado com Washington –, a União Europeia e o mundo com a política belicista da Casa Branca e do Pentágono.
A resposta é por demais evidente, mas para quem gosta de dados, vale a pena referir o relatório anual do departamento de Estado norte-americano sobre o «terrorismo», divulgado domingo. De acordo com aquele documento, oficial, o número de atentados terroristas no mundo aumentou 29% em 2006, principalmente devido à situação no Iraque e no Afeganistão.
Segundo o grupo de comunicação social McClatchy, o referido departamento de Estado norte-americano contabilizou 14 338 atentados no ano passado, ou seja, mais 3227 do que o total registado em 2005 (11 111), sem incluir os ataques contra tropas norte-americanas. O documento sublinha ainda que 45% dos atentados ocorreram no Iraque, o que faz cair pela base a argumentação da Casa Branca quanto à necessidade de permanência das suas tropas no terreno ou a nova corrida armamentista para a «manutenção da paz».
Elaborado a pedido do Congresso, o relatório baseia-se em informações recolhidas por 16 agências de informação que trabalham no âmbito do Centro Nacional Anti-Terrorismo dos EUA.
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Seguindo a mesma linha de raciocínio – se é que a razão é para aqui chamada – também o actual presidente da União Europeia e ex-primeiro-ministro português Durão Barroso, que há quatro anos fez o papel de mordomo na cimeira dos Açores onde em nome da paz se decretou oficialmente aberta a guerra contra o Iraque, também Durão Barroso, dizíamos, aproveitou a sua recente visita a Bush para alertar o mundo para os riscos terríveis da alegada pretensão do Irão de entrar para o clube dos países com armamento nuclear. Na ocasião, os representantes da União Europeia desvalorizaram os protestos da Rússia contra a extensão da NATO até às suas fronteiras e a instalação do sistema dito de defesa anti-míssel com que Washington e Bruxelas manifestam a clara intenção de prosseguir a escalada nuclear.
Enquanto isso, em Israel, potência nuclear não assumida e jamais condenada pelas reiteradas violações das decisões da ONU relativas à Palestina, vinha a público o relatório do chamado Comité Winograd, que avaliou os acontecimentos que levaram à guerra de Julho e Agosto de 2006 contra o Líbano. O documento acusa o governo de Olmert e Peretz (respectivamente primeiro-ministro e ministro da Defesa israelitas) de se ter precipitado ao tomar a decisão de atacar o país vizinho. O governo israelita, que está hoje à beira da ruptura sem que haja sinais de que a paz no Médio Oriente esteja mais próxima, aprovou por unanimidade a guerra contra o Hezbollah em nome da luta contra o terrorismo, no que contou com a complacência – é bom não esquecer – da EU e dos EUA.
Posto isto e os factos, cabe perguntar o que ganham Portugal – sempre alinhado com Washington –, a União Europeia e o mundo com a política belicista da Casa Branca e do Pentágono.
A resposta é por demais evidente, mas para quem gosta de dados, vale a pena referir o relatório anual do departamento de Estado norte-americano sobre o «terrorismo», divulgado domingo. De acordo com aquele documento, oficial, o número de atentados terroristas no mundo aumentou 29% em 2006, principalmente devido à situação no Iraque e no Afeganistão.
Segundo o grupo de comunicação social McClatchy, o referido departamento de Estado norte-americano contabilizou 14 338 atentados no ano passado, ou seja, mais 3227 do que o total registado em 2005 (11 111), sem incluir os ataques contra tropas norte-americanas. O documento sublinha ainda que 45% dos atentados ocorreram no Iraque, o que faz cair pela base a argumentação da Casa Branca quanto à necessidade de permanência das suas tropas no terreno ou a nova corrida armamentista para a «manutenção da paz».
Elaborado a pedido do Congresso, o relatório baseia-se em informações recolhidas por 16 agências de informação que trabalham no âmbito do Centro Nacional Anti-Terrorismo dos EUA.
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