Esperança e luta
Uma ida à Venezuela é sempre algo muito gratificante pela esperança e luta que ali se vive. Desta vez fui a Caracas com um convite que o Movimento Democrático de Mulheres me fez chegar em nome da FDIM – Federação Democrática Internacional de Mulheres, que ali realizou o seu XIV Congresso, na primeira quinzena de Abril. A delegação portuguesa, que incluiu mulheres e jovens do MDM, CGTP, JCP e autarcas, teve uma participação muito activa e reconhecida pelas delegações de outros países, nas diversas acções e debates que ali decorreram e nas resoluções aprovadas.
Ali se discutiram os problemas das mulheres, que são problemas da humanidade, se denunciaram crimes da exploração capitalista, intervenções e domínio do imperialismo nas suas variadas facetas, como o tráfico de mulheres, exploração sexual e escravatura, pobreza e guerra, se protestou contra práticas tradicionais prejudiciais, como os casamentos forçados e o corte de genitais femininos.
Ali se recordaram alguns números: quatro milhões de mulheres e raparigas que são compradas e vendidas, todos os anos, no mundo inteiro, das quais pelo menos 500 mil são traficadas na Europa com o objectivo da exploração sexual.
Ali se sublinhou que as mulheres representam mais de 70% dos mais de mil e duzentos milhões de pessoas que vivem em pobreza extrema em todo o mundo (com menos de 80 cêntimos por dia) e que dos 130 milhões de crianças que não frequentam escolas, dois terços são meninas.
Ali se falou das lutas das mulheres para transformar o mundo, alcançar o bem-estar duradouro, com justiça económica, social, política e de género, incluindo a indispensável luta pelos direitos da mulher trabalhadora, o que implica uma mudança do sistema capitalista e também da ordem patriarcal para eliminar a desigualdade entre homens e mulheres.
Como foi salientado, o objectivo das mulheres não é só ter quotas de poder, mas sim, apropriar-se da condução das suas vidas, participar de forma activa no planeamento das estratégias de desenvolvimento, ter uma presença e participação activa nos sectores económicos, sociais e políticos que decidem. É fazer valer o direito das mulheres a exercer os seus direitos.
A luta pela paz e contra a guerra foi, igualmente, um dos temas presentes. Como se afirma na Declaração final de Caracas «Queremos um mundo de paz e sem armas nucleares, e, por isso, exigimos a sua eliminação e condenamos a escalada imperialista de militarização do planeta e, em particular, a guerra de agressão do Governo dos EUA e seus aliados, contra o Afeganistão, Iraque, Líbano, Palestina».
Em simultâneo com o Congresso decorreu o quinto aniversário da derrota do golpe contra o presidente da República Bolivariana de Venezuela, Hugo Chavez, o que foi assinalado com uma grandiosa manifestação de quilómetros de extensão, um mar de gente, de cor, de alegria, de esperança, de determinação de um povo que não quer voltar para trás, que acredita nas transformações da revolução bolivariana, que sente já os resultados das mudanças de uma política que aposta na promoção da dignidade humana, embora saiba que há ainda um caminho longo a percorrer.
No discurso de Hugo Chavez, de cerca de quatro horas, perante centenas de milhar de pessoas, perpassaram as especificidades da Venezuela e da América Latina, a solidariedade com as transformações profundas que decorrem em diversos países daquele Continente, o anúncio de muitos projectos e diversos acordos, envolvendo a China, Brasil, Cuba, Bolívia e outros, com vantagens para a Venezuela e os países envolvidos. Igualmente foram abordadas as perspectivas para a primeira cimeira da energia da América Latina que se realizaria uns dias depois.
Numa linguagem colorida, onde não faltaram alguns cânticos, citações poéticas e religiosas, foi notória a preocupação com a participação popular, o diálogo directo, a explicação das medidas que vão sendo tomadas, a mobilização popular para o que Hugo Chavez chama o socialismo do século XXI.
Da rica, embora muito curta, experiência ali vivida, fica a solidariedade de mulheres de diferentes continentes, a luta e esperança de povos que foram duramente explorados pelo colonialismo e o neoliberalismo, mas que agora estão envolvidos em profundas transformações políticas, económicas e sociais que podem mudar radicalmente a América Latina e dar um forte contributo para as mudanças que também precisamos na Europa.
Ali se discutiram os problemas das mulheres, que são problemas da humanidade, se denunciaram crimes da exploração capitalista, intervenções e domínio do imperialismo nas suas variadas facetas, como o tráfico de mulheres, exploração sexual e escravatura, pobreza e guerra, se protestou contra práticas tradicionais prejudiciais, como os casamentos forçados e o corte de genitais femininos.
Ali se recordaram alguns números: quatro milhões de mulheres e raparigas que são compradas e vendidas, todos os anos, no mundo inteiro, das quais pelo menos 500 mil são traficadas na Europa com o objectivo da exploração sexual.
Ali se sublinhou que as mulheres representam mais de 70% dos mais de mil e duzentos milhões de pessoas que vivem em pobreza extrema em todo o mundo (com menos de 80 cêntimos por dia) e que dos 130 milhões de crianças que não frequentam escolas, dois terços são meninas.
Ali se falou das lutas das mulheres para transformar o mundo, alcançar o bem-estar duradouro, com justiça económica, social, política e de género, incluindo a indispensável luta pelos direitos da mulher trabalhadora, o que implica uma mudança do sistema capitalista e também da ordem patriarcal para eliminar a desigualdade entre homens e mulheres.
Como foi salientado, o objectivo das mulheres não é só ter quotas de poder, mas sim, apropriar-se da condução das suas vidas, participar de forma activa no planeamento das estratégias de desenvolvimento, ter uma presença e participação activa nos sectores económicos, sociais e políticos que decidem. É fazer valer o direito das mulheres a exercer os seus direitos.
A luta pela paz e contra a guerra foi, igualmente, um dos temas presentes. Como se afirma na Declaração final de Caracas «Queremos um mundo de paz e sem armas nucleares, e, por isso, exigimos a sua eliminação e condenamos a escalada imperialista de militarização do planeta e, em particular, a guerra de agressão do Governo dos EUA e seus aliados, contra o Afeganistão, Iraque, Líbano, Palestina».
Em simultâneo com o Congresso decorreu o quinto aniversário da derrota do golpe contra o presidente da República Bolivariana de Venezuela, Hugo Chavez, o que foi assinalado com uma grandiosa manifestação de quilómetros de extensão, um mar de gente, de cor, de alegria, de esperança, de determinação de um povo que não quer voltar para trás, que acredita nas transformações da revolução bolivariana, que sente já os resultados das mudanças de uma política que aposta na promoção da dignidade humana, embora saiba que há ainda um caminho longo a percorrer.
No discurso de Hugo Chavez, de cerca de quatro horas, perante centenas de milhar de pessoas, perpassaram as especificidades da Venezuela e da América Latina, a solidariedade com as transformações profundas que decorrem em diversos países daquele Continente, o anúncio de muitos projectos e diversos acordos, envolvendo a China, Brasil, Cuba, Bolívia e outros, com vantagens para a Venezuela e os países envolvidos. Igualmente foram abordadas as perspectivas para a primeira cimeira da energia da América Latina que se realizaria uns dias depois.
Numa linguagem colorida, onde não faltaram alguns cânticos, citações poéticas e religiosas, foi notória a preocupação com a participação popular, o diálogo directo, a explicação das medidas que vão sendo tomadas, a mobilização popular para o que Hugo Chavez chama o socialismo do século XXI.
Da rica, embora muito curta, experiência ali vivida, fica a solidariedade de mulheres de diferentes continentes, a luta e esperança de povos que foram duramente explorados pelo colonialismo e o neoliberalismo, mas que agora estão envolvidos em profundas transformações políticas, económicas e sociais que podem mudar radicalmente a América Latina e dar um forte contributo para as mudanças que também precisamos na Europa.