Polónia

Jaruzelski acusado de «crime comunista»

O general Wojciech Jaruzelski, de 83 anos, foi oficialmente acusado de «crime comunista», dia 17, pelo Instituto da Memória Nacional junto do tribunal regional de Varsóvia. Em causa está a declaração da lei marcial na Polónia, em 13 de Dezembro de 1981, que permitiu controlar o movimento contra-revolucionário desencadeado a partir dos estaleiros de Gdansk pelo sindicato Solidarnosc, liderado por Lech Walesa.
Nesse dia, numa alocução televisiva, Jaruzelski considerou que «o país está à beira do abismo». Para controlar o movimento revoltoso, fortemente financiado pelo Ocidente, o governo socialista dissolveu o Solidarnosc, proibiu as greves e deteve os seus principais activistas. A lei marcial prolongou-se até Julho de 1983.
Remetidos à clandestinidade, os correligionários de Walesa só voltaram a ganhar força com a subida ao poder na União Soviética de Mikhail Gorbatchov, em 1985. Na nova situação então criada, em Agosto de 1989, três meses antes da queda do muro de Berlim, Jaruzelski abre portas à formação do primeiro um governo de transição do bloco socialista. O novo executivo é chefiado por Tadeusz Mazowiwcki, dirigente do Solidarnosc e integrará ministros comunistas. O general Jaruzelski mantém-se como presidente da República até à eleição de Walesa, em 1990.
Vinte e seis anos após os acontecimento de Gdansk, o poder ultra-conservador, liderado pelos gémeos Kaczynski, quer obrigar Jaruzelski e oito outros destacados dirigentes comunistas a sentarem-se no banco dos réus.
Interrogado em Bruxelas, dia 18, sobre as perseguições que o governo polaco move contra os comunistas, o primeiro-ministro Jaroslaw Kaczynski respondeu: «Alguém tratou de inquisidores os responsáveis pelo processo Eichmann?». Por outras palavras, Kaczynski pretendeu estabelecer um paralelo entre a actuação de Jaruzelski e a do criminoso de guerra nazi condenado à morte em Israel, no início dos anos 60.


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